Craque do futsal, Papagaio escolheu o campo para poder brilhar no Verdão
Atacante se destacava no salão e até foi campeão pela Seleção Brasileira sub-17, mas optou pelo campo para não precisar sair do Palmeiras e agora busca título inédito da Copinha
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Rafael Elias, atacante do time sub-20 do Palmeiras, é chamado de Papagaio porque costumava falar demais quando era criança. Aos 18 anos, o garoto já é um pouco mais recatado, mas enche a boca para falar do clube que defende.
- O Palmeiras tem uma torcida que não tem nem o que falar. Eles lotaram todos os jogos em Taubaté, apoiaram os 90 minutos. Nas redes sociais também tem reconhecimento, acabei ganhando bastante seguidor no Instagram, bastante gente solicitando amizade no Facebook. Mas o reconhecimento vem de dentro do campo, né? Por isso que a gente procura se dedicar e honrar a camisa - discursou o centroavante, ao LANCE!.
Papagaio tem boas chances de ser titular do Palmeiras no jogo contra a Portuguesa, às 19h20 desta sexta-feira, no Pacaembu, pelas quartas de final da Copa São Paulo Júnior. Ele está começando a construir sua trajetória no futebol de campo após um período bastante promissor no futsal. Quem o viu jogar nas quadras diz que ele tinha futuro. Por que optar pelo campo, então?
- Eu tinha destaque, sim, no futsal. A gente fez história no Palmeiras, eu acabei sendo convocado para a Seleção, fui campeão sul-americano sub-17. Eu construí uma história no futsal do Palmeiras, mas o clube não ia ter o sub-20 e eu não queria ir para outro lugar. Eu tinha várias propostas para jogar futsal, mas queria ficar no Palmeiras e fiz essa escolha, mais pelo fato de o Palmeiras só ir até os 18 anos no futsal - conta ele.
- No começo foi bem difícil. Joguei futsal 13 anos da minha vida, poucas vezes tinha jogado campo. No começo eu tentava conciliar, mas chegou uma hora em que precisei optar. Acabei optando pelo campo. Eu já tinha jogado um Paulista no sub-15 da Portuguesa e acabei tentando. Graças a Deus deu certo.
Até por ser um novato entre os garotos que jogam futebol de campo no Verdão, Papagaio começou a Copinha como reserva de Léo Passos. Só que o titular, frequentemente artilheiro das competições de base, não vive boa fase e ainda não marcou gols no torneio. Papagaio, ao contrário, fez dois na goleada por 7 a 0 sobre o Taubaté e assumiu uma vaga na equipe contra o Vasco.
- O treinador optou por mim contra o Vasco e eu fui bem, consegui dar uma assistência, dar dinâmica ao jogo. Mas essa questão de ser titular ou não é relativa. O grupo é qualificado. O Léo é titular da posição, foi titular o ano todo, artilheiro da equipe em diversos campeonatos, e tem o respeito do grupo. Ele finaliza bem, é muito técnico. Eu sou um pouco mais de força, busco dar dinâmica dentro da área, profundidade. São características diferentes e quem for escolhido precisa corresponder.
Ele nem pensa na hipótese de não comemorar se marcar um gol contra a Portuguesa.
- Eu comecei em uma escolinha de futebol do bairro e fui jogando campeonatos até surgir o convite de ir para a Portuguesa. Com cinco anos, fui jogar um campeonato da Federação. Fiquei dez anos na Portuguesa, depois joguei um ano no futsal do Juventus e aí surgiu o convite para o futsal do Palmeiras. Um carinho a gente tem, né? Mas, se fizer gol, lógico que vou comemorar. A gente tem carinho, mas também tem consciência das coisas. Vou comemorar, sim, com meus companheiros, e que a gente possa sair com a vitória no fim - avisa o goleador, que já sabe para quem dedicaria o possível título inédito do Verdão na Copinha:
- Eu queria deixar um agradecimento especial para toda a minha família, que sempre me apoiou, principalmente minha mãe, dona Gina, o irmão dela, o César, e meu tio Celso. Foram as pessoas essenciais para mim.
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