Com uma estratégia em cada tempo, Verdão mostra que aprendeu a jogar em Itaquera
Roger Machado usa uma estratégia no primeiro tempo e outra no segundo, e Palmeiras é superior ao Corinthians do início ao fim. Derrota da primeira fase deixou lições
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- Se eu te disser a lição, estarei entregando a estratégia que usei no jogo. Essa eu vou ficar te devendo. Mas foi muito importante, muito importante.
Essa foi a resposta de Roger Machado ao repórter que lhe perguntou como as lições deixadas pela derrota em Itaquera na primeira fase do Paulistão ajudaram o Palmeiras a vencer o jogo de ida da decisão com justiça.
As diferenças entre as duas exibições do Verdão foram gritantes. Criticado por uma suposta falta de atitude naquele primeiro Dérbi do ano, o time aparentou estar muito mais concentrado neste sábado. Como Roger disse na sexta-feira, a boa execução da estratégia traçada para o jogo pode ter colaborado para essa sensação.
Na verdade, foram duas estratégias muito bem executadas. No primeiro tempo, o Palmeiras jogou o futebol que já tem virado sua identidade: adiantou a marcação para sufocar a saída de bola adversária e agrediu quando teve a bola, tanto que abriu o placar com Borja logo aos seis minutos. No segundo tempo, após as expulsões de Clayson e Felipe Melo, a ordem era neutralizar as ações ofensivas do Corinthians e, se possível, contra-atacar.
O bom rendimento do primeiro tempo passou muito pela entrega dos jogadores na marcação. Borja voltou da seleção colombiana apresentando sua melhor versão: atento à recomposição e incomodando os zagueiros o tempo todo, sem se desligar. Dudu e Willian se doaram demais para impedir que o Corinthians saísse de seu campo de defesa pelos lados, enquanto Lucas Lima sacrificou um pouco de seu jogo ofensivo para não deixar Maycon jogar.
A ordem era não permitir que o rival levasse a bola até Mateus Vital e, principalmente, Rodriguinho. Quando esse primeiro bloqueio fosse superado, os meias deveriam estar "encaixotados". E foi isso que aconteceu: quando se colocava às costas dos volantes, Rodriguinho era rapidamente acoçado por um dos zagueiros para que não tivesse espaço para flutuar entrelinhas. Não foram poucas as vezes que o camisa 26 se viu cercado por três palmeirenses.
Essas foram correções claras em relação ao jogo da primeira fase. Basta lembrar que o primeiro gol do Corinthians naquele dia saiu após uma longa troca de passes e foi marcado pelo próprio Rodriguinho, que recebeu com liberdade entre as linhas de defesa e de meio de campo e teve tempo para dar um lindo drible em Antônio Carlos e Borja antes de balançar a rede. Dessa vez, o Palmeiras não permitiu a troca de passes e não concedeu espaços ao meia.
Com Felipe Melo expulso, Roger sacrificou Borja e colocou Moisés como volante. O time manteve a marcação firme sem perder qualidade para atacar. Seria interessante ter Keno para puxar os contra-ataques, mas Roger foi obrigado a trocar Victor Luis (machucado) e Bruno Henrique (cansado) por Diogo Barbosa e Thiago Santos.
O Palmeiras passou a jogar em um espaço menor do campo, permitindo que o Corinthians avançasse até a intermediária e bloqueando os corredores de entrada na área a partir dali. Jailson não precisou trabalhar muito, o que comprova a eficiência. Resta confirmar no jogo de volta.
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