ANÁLISE: Resiliência, força mental, casca… Palmeiras de Abel mostra sua cara na Libertadores
Pela primeira vez na edição 2022, o Verdão saiu de campo sem comemorar uma vitória, mas o resultado é a essência de seu sucesso na competição sul-americana
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Se ainda há alguém surpreso com o que o Palmeiras fez no Mineirão na última quarta-feira é por ter não ter visto futebol nos últimos anos. Buscar um 2 a 2 no fim do jogo, perdendo por 2 a 0 é o mais puro suco do Verdão de Abel Ferreira, cuja vítima da (segunda) vez foi o Atlético-MG, que não matou a "cobra" quando pôde e foi mordido.
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Para ser bem honesto com nossas impressões, o primeiro tempo do Alviverde ficou bem próximo de ser trágico. Confuso na marcação, jogadores em partidas individuais terríveis e um Galo sufocante, que teve chances por todos lados (principalmente o esquerdo do ataque) e de todos os jeitos. Ir para o intervalo com 1 a 0, após gol de pênalti de Hulk, foi um alívio. O Palmeiras sobreviveu na primeira metade.
E olha, estou para dizer que voltou para a segunda etapa ainda mais confuso, tanto é que levou um gol contra marcado por Murilo com um minuto de jogo. Parecia que ali as invencibilidades na Libertadores estavam indo para o brejo e a vaga na semifinal idem. Parecia, apenas parecia. Isso porque o Atlético-MG não matou o jogo quando pôde, desde a etapa inicial perdendo chances de gol.
Aquela velha máxima do futebol "quem não faz toma" entrou em ação, mas não só. A resiliência do Palmeiras também fez sua parte, aliás, fez a maior parte. Depois de quase ser nocauteado, o time tirou forças sabe-se lá de onde e buscou o primeiro gol em momento que a partida caminhava para mais um gol atleticano. Murilo, que havia feito gol contra, compensou e aproveitou rebote de falta de Scarpa.
É incrível a força mental dessa equipe comandada por Abel Ferreira. E como disse Scarpa após o jogo, quando isso está fortalecido, a tática e a técnica acompanham. O Verdão viu o Galo se abater após levar o primeiro gol e abrir espaços, que ainda não haviam sido aproveitados e quando foram, Dudu perdeu uma oportunidade incrível. Ali parecia que a derrota por 2 a 1seria mesmo o placar final do duelo.
Mas esse time de Abel Ferreira tem casca demais para se dar por vencido. Scarpa, de novo ele, bateu escanteio, Dudu apareceu como uma flecha na segunda trave e ajeitou para Danilo completar para o gol e empatar. O inacreditável, para quem não é palmeirense, aconteceu, e a equipe que sobreviveu no primeiro tempo, renasceu nos acréscimos para levar um enorme resultado para o Allianz.
É preciso muito mais do que somente o campo para eliminar o Palmeiras de uma competição como essa. A queda para o São Paulo, na Copa do Brasil, é um exemplo disso. Não fosse uma arbitragem trágica e um pênalti desperdiçado por Veiga, estaria tranquilamente nas quartas de final da competição nacional. E se o Atlético-MG quiser ir para a semifinal, terá que superar um gigante do mata-mata.
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