Palmeiras aprimora estilo de marcar sob pressão que Luxa quer implantar

Quem perdeu a bola é o primeiro que deve tentar o bote para desarmar. É com base nessa filosofia que Vanderlei Luxemburgo tem montado os treinamentos neste começo de pré-temporada. A estratégia tem como objetivo garantir que o Palmeiras tenha, ao menos, 60% de posse nas partidas em 2020.

Os trabalhos técnicos têm ocorrido em espaço reduzido, sem distinção de posição: zagueiros, laterais, volantes, meias e atacantes têm a obrigação de recuperar a posse. Na quinta-feira, o trabalho chegou a ter um time sem bola com a obrigação de desarmar outros dois. O foco está em criar em cada atleta o hábito de se esforçar e até sofrer para ajudar na marcação.

A reação imediata e natural de marcar, assim que se perde a bola, é a ideia de Luxemburgo para que a equipe controle a partida com base na posse. Mas a pressão na chamada marcação alta, do meio-campo para frente, deve ter tempo limitado. A ordem é ficar no campo adversário dando bote para desarmar por até dez segundos. A partir daí, inicia-se a transição defensiva.

Ainda assim, a nova comissão técnica acredita que, colocando na mente dos atletas a necessidade de recuperar logo a bola, essa ideia se espalhará por todos os setores do campo. Por isso, esse pensamento é a base do treinador para ter quase sempre mais posse do que o rival.

Com a bola, os trabalhos são definidos por uma definição rápida, mas mais pensada. Existe a limitação de três toques para cada jogador que recebe o passe, mas, com os treinamentos em campo reduzido, os atletas estão definindo as jogadas mais rapidamente.

A definição de time começará a ser dada apenas nos Estados Unidos, para onde o Palmeiras embarca neste sábado - enfrentará o colombiano Atlético Nacional, na quarta-feira, e o norte-americano New York City, no dia 18, ambos pela Florida Cup. Agora, o foco está em implantar ideias nos jogadores.

Depois do insucesso nas negociações com o argentino Jorge Sampaoli, o Palmeiras apostou em Vanderlei Luxemburgo para manter uma ideia de estilo ofensivo. E a estratégia do técnico é exatamente ter mais a posse de bola, o que, dentro de suas convicções, passa por uma reação rápida para desarmar, além da troca de passes bem pensada.