Com ‘saúde alterada’, Abel reclama de calendário e de ‘olé’ da torcida após vitória em clássico do Palmeiras
Treinador deixou a alegria pelo resultado expressivo em segundo plano nos vestiários em Barueri e aproveitou para fazer uma série de desabafos
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Era de se imaginar que uma vitória por 3 a 0 sobre o maior rival alegrasse o humor de qualquer treinador. Mas Abel Ferreira mostrou mais uma vez que não segue normas. Após o baile do Palmeiras sobre o Corinthians neste sábado, na Arena Barueri, pelo Campeonato Brasileiro, o português aproveitou os microfones para fazer algumas críticas que vinha guardando nos últimos dias.
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Nos vestiários após a partida, Abel se disse 'com a saúde alterada', cansado de dar entrevistas e criticou o calendário do futebol brasileiro, fato que usualmente faz desde o início do ano nas coletivas pós-partidas.
- Eu já disse que não temos tempo para treinar, temos tempo para recuperar. Vou ter que começar a ser mais curto nas conferências de imprensa. Falo seis vezes por semana: duas com Goiás, duas com Flamengo e agora estou a falar duas. Minha saúde está completamente alterada, tenho de ter muito cuidado porque a parte física e mental é determinante. Aqui é insano para os jogadores, para os treinadores.
Abel ainda fez questão de questionar e protestar contra o sistema que tanto exige dos treinadores no Brasil e elogiou os profissionais brasileiros.
– Eu nunca disse isso, mas quero dar parabéns aos treinadores brasileiros porque é muito difícil jogar esse campeonato, pela insanidade. Não dão tempo para que o treinador brasileiro possa impor suas ideias. Felizmente, e às custas dos meus jogadores, fui ganhando e me mantendo. Da forma como o calendário está feito é impossível ver a qualidade dos treinadores. Impossível.
Mas as queixas não ficaram somente no calendário. O português aproveitou para criticar a própria torcida, insatisfeito com os gritos de 'olé' proferidos pelas arquibancadas em Barueri no decorrer do Dérbi.
– Vejo o futebol da minha maneira. Eu quero que nossos torcedores a apoiar a equipe, quando o Zé (Rafael) faz aqueles cortes, quando fazemos gol, festejar. Olhar para nossa equipe. Para mim o 'olé' é faltar respeito com o adversário. Nós precisamos de todos os adversários. Por isso que eu estava a dizer para puxar para nossa equipe, esqueça esse 'olé'. Isso acontece em Portugal em outro esporte, não no futebol.
Por fim, claro, sobrou para o elenco palmeirense. Para Abel, o Palmeiras poderia ter feito uma goleada sobre o maior rival neste sábado.
- Se vocês virem o jogo as duas primeiras bolas em profundidade são do nosso adversário. Nós temos três rotas de ataque, desde o primeiro dia aqui já disse. Ou vamos por dentro, ou por fora ou em profundidade. Hoje fomos de todas as maneiras. Fizemos um jogo muito bom, criamos oportunidades, fizemos três e poderíamos ter feito mais. Foi um jogo dentro da nossa linha. O que fizemos neste jogo foi o que fizemos contra o Goiás. É a mesma equipe que perdeu contra o Ceará.
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