‘Coisas que nos fazem repensar’, diz Abel sobre permanência no Palmeiras após casos de violência
Treinador pediu atuação conjunta de órgãos para coibir repetição de episódios
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Na semana em que o LANCE! revelou que Abel Ferreira recusou mais uma vez uma proposta de extensão do seu contrato, que vai até o final do ano, o treinador disse neste domingo (6), após a vitória por 2 a 0 sobre o Guarani, no Allianz Parque, pelo Campeonato Paulista, que fatores externos ao clubes também o fazem repensar sobre seguir ou não no Palmeiras.
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Foram dois pontos citados pelo comandante português nos vestiários. O principal deles são os episódios de violência registrados no futebol latino nas últimas semanas. Após os ônibus de Bahia e Grêmio serem alvos de pedradas por torcidas rivais, este domingo (6) começou com imagens de um verdadeiro massacre em briga e fãs de Querétaro e Atlas, no Campeonato Mexicano.
Não foi um caso isolado. À tarde, um torcedor morreu baleado após briga entre torcidas de Atlético-MG e Cruzeiro, em Belo Horizonte (MG).
- Foi muito grave. Eu sinceramente espero que essas pessoas sejam punidas. O Ministério Público tem que dar a cara. É muito grave o que esta acontecendo. É preciso morrer quantas mais pessoas para se tomar decisões. Os mecanismos extra futebol precisam se assumir, dar a cara. Quando eu não ganho, pedem minha responsabilidade e é isso que eu espero que façam, pelo bem do futebol brasileiro. Que tomem decisões duras. E eu vou ter que pensar muito bem no que é melhor para mim , para minha família e meus jogadores. Preciso pensar muito bem no que fazer.
Segundo Abel, a experiência europeia sobre a questão pode ser utilizada.
- A Inglaterra acabou com o hooliganismo. Hoje é uma liga forte e exemplar, mas já esteve na miséria. Não são só palavras. Elas vão ao vento. Respeito pela vida humana é essencial, tem valor, futebol não é maior que isso. Queremos melhorar e se queremos melhorar precisamos dar o exemplo, as pessoas precisam dar esse exemplo. Tem que se juntar e levar isso para frente.
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Mas a violência entre torcedores não é o único ponto que o português usa como exemplo para repensar sua permanência no futebol brasileiro. Ao citar a preleção motivacional para a decisão da Recopa Sul-Americana ante o Athletico-PR na última quarta-feira, o português relembrou que está 'dividido entre duas famílias' e confirmou as precauções que o fazem não trazer mulher e filhas para o Brasil.
- Toda a minha trajetória foi de baixo, não sou rico, não sou filho de príncipe, tive que trabalhar muito, me esforçar muito. Agora estou em um dilema muito grande, com uma família aqui, uma família lá (Europa), um esforço que tenho de fazer e avaliar se vale a pena.
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