O Palmeiras se prepara para mais uma final de Copa Libertadores em sua história. Desta vez o palco é um velho conhecido: o Estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai, onde disputou o terceiro jogo da decisão de 1968. Naquela oportunidade, o resultado não foi o esperado, já que o time saiu derrotado por 2 a 0 pelo Estudiantes, da Argentina, ficou como vice-campeão.
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A competição continental era disputada no sistema "melhor de três" partidas, sendo que a primeira aconteceu em em La Plata, na Argentina, com vitória de virada do Estudiantes por 2 a 1. Em sua casa, o time argentino contou com gols de Juan Verón (pai de Juan Sebastián Verón) e de Flores. Servílio marcou para o Verdão, que precisaria vencer em casa para poder chegar ao terceiro duelo.
No Brasil, a casa escolhida pelo Palmeiras foi o Pacaembu. Publicações da época apontavam para um público de 37 mil pessoas no estádio. No entanto, quem esteve lá não acredita nesses números e destaca que as arquibancadas não abrigaram apenas palmeirenses, mas também torcedores rivais.
- Eu estava agarrado na grade do Pacaembu e o estádio estava abarrotado de gente, havia muito mais do que 37 mil pessoas, com certeza. Os torcedores dos quatro grandes clubes estavam na arquibancada torcendo para o Palmeiras, como se o Palmeiras fosse o Brasil naquela Libertadores. Havia um movimento patriótico nesse sentido, que acabou movendo a torcida naquele dia - relatou Domingos Antonio, torcedor palmeirense que tinha 16 anos na época.
A força da arquibancada deu certo e o Palmeiras conseguiu uma vitória por 3 a 1, com gols de Tupãzinho (duas vezes) e Rinaldo. Pelo lado do Estudiantes, Juan Verón novamente deixou sua marca. Dessa forma, haveria o terceiro jogo e o palco escolhido foi o Estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai. Algo que foi encarado como um benefício aos argentinos pela proximidade dos países.
Em território uruguaio, o duelo não terminou bem para o Verdão, que foi derrotado pelo Estudiantes por 2 a 0, com gols de Ribaudo e de Juan Verón, de novo ele. No livro "Divino - A vida e a arte de Ademir da Guia", do autor Kleber Mazziero de Souza, o volante Dudu, que estava naquele jogo, falou do tema.
- Nós tínhamos muitos jogadores machucados, outros sem contrato, jogadores se adaptando... Enfim, não tínhamos um bom elenco. Além disso, marcaram o terceiro jogo num campo neutro, só que Montevidéu é muito próximo de La Plata. A torcida deles era muito maior. No jogo, marcaram muito bem o Ademir (da Guia) e a gente não teve como ganhar - relembrou o ídolo alviverde.
A reportagem do LANCE! tentou contato com Dudu para falar daquela partida, mas aos 82 anos, o ex-volante preferiu não dar entrevista, pois segundo ele "o computador já está fora de serviço" e não se lembraria de muita coisa.
Neste sábado, diante do Flamengo, 53 anos depois de sua última decisão de Libertadores no Uruguai, o Palmeiras espera conseguir um desfecho diferente, dessa vez "dividindo" o estádio com a torcida adversária e trazendo para São Paulo uma taça que as lendas Dudu e Ademir da Guia não puderam trazer.