Conselheiros cobram transparência e reuniões virtuais no Palmeiras
Carta protocolada e endereçada a Seraphim Del Grande, presidente do Conselho Deliberativo do clube, pede maior divulgação das movimentações financeiras
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Um grupo de conselheiros do Palmeiras protocolou, nesta segunda-feira, uma carta endereçada a Seraphim Del Grande, presidente do Conselho Deliberativo do clube. A cobrança é para que sejam respondidas, em até 15 dias, as dúvidas em relação ao balanço de 2019, publicado no último dia 30 e enviado aos membros do órgão um dia antes, e ao pedido de reuniões virtuais.
- O Palmeiras sempre foi um clube de vanguarda, mas tem retrocedido em termos de transparência, seja no que diz respeito às nossas finanças ou aos nossos processos de governança. Estamos bem atrás de outros clubes brasileiros, que já disponibilizam todo conteúdo para seus torcedores, investidores, parceiros e sociedade, de forma ampla e didática - diz um trecho do documento.
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- Consideramos inadequado que o clube não disponibilize alguma solução tecnológica que permita os debates e questionamentos acerca do material enviado. Nesse contexto, resta aos conselheiros tentar compreender os detalhes sobre a situação financeira da SEP apenas com base no pouco material a que se tem acesso e no que é veiculado pela imprensa - aponta o documento, que contesta as movimentações do balanço do ano passado.
- O total das despesas aprovado para o exercício foi de R$ 547 mi, mas o
clube gastou efetivamente R$ 663 mi, o que representa uma variação
de mais de 21%. O superávit previsto no mesmo orçamento era de R$ 15,3 mi, mas ficou em apenas R$ 1,7 mi. Ressalte-se que o orçamento apresentado foi classificado pela Diretoria Executiva como “conservador” e não incluía
os direitos de transmissão com a Rede Globo. Ou seja, sem os R$ 55 mi a mais recebidos nesta linha de receitas (que, aparentemente, não trazem novas despesas consigo), entende-se que a SEP teria encerrado o ano com prejuízo.
Os conselheiros pedem explicações, também, para o item apontado como "estoque" que, segundo disse o presidente Maurício Galiotte à ESPN em 1 de maio, "é um item do contrato da Puma, que paga parte do contrato em valores e parte em materiais".
- O montante incluído no ativo como conta ESTOQUE não possui precedente nos balanços anteriores. Este valor, por si só, faz com que o resultado financeiro do último exercício deixe de ser negativo para se tornar positivo. O ineditismo dessa contabilização, portanto, suscita algumas dúvidas. Outros clubes brasileiros adotam mesmo expediente? Assumindo que a rubrica estoque (que não possui detalhamentos) diga respeito ao material esportivo, gostaríamos do acesso ao contrato celebrado com a Puma, assim como aos lançamentos contábeis realizados a esse respeito - aponta a carta.
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