Abel, o inquieto, supera a falta de um 9, faz das suas e coloca mais uma taça na galeria do Palmeiras
Com uma ótima atuação durante todo o jogo e muitas alternativas, o Verdão bateu o Athletico-PR por 2 a 0 e ficou com a Recopa, graças ao repertório do treinador português
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O Palmeiras entrou em campo para seguir a sua rotina de títulos e decisões nesses últimos anos. Assim como o torcedor tem aprendido a especular, a cada jogo, o que Abel Ferreira irá aprontar para essa decisão. E ele aprontou de novo. Com repertório, com surpresas e com alternativas para minimizar a falta de um camisa 9. Resultado? Verdão campeão pela quarta vez com ele, desta vez em um título inédito para a galeria de troféus do clube. A Recopa é verde.
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O burburinho em relação ao time escalado para a decisão desta quarta-feira começou bem antes de o jogo começar. Fora do estádio os torcedores discutiam qual seria a surpresa que Abel Ferreira aprontaria dessa vez. Que Gustavo Gómez e Zé Rafael voltariam para a equipe titular, não havia dúvidas, mas ainda restava uma incógnita no setor ofensivo, onde a surpresa apareceu.
No lugar de voltar com Scarpa, recuperado, o português optou por Gabriel Veron, no que poderia ter sido também a vaga de Jailson ou Atuesta, mas o comandante palmeirense optou mesmo por montar uma formação ofensiva, abrindo o garoto pelo lado esquerdo, com Rony centralizado, Dudu pela direita, mas com muita gente chegando: Piquerez, Rocha, Veiga, Danilo e Zé Rafael.
Foi dessa forma, postado no campo de ataque do Furacão que o Verdão dominou o primeiro tempo. Embora tenha levado alguns sustos, por vacilos próprios, a primeira etapa foi de apenas um time. Com jogadas pelo lado esquerdo e direito, em velocidade ou em trocas de passe, foi "fácil" chegar na área adversária, mas foi ali mesmo que o problema ficou bem evidente.
Ainda que tenha dominado os primeiros 45 minutos, não houve uma chance clara de gol. Elas foram criadas aos montes, mas muito mal concluída, seja com (falta de) finalizações ou dificuldade no último passe. Foram provas de que o centroavante pedido por Abel poderia sim fazer a diferença. Pelo que foi apresentado no primeiro tempo, já poderia ter ido ao intervalo com vantagem.
Antes de falar do segundo tempo, é preciso lembrar que a surpresa de Abel era a entrada de Veron. Mas na volta dos vestiários isso foi desfeito. Inquieto que é, o português sacou sua "ideia" e lançou Wesley a campo. E não é que o plano deu certo de novo? O atacante fez um salseiro do lado esquerdo do ataque e foi essencial para a pressão que culminou em uma falta perigosa perto da área.
Na batida, gol de Zé Rafael, um cara essencial nos planos de Abel Ferreira, criticado pelo torcedor, mas cheio de confiança dada pelo treinador. O camisa 8 marcou um golaço, fruto de trabalho, crença e espírito de vitória. Aliás, apesar de um derrota ou outra em finais, não se pode dizer que esse time não compete. Ele não só compete, como também se reinventa, e se desdobra.
O time sem repertório seguia criando suas chances, em contra-ataques ou não. O que faltava mesmo não eram as mil e uma formas de se jogar futebol, mas sim um centroavante, alguém para fazer gol, algo que tanto desperdiçaram. E quando isso acontece, em um jogo tão equilibrado, a pressão vai lá para a defesa, já que o adversário acredita que pode fazer o que não fez em todo a partida. Para isso, foi preciso que a sólida defesa entrasse em ação.
A equipe, recheada de jogadores cascudos, alguns deles com 13, 14 finais pelo Palmeiras, soube muitas vezes perder, mas tem entendido bem como ganhar. E levou o jogo ao seu estilo. Até que em mais uma "invenção" de Abel, Atuesta brigou pela bola no ataque, chegou nela e rapidamente cruzou para área, onde Danilo, merecedor pela partida que fez, tocou para o gol para fazer 2 a 0. O que parecia desenhado, foi confirmado, mais um título na galeria palmeirense.
Ah, e só para reforçar o "Abel Ferreira, o inquieto", ele foi expulso após protagonizar uma confusão após o segundo tento alviverde. Para a surpresa de ninguém, a torcida gritou efusivamente o nome do treinador enquanto ele ia para os vestiários. Não há como negar, o português virou um grande ídolo.
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