Dívida com a Crefisa faz COF rejeitar contas do Palmeiras pelo 2º mês
Conselho de Orientação e Fiscalização, que já havia reprovado as contas de janeiro, fez o mesmo com as de fevereiro em reunião na noite desta segunda
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O Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) do Palmeiras rejeitou na noite desta segunda-feira, por 11 votos a 4, as contas do mês de fevereiro. No fim de junho, o órgão já havia reprovado as contas de janeiro.
O principal motivo é a dívida que o clube assumiu com a Crefisa: aditivos assinados em janeiro estabeleceram que a patrocinadora precisa receber de volta o valor aportado para a aquisição de reforços mesmo se os jogadores forem vendidos por menos do que custaram. São cerca de R$ 120 milhões de débito. Como os jogadores são ativos do clube, os pares de Galiotte defendem que a situação não é preocupante e será resolvida à medida em que eles forem negociados.
Desse valor, R$ 98 milhões foram adicionados às dívidas registradas em balanço entre dezembro e fevereiro. Isso fez com que o clube fechasse o mês de fevereiro com déficit de R$ 2,6 milhões. Somando com janeiro, o déficit do ano é de R$ 15,9 milhões.
Os balanços dos meses seguintes ainda não foram analisados. O COF atrasou o processo porque estava tentando convencer o presidente Maurício Galiotte a renegociar este acordo com a Crefisa. Não houve sucesso.
O déficit deve ser corrigido com o valor das vendas feitas pelo clube no último mês. Foram mais de R$ 100 milhões arrecadados com jogadores.
A reprovação das contas não tem efeito imediato, já que o Conselho Deliberativo só analisará o balanço no fim do ano, com todos os meses consolidados. Mas o COF tem dado claras demonstrações de desacordo com Galiotte, que é muito próximo a Leila Pereira. Mustafá Contursi, desafeto da empresária, exerce forte influência no órgão.
Membros do COF sustentam que Galiotte feriu o estatuto ao assumir uma dívida de valor superior a 10% da receita prevista para o ano. O presidente e seus pares dizem que as alterações no contrato com a Crefisa foram feitas antes desta norma passar a valer e dizem que há motivação política na reprovação das contas.
Galiotte deve disputar a reeleição no fim deste ano, provavelmente contra Genaro Marino, seu atual vice-presidente, mas que ficou ao lado de Paulo Nobre quando os dois romperam. Já Leila Pereira trabalha para ser a sucessora dele na eleição seguinte, que será em 2021 se os sócios ratificarem, em 4 de agosto, a mudança na duração do mandato presidencial de dois para três anos, já aprovada no Conselho.
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