Em alta no Palmeiras, Scarpa faz reflexão sobre o futebol: ‘Não é um conto de fadas’
Em longa entrevista ao GE, meia do Verdão fala sobre como enxerga o esporte em que atua e também analisou a questão de seu posicionamento em campo
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O Palmeiras tem em seu elenco vários personagens carismáticos e de identificação popular, sendo o maior deles, talvez, Gustavo Scarpa. Com seus hábitos peculiares, bem distintos em relação aos demais companheiros, ele se destaca no meio rende bons papos. Em entrevista ao GE, publicada nesta quarta-feira, o meia refletiu sobre o futebol e ainda comentou seu posicionamento dentro de campo.
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Aos 28 anos, Scarpa está desde 2018 no Verdão e coleciona títulos desde então. No entanto, para ele, o futebol não é toda essa maravilha que muitos pensam e que as crianças levam como conto de fadas. Apesar de nada disso tirar seu prazer de jogar, o meia acredita que os meandros do esporte acabam tirando o encanto.
- Quando eu era criança, eu via o futebol como um negócio dos sonhos, um conto de fadas em que tudo é top, o estádio está cheio, você vai fazer gol. E aí você começa, 13, 14, 15 anos, a entrar nessa rotina de treino, começa a ir pro sub-20, às vezes pro profissional, e você vê: "Opa, mano, não é esse conto de fadas que eu pensava”. Não na questão de falhar, de não ter o sucesso sempre - afirmou Scarpa.
- Mas você começa a ver coisas no futebol, coisas que acontecem em empresas, problemas, injustiças. Você vê gente passando uma imagem completamente diferente do que a pessoa realmente é. Você conhece a pessoa no dia a dia e você sabe que as coisas não são assim. Fui perdendo um pouco o encanto com o futebol.
- Não na questão de jogar, de ser profissional, de ter metas, mas de ver o futebol como essa coisa de "ai, que legal, é o mundo dos sonhos". Eu sei que não é bem assim. Mas isso de forma alguma tira a minha vontade de realizar sonhos. E na questão do jogo em si, o futebol, o jogo é top. Mas acho que o dia a dia, a rotina, me fez perder um pouquinho o encanto. E a pressão popular, talvez. Isso acabou me afastando um pouco do futebol nesse sentido. Mas não na vontade que eu tenho de viver o jogo ainda, sabe? - contou ao GE.
Esclarecido e sem deixar de responder às perguntas dos entrevistadores, Scarpa também falou do seu desejo de atuar em sua posição preferida, além de mostrar um certo incômodo por acabar sendo um "quebra-galho" quando é preciso improvisar, como aconteceu quando jogou pela lateral e quando atua na ponta.
- Eu já tive essa conversa com o Abel, porque até com ele, como com os treinadores anteriores, eu sofri um pouco com isso. Pô, tá faltando alguém em alguma posição, coloca o Scarpa. Isso tanto em treino quanto em jogo. Isso começou a me deixar um pouco irritado. Já não estava gostando tanto. Chegou uma hora em que me posicionei. Falei: "Professor, quero jogar na minha posição". "Ah agora não dá, a partir do ano que vem". Foi quando ele deu a oportunidade na meia.
- Mas é o que o Abel fala às vezes: não é o que a gente quer, é o que o grupo precisa, e alguns precisam se sacrificar. Só que tem hora que é chato, né, mano, ser sempre você o escolhido para se sacrificar.
Scarpa tem vínculo com o Palmeiras somente até dezembro deste ano, podendo assinar um pré-contrato com outro clube a partir do fim deste mês. As partes estão conversando há algum tempo, mas ainda sem desfecho. O meia declara publicamente seu desejo de atuar no futebol europeu, enquanto o Verdão quer mantê-lo.
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