Alvo do Verdão, Muñoz quer Europa e diz não ter pressa de deixar Colômbia
Atlético Nacional tem dificultado as negociações do Palmeiras e o lateral-direito afirmou que não enxerga razão para sair agora do clube, colocando um grande europeu como meta
Ainda nos planos da diretoria do Palmeiras, Daniel Muñoz parece cada vez mais distante. O Atlético Nacional, clube do lateral-direito, tem dificultado as negociações e o jogador, em conversa transmitida ao vivo no Instagram, deixou claro que não tem pressa de sair da equipe e seu objetivo é atuar na Europa.
- Meus sonhos estão sendo cumpridos pouco a pouco. Não tenho pressa de sair do Nacional. É a minha casa, onde estou com meu povo, muito cômodo. Já existem situações externas que podem acontecer e que saem do controle das minhas mãos. Mas procuro me consolidar. Quero sair pela porte da frente e, depois, ir para outra grande equipe. Espero que seja da Europa - disse Muñoz, cuja rescisão contratual é de 7 milhões de dólares (R$ 38,9 milhões).
Após um mapeamento no mercado, o Palmeiras definiu Daniel Muñoz como alvo para a lateral direita, principalmente depois de vê-lo atuando contra o time na Florida Cup. Mas o Atlético Nacional sempre dificultou a negociação, exatamente por conta da dívida por Borja, e, nesta semana, o clube colombiano ganhou ação na Fifa contra o Verdão. O que não inviabiliza totalmente, mas deixa a sua contratação considerada, no mínimo, improvável.
Em 12 de fevereiro, o Palmeiras enviou Anderson Barros, diretor de futebol, e Leonardo Holanda, advogado do clube, à Colômbia para avançar no negócio. Encontraram resistência e, ainda assim, foi feita uma oferta de 2 milhões de dólares (R$ 8,7 milhões, na época) só por Muñoz, além de proposta de acordo por Borja. Mas a resposta foi negativa, e os recentes episódios distanciam ainda mais o lateral-direito pedido pelo técnico Vanderlei Luxemburgo.
Barros e o presidente Maurício Galiotte nunca desistiram do jogador, nem mesmo quando foram concluídas as inscrições para a primeira fase da Libertadores. O perfil apaziguador do diretor de futebol, tido como fundamental na chegada de Rony, do Athletico-PR, era um dos trunfos. A expectativa era tê-lo no segundo semestre. Nos últimos dois meses, porém, as tratativas praticamente congelaram, indicando que, dificilmente, poderá ser concluída com a vinda do lateral para o Verdão.
Por isso, a ação da Fifa a favor do Atlético Nacional, na prática, pouco mudou. Até porque, mesmo com a discordância em relação a Borja, a ponto de o Verdão preparar um recurso no CAS (Corte Arbitral do Esporte, em inglês), há uma relação amigável entre os clubes. O advogado do Palmeiras, André Sica, inclusive, revelou à Fox Sports que existem conversas avançadas para um acordo entre os clubes sobre a dívida. E o Atlético Nacional já deixou claro que libera Muñoz somente se houver um acerto em relação à situação de Borja.
A partir daí, contudo, vem outro problema: financeiro. Os dirigentes seguem em um estudo profundo para detectar exatamente o impacto econômico da paralisação do futebol e também do acesso ao clube social causado pela pandemia de coronavírus. Mesmo com Crefisa e Faculdade das Américas, principais patrocinadores, e Puma, fornecedora de material esportivo, mantendo os pagamentos, gastar em contratações fica mais difícil.
Assim, por enquanto, o foco das conversas com o Atlético Nacional já não é mais tanto por Daniel Muñoz. O jogador de 23 anos, frequente na seleção colombiana, já vinha sendo acompanhado pelo clube e agradou ao ser visto de perto no empate por 0 a 0 diante do próprio Palmeiras, na Florida Cup. O lateral-direito tem as características que Luxemburgo gostaria de encontrar em alguém no setor, com velocidade, capacidade defensiva e chegada frequente ao ataque, tal como faz o lateral-esquerdo uruguaio Matías Viña.
Agora, Borja é o foco. Palmeiras e Atlético Nacional divergem na compra de 30% dos direitos econômicos de Borja, dono dos outros 70%, em 2017. Os colombianos entendiam que, se ele não fosse vendido até agosto de 2019, o Verdão teria de adquirir esta fatia por 3 milhões de dólares (R$ 16,7 milhões). O Palmeiras considera que não há prazo definido e pretende repassar quando vendê-lo - o atacante, no momento, está emprestado ao Junior Barranquilla.