Palmeiras aprende lição de 2017 e vê em Roger um ‘moderno cascudo’
Entenda por que o clube decidiu pelo ex-treinador do Atlético-MG e como a antecipação da escolha do comandante para 2018 é considerada um trunfo na Academia de Futebol
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Embora aprovasse o trabalho de Alberto Valentim, um técnico de conceitos modernos, o Palmeiras concluiu de que precisaria ter um comandante já com alguma "casca" para 2018. Abel Braga chegou a ser cotado, mas a indefinição do treinador do Fluminense fez com que o clube, enfim, realizasse o sonho de trazer Roger Machado.
Maurício Galiotte, presidente do Palmeiras, fez muitos elogios na apresentação do contratado, dono de "características que convergem com o que está sendo plantado no clube". Roger teve como pontos a seu favor: a relação próxima com a base, a metodologia de trabalho atualizada e a intenção de desempenhar um jogo bonito. Estas características o assemelham a Valentim, mas há uma diferença decisiva: a experiência. É, portanto, uma opção moderna, ao mesmo tempo que "cascuda".
Ainda que ambos tenham 42 anos, o novo técnico já passou por Grêmio e Atlético-MG, enquanto o atual, convidado a ser auxiliar em 2018, só teve uma curta passagem pelo Red Bull neste ano.
O clube queria este chefe "cascudo" por saber que a pressão na próxima temporada será novamente intensa. E Valentim ainda não é visto como um técnico totalmente pronto.
A cobrança tem como um dos motivos a temporada decepcionante de 2017, em que o time não conquistou título, teve três técnicos diferentes e frustrou a torcida. Este cenário foi motivo de conversas entre a diretoria e Roger, que mostrou durante as reuniões estar pronto para aguentar o que vem.
Uma das lições desta temporada foi antecipar o início de trabalho. Na transição de 2016 para 2017 o novo técnico (Eduardo Baptista) foi anunciado no dia 16 de dezembro e apresentado na primeira semana de janeiro, quando começou a atuar de fato. Desta vez, Roger já está tratando do planejamento e montagem da equipe em novembro.
- Estamos contratando o Roger 50 dias antes do Paulista do ano que vem, período em que estamos fazendo o plano de trabalho e temos certeza que é fundamental a participação do treinador neste momento. Por isso também nos antecipamos e fizemos a contratação - justificou Galiotte.
Apostando novamente em um técnico da nova geração, como foi com Eduardo, o clube vê momentos diferentes, por não existir desta vez a "sombra de Cuca", o início de trabalho mais cedo, e a experiência de Roger também como atleta. O ex-lateral-esquerdo foi ídolo gremista e acumulou títulos como atleta: quatro vezes campeão da Copa do Brasil, uma vez da Libertadores e uma vez do Brasileiro.
A expectativa é de que o time comece o Paulista mais perto do ideal do que nesta temporada, quando restavam lacunas importantes no elenco, a busca de um centroavante, por exemplo - Borja, principal reforço, veio só em fevereiro. Desta vez, Roger diz ter 90% do elenco pronto; Lucas Lima, o grande nome da janela no Verdão, já está acertado e deve trabalhar com o grupo desde o começo da pré-temporada.
O técnico mostrou estar também em acordo com a diretoria de que não será priorizada nenhuma competição. No clube, a avaliação é de que pensar apenas na Libertadores acabou custando ao Palmeiras a possibilidade de brigar mais forte em outras competições. Isto não vai se repetir.
- O Roger trabalha integrado com categorias de base, que é o que queremos trabalha toda parte técnica e científica que temos no Centro de Excelência e é um profissional que desenha taticamente o time de maneira organizada. Ele reúne todas as condições que precisamos - comemorou o dirigente.
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