ANÁLISE: Palmeiras tem razão em reclamar da arbitragem, mas também precisa olhar para dentro
Verdão acabou sendo vítima de critérios ruins diante do Athletico-PR, mas não é a única explicação para o empate em Curitiba
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O Palmeiras teve a vitória nas mãos quando abriu 2 a 0 sobre o Athletico-PR, no domingo (2), em Coritiba. Mas depois de ficar com um a menos e sofrer dois gols praticamente seguidos, acabou levando o empate e voltando da capital paranaense com apenas um ponto. As circunstâncias do jogo revoltaram dirigentes e comissão técnica do Verdão, que até tem certa razão no que diz respeito à arbitragem, no entanto há outros fatores que explicam o resultado e talvez estejam sendo negligenciados pela cúpula palmeirense.
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De fato, quando Zé Ivaldo faz pênalti em Endrick com uma cotovelada, é muito difícil pensar em uma punição que não seja um vermelho direto, principalmente porque o árbitro teve a chance de revisar o lance no VAR, mas mesmo assim optou por apenas o amarelo. Ficar com um a mais desde o início do jogo mudaria completamente o cenário. Assim como seria abrir o placar logo cedo, mas Endrick, que não costuma ser batedor no time principal, desperdiçou a cobrança e a chance de colocar 1 a 0 no marcador.
Será que se Abel Ferreira estivesse em campo seria Endrick o batedor? Ou seria Gustavo Gómez, que é o segundo na hierarquia depois de Veiga? O treinador, suspenso pelo STJD por ter tomado um celular da mão de jornalista, foi representado por João Martins, que não comentou a escolha pelo garoto em sua coletiva de menos de cinco minutos.
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A verdade é que Endrick se redimiu, marcou um gol ainda na primeira etapa, estava jogando bem e viu o Palmeiras fazer 2 a 0 com Gabriel Menino no segundo tempo. O jogo estava nas mãos do Verdão, com ou sem a expulsão de Zé Ivaldo no início da partida. Mas depois disso, o time já estava sentindo o Furacão tomar conta do meio-campo, pois não havia um meio-campo de fato no Verdão. Naves era um terceiro zagueiro, Menino é quase um meia e os mandantes chegavam no último terço do campo sem qualquer "filtro".
Foi aí que numa pressão, Vitor Roque achou um chute que bateu na mão de Garcia, o VAR viu pênalti e o jovem tomou o segundo amarelo, sendo expulso. Vale lembrar que o primeiro cartão foi no primeiro tempo, por retardar a batida de um arremesso lateral. Talvez exagerado diante o critério que o árbitro não teve para coibir lances violentos, incluindo uma cotovelada. No entanto, quando se faz "cera" de forma desnecessária e precoce, há o risco de advertência. Foi o que aconteceu. A necessidade de usar a juventude acaba tendo esse preço por vezes.
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Somente aí notamos que podemos ter tido um reflexo da ausência de Abel Ferreira, um reflexo da falta de reforços para o meio-campo, especialmente um "camisa 5" (carência desde a saída de Danilo) e um reflexo do elenco "curto" forçando a utilização dos jovens, não pela qualidade técnica, mas pela falta de "malícia" nessas situações. E não estamos excluindo a influência da arbitragem, que realmente foi grande, mas não sozinha.
O gol de empate já veio em uma esteira de modificações, trocas de peça e desorganização provocada também pela competência do Athletico. Vanderlan, outro jovem, acabou deixando Madson sozinho para cabecear para Vitor Roque fazer o segundo. Depois do primeiro gol, marcado por Vitor Bueno, já ficaria muito complicado segurar. Com um a menos e com um meio-campo remendado, precisando usar esquema de três zagueiros, que não é comum, a saída era se segurar para voltar com pelo menos um ponto na mala.
Alguns erros contra o clube nesta edição do Brasileirão realmente podem dar margem para teorias da conspiração. A comissão técnica, que se vê prejudicada, toma a frente diante do silêncio da cúpula alviverde. Mas as declarações acabam perdendo sentido quando há outros fatores trabalhando contra o próprio Verdão como o enorme desperdício de chances de gol, o meio-campo vulnerável e o elenco curto sem reforços.
Essas questões estão dentro do clube, não fora. Se não olhar para elas, nem com a arbitragem acertando 100% dos lances vai ser possível reverter alguns cenários. Com dez pontos atrás do Botafogo, o 2023 do Alviverde parece que vai se resumir à disputa das copas.
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