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Entenda por que o Palmeiras não ‘gasta’ com centroavante apesar do superávit de 2021

Clube entende que o faturamento recorde do ano passado é atípico e que mesmo assim não foi capaz de cobrir o rombo do exercício de 2020 causado pela pandemia

Leila Pereira, Anderson Barros e Abel Ferreira
imagem cameraLeila Pereira, Anderson Barros e Abel Ferreira esfriaram na busca pelo sonhado "9" (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 18/02/2022
17:33
Atualizado em 19/02/2022
11:21

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Para começar o texto, é importante que se diga que o Palmeiras não está em uma crise financeira. Esse não é o problema pelo qual o clube passa neste momento. A questão agora é de ajustes nos cofres, depois de duas temporadas atípicas em termos de faturamento e de resultados líquidos. O objetivo da diretoria é equilibrar as contas e manter o nível do elenco, sem onerar ainda mais as finanças com reforços que fogem da realidade alviverde e do país.

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Na última sexta-feira, o LANCE! publicou uma reportagem dizendo que o clube trata como improvável a chegada de reforços em um médio ou curto prazo. No mesmo dia, veio à tona a prévia do balanço do exercício de 2021, que mostrou um superávit de R$ 123 milhões impulsionado por um faturamento recorde de quase R$ 950 milhões. No entanto, isso não significa poder de contratação.

É preciso lembrar que em 2020, por conta da pandemia de coronavírus, não somente o Verdão como os outros clubes do mundo sofreram o impacto da paralisação do futebol. No Alviverde, o déficit foi de R$ 151 milhões, uma vez que as despesas (R$ 762,8 milhões) foram maiores do que as receitas (R$ 611,8 milhões). Vale lembrar que as maiores premiações caíram apenas em 2021.

Em outras palavras, mesmo com os R$ 123 milhões de lucro em 2021, eles não foram capazes de abater o déficit de R$ 151 milhões de 2020. Cerca de R$ 28 milhões de reais não foram abatidos e acabaram diluídos no passivo do clube.

Tanto 2020 quanto 2021 são considerados anos atípicos do ponto de vista financeiro. Já que 2020 foi altamente impactado pela pandemia, com portões fechados e escassez de receitas, e 2021 teve duas finais de Libertadores, as duas conquistadas pelo Palmeiras. Algo que não deve acontecer novamente no calendário. Mesmo que o clube volte a vencê-la em 2022, não será igual.

O Verdão fechou 2021 com R$ 824.191.494,38 de despesas, um valor altíssimo, se levarmos em conta o que será preciso arrecadar de receitas para que o resultado líquido "empate". Claro que o planejamento do clube é cortar custos, como já aconteceu no futebol profissional com as saídas de jogadores, mas ainda assim são valores bastante altos que demandam faturamentos grandes.

Não é à toa que no orçamento para 2022 estão previstos R$ 133 milhões em vendas de jogadores. Essa será a grande ajuda para os cofres. Danilo, que desperta o interesse do mercado europeu e dificilmente ficará depois da janela, e Endrick, que já provoca disputa entre os gigantes do Velho Continente, são considerados os principais ativos para fazer dinheiro nesta temporada.

Com uma previsão conservadora de conquistas esportivas (semifinal do Paulistão, G4 do Brasileirão, e quartas de final da Libertadores e da Copa do Brasil), sem apostar em títulos, o Palmeiras já mostra que este ano será de ajustes de contas e não de investimentos. Além disso, a gestão descarta qualquer tipo de adiantamento de receitas futuras para fazer contratações.

A verdade é que não necessariamente os recursos acumulados em 2021 irão ser usados em 2022. Trata-se de um novo ano, um novo orçamento, e com resquícios dos estragos de 2020. Pagar de 12 a 20 milhões de euros (R$ 70,5 milhões e R$ 117,5 milhões na cotação atual) em um reforço de peso, que também viria com salário alto, não tem espaço nesse ajuste financeiro.

Por enquanto, a chegada de reforços é tratada como improvável, mas não impossível. A diretoria, que admite que há uma carência no elenco (o centroavante tão sonhado por Abel Ferreira), não descarta uma oportunidade de mercado ou um fato novo que facilite essa engenharia financeira, como a entrada de novas receitas. Caso contrário, o objetivo é bem claro: impedir que o desequilíbrio financeiro deste momento traga problemas futuros. 

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