Para quem buscou tentar buscar "passar pano" para a atuação do Palmeiras diante do Santos, no último sábado, basta acompanhar as entrevistas de Luan e João Martins após a partida. Ambos foram bastante incisivos ao analisarem o desempenho do Verdão no empate em 0 a 0, na Vila Belmiro. O resultado não somente exemplificou o que foi o desempenho palmeirense, mas também permite com que os rivais se aproximem na classificação do Brasileirão. Esses últimos tropeços devem fazer falta lá na frente.
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Tanto o zagueiro quanto o auxiliar de Abel Ferreira descartaram colocar a culpa do mau desempenho na conta de outros fatores que não fossem o próprio jogo. Luan não escondeu que não gostou do que o time fez. Ele bateu na tecla da lentidão nas saídas de bola e na falta de inspiração no ataque. Já João, que criticou o campo, descartou a questão do cansaço e falou abertamente da falta de capacidade da equipe em se adaptar ao que a partida pedia. Para ele, os jogadores não conseguiram perceber que não era ocasião para propor ou impor um padrão de jogo.
O excesso de jogadas individuais e a insistência em carregar a bola foram fatores que também se juntaram a esses citados pelos personagens palmeirenses. Assim como o dia ruim de Dudu, que até tentou mais do que os outros, mas errou muito, ou como Raphael Veiga, que praticamente desapareceu no duelo e fez uma de suas piores atuações em muitos meses. Não é exagero dizer também que o Santos teve uma "pegada" maior. Quando um jogador do Palmeiras pegava na bola, pelo menos três santistas já estavam no lance para tentar recuperar a posse.
A verdade é que os times poderiam jogar 500 minutos, que a bola não balançaria a rede, tamanha a falta de inspiração de ambos. Mas o resultado não era ruim para o Santos, foi ruim apenas para o Verdão, que briga pela liderança do Brasileirão. Seu adversário direto neste momento, o Botafogo, venceu o clássico contra o Fluminense e subiu para 18 pontos. Com a vitória, o Alviverde chegaria a 17, um a menos, porém ficaria próximo do líder. Com o empate, acabou ficando com apenas 15 pontos, três atrás do Fogão.
Não precisamos ir muito longe para buscar uma atuação ruim do Alviverde. No rodada anterior do campeonato, diante do Bragantino, o desempenho também foi ruim. Naquele dia, porém, o time de Abel Ferreira conseguiu abrir o placar com muito custo. O problema é que alguns minutos depois sofreu o empate e acabou saindo de campo com apenas um ponto no Allianz Parque. Ou melhor, com menos dois pontos.
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Aquele já era um jogo em que provavelmente a comissão técnica irá lamentar ter deixado de levar mais dois pontos. Em casa, em um gramado bom, diante da torcida, logo após uma grande atuação contra o Grêmio... Ou seja, vários elementos a favor de uma vitória. Sem contar os outros resultados da rodada, como a derrota do Botafogo, que permitiria ao Palmeiras alcançar a liderança do Brasileirão pela primeira vez em 2023.
Com isso, era importante que o jogo contra o Santos pudesse funcionar como uma forma de "recuperar" os pontos perdidos em casa. Isso, claro, sem menosprezar o adversário gigante em um clássico estadual. No entanto, diante do retrospecto recente com oito vitórias seguidas e longa invencibilidade, o natural seria pensar em um triunfo do Palmeiras, que obviamente é um time bastante superior neste momento.
A vitória não veio, como já dito acima, mas mais do que se preocupar com o distanciamento do Botafogo, o Palmeiras agora se preocupa com a chegada de rivais que virão forte para a disputa do título. Caso do Atlético-MG, que agora está a apenas dois pontos do Verdão (vantagem já foi de seis) e será o adversário da próxima rodada do Brasileirão. Ou podemos também citar o Flamengo, que pode atingir 12 pontos neste domingo e ficar a apenas três do Alviverde. Se não fossem esses tropeços, a situação poderia (e deveria) estar confortável, mas agora já é tarde e os resultados deixaram essa "tropa de choque" chegar para a briga. Time que briga por título não pode perder ponto "bobo" pelo caminho.