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Campeão em 99, Arce detalha estilo copeiro de Felipão e elogia Palmeiras

Hoje técnico, o ex-lateral-direito era homem de confiança do chefe, e venceu a Libertadores 2 vezes (a outra pelo Grêmio). Scolari faz 'balança pesar' na torcida para esta noite

Arce durante a final da Libertadores de 1999
imagem cameraDaniel Augusto Jr./LANCE!
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 26/08/2019
12:40
Atualizado em 27/08/2019
08:34

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Luiz Felipe Scolari e o Palmeiras precisam de um empate nesta terça, às 21h30, para eliminar o Grêmio e passar à semifinal da Copa Libertadores. Bicampeão do torneio, o técnico levantou a taça justamente pelas duas equipes que se enfrentam no Pacaembu. Nas vitoriosas campanhas de 1995 pelos gaúchos e de 1999 pelos paulistas, ele teve ao seu lado o paraguaio Chiqui Arce.

Homem de confiança de Scolari, o ex-lateral-direito disputou dez vezes a Libertadores: três (1992/1993/1994) com o Cerro Porteño (PAR), três (1995/1996/1997) pelo Grêmio, três pelo Palmeiras (1999/2000/2001) e a última com o Libertad (PAR), em 2004.

Dono de 241 partidas pelo Verdão e outras 132 pelo Tricolor gaúcho, Arce é identificado com os dois rivais desta noite. Ainda que não se sinta confortável para escolher um dos lados, ele não esconde que o fato de o Palmeiras ter Felipão no banco de reservas faz a "balança pesar" em seu favor.

O técnico de 70 anos de idade tem muita influência não apenas na trajetória do paraguaio como jogador, mas também como treinador. Discípulo de Scolari, ele já desempenha a função há 11 anos, e no momento estuda propostas desde que deixou em 2018 o Al Ohod (SAU). Sua meta é comandar um time no Brasil.

Enquanto não surge uma oportunidade, Arce apenas acompanha o futebol no país em que conseguiu tanto sucesso. Ao LANCE!, mostrou semelhanças e diferenças entre o Palmeiras campeão da Libertadores de 1999 e o que sonha com o bi em 2019. Profundo conhecedor de Felipão, contou como o técnico se prepara para um embate como o desta noite, e de que forma o confronto com o Grêmio pode moldar uma nova mentalidade no elenco.

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LANCE!: Você disputou quatro Libertadores com o Felipão, venceu duas delas. Como ele prepara o time para um duelo de copas?
Arce: Eu acho que, assim como era na nossa época, ele fica muito atento a todos os detalhes, por menores que sejam. Tudo que for para trazer tranquilidade, motivação. É capaz até de puxar algo que esteja acontecendo com torcida, para dar uma força a mais e deixar o ambiente confiante. Dentro de campo, ele sabe trabalhar muito bem as partidas, usando as qualidades do seu time, a dificuldade do adversário, ainda mais agora com vantagem. Por mínima que ela seja, veio fora de casa. Eles têm uma situação importante para conseguir a classificação.

Como é preciso jogar uma Libertadores para conseguir ser campeão?
O primeiro de tudo é confiar no grupo de trabalho. Ter um objetivo claro, e com certeza ele (Felipão) tem um objetivo claro, deve estar trabalhando faz tempo, não só agora. Tenho certeza que quando eles ficaram fora no ano passado (nota da redação: o Palmeiras foi eliminado pelo Boca Juniors na semifinal), já começaram a ajustar detalhes para brigar este ano. É fundamental confiar um no outro individualmente e ter uma mentalidade muito forte, acreditar que é possível, fazendo sua parte. Por mais que a responsabilidade seja grande no Palmeiras, é importante fazer as coisas naturalmente, com o ambiente leve.

Qual sua avaliação da vitória do Palmeiras no Sul por 1 a 0? A postura que o time mostrou pode ser um momento para criar esta casca mais copeira para o atual elenco?
É um momento decisivo para tudo, especialmente na parte mental. Eu vi um jogo em que se brigou por espaços em cada lugar. O Grêmio teve a bola, mas o Palmeiras não ficou só recuado, esperando o Grêmio errar. Em cada espaço os jogadores estavam colados uns nos outros, brigando pela bola, cortando o jogo do Grêmio, sem deixá-lo crescer. Do meio para frente, o Palmeiras tem jogadores de qualidade e pintam chances também.

É possível comparar o time campeão de 1999 com este?
Difícil. Por ser o mesmo treinador, com certeza o estilo é parecido, mas aquele time acho que tinha mais variantes para decidir. Bola parada, jogadas individuais, jogo aéreo forte. Este é um time homogêneo, com chance de ganhar a Libertadores. O momento é oportuno para colocar toda a força no objetivo, que é chegar na semifinal. O Palmeiras joga em casa, com uma vantagem expressiva. Em 1999, o time era uma fortaleza para recuperar de situações difíceis. Agora é o contrário, a vantagem foi feita na ida. Naquela campanha, começamos sem ganhar do Vasco (1 a 1 no Palestra Itália na ida das oitavas de final), perdemos para o River (1 a 0 na Argentina pela ida da semifinal) e demos a volta em casa. Mesmo na final (contra o Deportivo Cáli), que todos achavam fácil, só vencemos nos pênaltis. Aquele Palmeiras revertia resultados, agora este está conseguindo antes e precisa fazer valer a vantagem.

Em 1999, vocês passaram por Vasco e Corinthians. Quem avançar de Palmeiras e Grêmio enfrenta ou Flamengo ou Inter na semi. Pegar brasileiros na Libertadores é muito diferente?
Sim, totalmente diferente. É um duelo em casa, com jogadores que você conhece todas as características, mas o árbitro muda, a forma de apitar. É diferente de jogar. Contra times de outros países tem ingredientes que podem complicar mais. No plano nacional todos se conhecem bem e sabem como o outro vai jogar.

Por que sua relação com o Felipão funcionou tão bem?
Eu fui educado em casa do jeito que ele nos trata, com firmeza, mas com carinho, com correção. Sem agressividade. Ele dava tudo por nós, facilitava e transmitia para o pessoal se doar ao máximo pelo companheiro, pelo time, pelo objetivo. Sempre foi uma pessoa aberta, sincera, e você acaba querendo fazer o mesmo, misturando a parte profissional com o carinho pelo lugar em que está trabalhando. Eu tenho grande carinho e agradecimento pelas tantas situações vividas em grandes times, mas onde está o Luiz Felipe é diferente. Devo muito na parte profissional e no crescimento pessoal a ele. Sempre torço para que ele seja feliz por tudo que ele me deu.

Como é o contato entre vocês? Conversam com frequência, trocam mensagens?
Eu estive agora entre janeiro e fevereiro no Palmeiras, foi a última vez que nos falamos pessoalmente. Às vezes trocamos alguma informação, vou consultar alguma coisa por mensagem.

Tem algum palpite para terça?
Não tenho. Vejo um jogo parelho, como em Porto Alegre, com o Palmeiras trabalhando o resultado, capaz até de adiantar um pouco mais as linhas do que no Sul.

E torcida? Tem definida (risos)?
(Risos) A balança vai um pouco mais para o Luiz Felipe. Como eu falei, espero ver ele feliz por tudo. Um empate entre os dois times seria bom. Aí o empate é do Palmeiras.

O Palmeiras hoje conta com outro paraguaio importante, o Gómez. Como tem visto este início dele no Palmeiras?
Ele precisava ter continuidade, jogar com sequência, porque no Milan não tinha tanto ritmo. O contato físico em treino é diferente do contato em jogo. Agora ele tem continuidade e confiança do treinador. Em um ano já é o capitão do time (na Libertadores), espero que siga bem.

Em uma entrevista para o LANCE!, o Gómez havia dito que tem você como um exemplo a seguir no clube. Considera que ele possa seguir seus passos de fato?
Com certeza, mas precisa de tempo. Eu joguei cinco anos, é uma eternidade atualmente no futebol (risos). Espero que fique bastante, que represente como está fazendo os paraguaios. Sempre cuidamos da vida fora de campo, temos respeito pela camisa. Ter a confiança do treinador não é pouca coisa, e para um estrangeiro no maior futebol do mundo a exigência é ainda maior, pois estamos ocupando o espaço de um outro jogador. É uma bênção que cada um tem que fazer por merecer e respeitar. Ele está fazendo muito bem.

Você é técnico há 11 anos, já trabalhou na seleção paraguaia, e agora aguarda ofertas. É uma meta trabalhar comandar um time no Brasil?
Mais cedo ou mais tarde isto vai acontecer. Já fomos para a Arábia, trabalhamos aqui (no Paraguai), pelos times e pela seleção. Agora queremos uma situação melhor. Tivemos propostas do mercado local e de fora que não preencheram todas as expectativas. Melhor esperar para ver se agora ou em janeiro aparece alguma coisa boa. É um objetivo trabalhar no Brasil. Tenho carinho, pessoas conhecidas, até tento manter o idioma para não sofrer se vier uma oportunidade. Vai acontecer naturalmente.

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