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Até conta de luz causa atrito entre Palmeiras e WTorre

Às vésperas de o Allianz Parque completar um ano de sua abertura, parceiros divergem por valores cobrados em dias de jogos. Clube não tem recebido repasses da construtora

Allianz Parque (foto:Ari Ferreira/LANCE!Press)
imagem cameraPalmeiras e WTorre assinaram um contrato de 30 anos pelo Allianz Parque (foto:Ari Ferreira/LANCE!Press)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 15/11/2015
20:15
Atualizado em 16/11/2015
09:04

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Parceiros por contrato, mas adversários na Justiça, Palmeiras e WTorre vivem um novo impasse nesta tortuosa relação. Nem a construtora tem feito o repasse dos ganhos percentuais do clube por eventos na arena, em uma dívida que se aproxima dos R$ 2 milhões, nem tem recebido aquilo que considera ser reembolso de custos em dias de jogo do Verdão, de cerca de R$ 4 milhões.

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Segundo o contrato, o Palmeiras precisa reembolsar a WTorre dos custos e despesas em energia, segurança, água e seguros quando o clube usa o estádio, todos devidamente comprovados. No meio do ano, a construtora entregou a conta dos primeiros 26 jogos no Allianz, cobrando os R$ 4 milhões. Pessoas ligadas ao clube ouvidas pela reportagem explicam que o Verdão concorda em pagar, mas não concorda com os números justamente por não ter recebido comprovantes dos gastos, além de questionar algumas cobranças.

Uma fonte ligada à WTorre, por sua vez, contou que a partir do momento em que houve a divergência nos valores, as reuniões para prestações de contas pararam, e as partes têm tratado do tema por notificações judiciais. O LANCE! apurou que a tendência é de que este seja mais um ponto a ser debatido na segunda arbitragem entre as partes, iniciada após a construtora contestar a forma como o clube define os descontos de ingressos a sócios-torcedores. Esta discussão deve rolar por mais dois anos, enquanto o primeiro processo na corte arbitral, que definirá quantas cadeiras cada parte terá no novo Palestra Itália, agora deve se encerrar apenas no meio do ano que vem.

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Diante do fim das citadas reuniões entre os parceiros, o Palmeiras já não recebe os repasses de eventos no Allianz Parque desde maio e o valor devido pela parceira chegará a cerca de R$ 1,8 milhão após o vencimento do pagamento da multa pelo partida contra o Sport, que ocorreu no Pacaembu.

O L! ouviu de empresas que negociam com a Allianz Parque que a situação financeira da WTorre ainda é delicada, mas a construtora explica que muitas de suas dívidas estão negociadas. O Palmeiras, procurado, não irá se pronunciar. Com os parceiros em constante disputa, o Allianz Parque completa um ano de sua abertura nesta quinta-feira.

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Palmeiras faz a esperada estreia no Allianz Parque (Foto: Reginaldo Castro/ LANCE!Press)
Allianz Parque está aberto há um ano (Foto: Reginaldo Castro/ L!Press)


DIVERGÊNCIAS NAS CONTAS

Energia: Nas cobranças entram os gastos com a máquina de luz artificial do campo, usada um dia antes e um dia após as partidas. Para o clube, isto não deveria entrar na conta, assim como a cobrança pelo uso de internet nos dias dos jogos, por exemplo.

Segurança: O clube fornece seguranças em dias de jogos, mas em alguns setores há funcionários da construtora e do clube. Além de não considerar necessária a presença de contratados da WTorre, os valores cobrados são considerados elevados.

Palmeiras perde para o Sport na inauguração do Allianz Parque (Foto: Ale Cabral/LANCE!Press)
Arena já recebeu cerca de 1,4 milhão de pessoas (Foto: Ale Cabral)


ENTENDA O ACORDO

Naming rights
A WTorre vendeu o nome do estádio para a Allianz por R$ 300 milhões, divididos em 20 anos, com cláusula para renovar por mais dez. Nos cinco primeiros, a construtora repassa 5% ao clube, e o valor cresce 5% a cada cinco anos. Desde maio, o clube não está recebendo este repasse.

Camarotes
É a mesma lógica dos naming rights: WTorre comercializa os camarotes e repassa 5% do valor nos primeiros cinco anos. O valor cresce na mesma proporção do item anterior e também não tem entrado nas contas do Palmeiras.

Renda dos jogos
O Palmeiras tem direito a 100% do valor arrecadado com ingressos para os jogos, descontadas as despesas.

Reembolso em jogos
Além de gastos comprovados com energia, segurança, água, luz e seguros, o clube tem de reembolsar a WTorre em outros gastos a serem definidos em comum acordo, mas não há este acerto entre as partes sobre quais as despesas de responsabilidade do clube em dias de jogos, e quais não.

Jogos fora do Allianz
Caso o Verdão não possa jogar no Allianz Parque por conta de eventos marcados pela WTorre, a construtora precisa pagar uma multa, equivalente a 50% da renda bruta da partida. Pelo jogo contra o Grêmio, o Palmeiras deveria receber R$ 485 mil. O prazo já venceu e a quantia não foi paga. Do jogo com o Sport o débito ainda não venceu, e é de R$ 241 mil.

Cadeiras
A WTorre julga ter direito a comercializar todas as cadeiras, repassando um valor ao clube ano a ano, na mesma proporção dos naming rights e dos camarotes. Alguns assentos já começaram a ser vendidos pela construtora, com contratos válidos até o fim do ano, e já com ingressos embutidos.

Visão do clube
Diz que a WTorre pode vender só 10 mil cadeiras especiais (as que começaram a ser comercializadas estão nesta cota). As do clube não seriam vendidas, mas reservadas para sócios-torcedores. A construtora já sugeriu envolver os sócios-torcedores na venda de cadeiras coordenada por ela.

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