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Allianz pode estrear no dia 16 grama que fará ‘Athletico sentir diferença’

Chuvas caíram em momento que não atrapalhou a implantação do campo sintético e, em três semanas, Palmeiras pode voltar a seu estádio com tecnologia que promete ser única

Grama Allianz Parque
imagem cameraFios do campo têm 'memória' para sempre estar na vertical, mesmo após suportar peso e cobertura (William Correia)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 23/01/2020
20:15
Atualizado em 24/01/2020
08:50

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Neste domingo, o Palmeiras precisará receber o São Paulo em Araraquara e, na quarta-feira, enfrenta o Oeste no Pacaembu. Mas esses dois jogos podem ser os únicos fora do Allianz Parque enquanto o estádio instala seu novo campo artificial. A WTorre, administradora da arena, já cogita ter partida no local no dia 16, contra o Mirassol, quatro dias antes da previsão em contrato do duelo diante do Guarani. E a promessa é de um palco sintético único, inclusive na comparação com o da Arena da Baixada, do Athletico-PR, em Curitiba.

- A de lá nasce deitada. Esta, em pé. É uma diferença brutal das duas tecnologias. O fio que eles usam é ótimo, mas o sistema todo que temos aqui, na hora em que os jogadores do Athletico jogarem no Allianz, vão ver a diferença para o gramado deles, de conforto, restituição de energia, jogabilidade, passe de bola. Eles vão atestar, com toda certeza - apostou Edson Gomes, gerente comercial da Soccer Grass, responsável pelo gramado.

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O LANCE! esteve no Allianz Parque nesta semana, e viu os trabalhos para deixar a área do gramado completamente plana, já com material que ajuda na drenagem. Ainda será colocada uma espécie de manta de amortecimento, que também faz parte do sistema de drenagem, antes da instalação do campo - é prometida uma das drenagens mais eficientes do mundo. O gramado foi feito exclusivamente para o estádio e será montado como um quebra-cabeça: cada área tem uma peça específica, que serão coladas por baixo.

A reportagem teve acesso a um pedaço do campo. Os fios têm memória para sempre estarem na vertical, mesmo após suportar pesos e coberturas. O gramado, Soccer Grass MX Elite 50, veio da Holanda e é usado em estádios de Holanda, Escócia e Catar. A grama artificial tem 50mm de altura e é composta por três tipos de fios em formatos e cores diferentes, com aparência e performance de um gramado natural. Cada tufo de grama tem 24 cerdas e é costurado diversas vezes ao tapete, o que impede que a grama se solte com o impacto. Além disso, o Infill TPE, um produto de preenchimento da grama que tem como diferencial ser oca no meio, absorve impacto e acúmulo de água, quebrando a temperatura em cerca de 15°C, e com mais estabilidade do que a tradicional borracha de campo sintético.

- A manutenção do campo é, após a prática do esporte e cobertura para shows, passar uma máquina que limpa a borracha, traz para dentro e faz a peneira. O que não for borracha, é lixo para ser descartado. E tem um sistema de escova que devolve. Quando se termina, o gramado está idêntico ao que foi deixado. É um processo de 1h30 a 2h - disse Edson Gomes, gerente da Soccer Grass, descartando a ideia de que o gramado sintético deixa a partida com velocidade maior, apontando que nem a Fifa permite isso.

- O teste da Fifa vai ajustar os parâmetros para grama natural. Se a bola rolar mais que o natural, ferrou. Você tem três chances para ajustar e aproveitar o mesmo teste. Quando a Fifa vem, vai aferir tudo que se fez, de planicidade e caimento. Os testes com bola determinam. Se o cara pega um quadrante e a bola corre demais, ou é o caimento ou falta de borracha. Você vai na borracha primeiro, se não pode ser caimento, e aí tem de refazer para compensar e o teste da Fifa ser realizado - explicou, avisando que os testes da Fifa são exigidos somente em partidas internacionais (da Libertadores, no caso do Verdão).

Allianz Parque
Trabalho ocorre até na madrugada no Allianz Parque (Divulgação)

A diferença, como comentou até o goleiro Weverton, que passou pelo Athletico-PR, está na qualidade do campo. Sem irregularidades, o passe fica mais preciso. E o panorama do que o Palmeiras encontrará é bem distinto do que ocorria antes, como os próprios administradores do Allianz Parque admitem.

- O Palmeiras reclamava da qualidade técnica do gramado, e nunca medimos esforço para oferecer o melhor dentro da nossa condição e modelo de negócio. Fazíamos a troca do gramado, com custo de cerca de R$ 380 mil. Mas a nossa percepção era de que o Palmeiras estava sempre estreando em casa, e assumíamos o risco de possíveis danos pontuais. Esse risco, hoje, já não temos. O Palmeiras vai jogar sempre com um gramado com a mesma qualidade - disse Mike Willian, diretor de operações da arena, animado com a obra.

- Por incrível que pareça, a chuva caiu em um momento que podia. Se considerarmos o que conseguimos antecipar, estaríamos com o gramado pronto entre os dias 10 e 12, provavelmente. Trabalhamos para o jogo do dia 20, mas queremos diminuir essa marca para dois jogos e receber o jogo do dia 16. Está quase dando para garantir o jogo do dia 20. O dia 16 ainda é arriscado, mas não descarto. Poderemos cravar na semana que vem - comentou.

As obras começaram no último dia 12, depois de evento do PSG no estádio, e têm ocorrido em até três turnos de 8h cada, inclusive de madrugada. O trabalho será paralisado por três dias por conta de evento gospel, marcado ainda em 2018, para acontecer no dia 8. Mas, segundo os administradores do Allianz Parque, nada que tire a esperança de ter partida no dia 16.

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Grama Allianz Parque
Borracha do campo ajuda a drenar e absorve impacto (William Correia)

Com o gramado resolvido, o Allianz Parque tenta novas estratégias para tirar menos o Palmeiras de sua casa, e isso passa pela desmontagem de estruturas de shows. Em 20% das apresentações, já foi testada uma configuração com desmontagem em 12h. Em palcos grandes, são necessárias 48h, mas já há uma tentativa de baixar para 36h, com o desafio de chegar a 24h.

É a alternativa enquanto não se arruma o calendário. A explicação é simples: a CBF não define a tabela do Campeonato Brasileiro completa, anunciando datas, às vezes, a um mês dos jogos, e o Allianz Parque, por exemplo, teria de impedir shows em três datas todo fim de semana, já que as partidas podem ocorrer sábado, domingo ou segunda. Levando em conta partidas no meio de semana, e torneios como Copa do Brasil e Libertadores, com jogos em terça, quarta ou quinta, sobraria só sexta-feira para shows, o que é economicamente inviável.

- O maior desafio ainda é conciliar a agenda. Os shows da Taylor Swift (em 18 de 19 de julho) foi fechado um ano antes, e temos possibilidade de, no mesmo período, ter Copa do Brasil, com sorteio de mando 15 dias antes. Lá fora, você crava agenda de shows porque todos os campeonatos têm datas cravadas. Não temos essa estabilidade aqui, infelizmente. Isso ajudaria para o Palmeiras ter mais jogos aqui. O que temos feito é trabalhar arduamente com o Palmeiras, com antecedência, para perder o mínimo possível - falou Mike Willian.

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