Felipão e a Copa: técnico busca penta seis anos após uma conquista na raça
Campeão da Copa do Brasil duas vezes pelo Palmeiras, uma pelo Grêmio e outra pelo Criciúma, Scolari superou problemas em 2012 com o Verdão em seu último título
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Luiz Felipe Scolari chega nesta sexta-feira ao Brasil, logo ainda não estará no banco de reservas em Salvador na partida entre Palmeiras e Bahia, pelas quartas de final da Copa do Brasil, nesta quinta. Mas sua comissão técnica, formada por Paulo Turra e Carlos Pracidelli, já dará as cartas em uma competição que Felipão conhece muito bem. Tetracampeão com dois títulos pelo Palmeiras, um pelo Grêmio (1994) e outro pelo Criciúma (1991), o treinador levou a Copa pela última vez há seis anos de forma invicta sob o comando do Verdão. Scolari é o maior vencedor da competição, criada em 1989 - Mano Menezes, Renato Gaúcho e Levir Culpi têm dois títulos cada.
Você se lembra como ele chegou à última taça? Bruno; Artur, Maurício Ramos, Thiago Heleno (Leandro Amaro) e Juninho; Henrique, Marcos Assunção, João Vitor (Márcio Araújo) e Daniel Carvalho (Luan); Mazinho e Betinho. Esta foi a formação do Palmeiras na decisão de 2012, no Couto Pereira, contra o Coritiba. O empate em 1 a 1, com gol de Betinho, deu o segundo título da Copa do Brasil ao clube, que voltou a conquistá-la, com Marcelo Oliveira, em 2015. O título de 1998 foi com Scolari no banco de reservas.
Dramático
Com elenco limitado, Felipão viveu um drama no dia da primeira final contra o Coritiba, na Arena Barueri - o Palmeiras não teve o Palestra Itália, fechado para a construção do Allianz Parque, na campanha. Principal jogador do time, o atacante Barcos, hoje no Cruzeiro, acordou com apendicite e foi internado, ficando ali vetado dos dois jogos decisivos. Felipão teve de escalar Betinho, que se tornaria herói em Curitiba. Na ida, a torcida fez de Barueri um caldeirão, Bruno fechou o gol e Valdivia, que acabou expulso e suspenso da volta no Paraná, e Thiago Heleno marcaram os gols: 2 a 0. O Palmeiras, eficiente e longe de ser brilhante, garantiu enorme vantagem.
Um gol de falta de Ayrton, do Coxa, no segundo tempo, deu ânimo ao adversário na volta. Mas perto do fim Betinho desviou de cabeça um cruzamento de Marcos Assunção e garantiu mais uma taça ao Palmeiras.
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Bigode do Mago
A campanha uniu Felipão e Valdivia, que viviam às farpas na segunda passagem de Scolari pela Academia. Na semifinal contra o Grêmio, o treinador inovou na ida lançando o zagueiro Henrique de volante. O Palmeiras amarrou o adversário, considerado melhor tecnicamente na época, e definiu a partida no fim, com gols de Mazinho e Barcos: 2 a 0. O Tricolor conseguiu sair na frente na volta, em Barueri, apenas no segundo tempo. Mas pouco depois Valdivia empatou, classificou o Verdão e festejou com um abraço forte em Felipão. O Mago adotou na época um bigode à moda Scolari. O gesto de carinho, inclusive, irritou o gremista Kleber, ex-palmeirense e desafeto de Luiz Felipe por uma briga que se tornou pública (o Gladiador era muito amigo de Valdivia).
A campanha
O Palmeiras não perdeu de ninguém na Copa do Brasil de 2012. Na última edição do torneio em que os clubes da Libertadores não participavam, o Verdão eliminou o Coruripe-AL com vitórias por 1 a 0 e 3 a 0 na primeira fase. Na segunda, bateu o Horizonte-CE já na ida por vencer por 3 a 1. O adversário das oitavas foi o Paraná: duas vitórias (2 a 1 e 4 a 0). Antes de encarar Grêmio e Coritiba, o Verdão eliminou o Atlético-PR nas quartas: empate em 2 a 2 fora de casa e vitória por 2 a 0 na volta garantiram a vaga palmeirense.
Outra realidade
Felipão foi endeusado pela torcida com a conquista de 2012 - o Palmeiras não conquistava um título nacional desde a Copa dos Campeões de 2000. Foi o triunfo de um treinador que vivia em atrito com o vice de futebol da época, Roberto Frizzo, e cobrava sempre grandes reforços, os quais apelidou de "camarões", para ter resultados na passagem que se iniciou em 2010.
Até o título da Copa, o Verdão não passou da décima posição nos Brasileiros e protagonizou vexame com uma eliminação na semi da Copa Sul-Americana de 2010, em casa, para o Goiás. Felipão demorou dois anos para superar os obstáculos e voltar a ser campeão no Palmeiras após se tornar ídolo entre 1997 e 2000. Mas o amor durou pouco: o Verdão, que tinha deixado o Brasileiro em segundo plano por conta da Copa, não reagiu, Scolari acabou demitido e o Verdão amargou o rebaixamento para a Série B no fim do ano.
Hoje, o Verdão vem de dois títulos recentes (Brasileirão e Copa do Brasil), tem um dos estádios mais modernos do mundo e um dos elencos mais caros do Brasil. Felipão tem três chances para ser campeão já em 2018: Libertadores, Copa do Brasil e Brasileiro. O contrato do treinador vai até o fim de 2020.
O time desta quinta? Anote aí e compare com aquele de 2012: Weverton, Marcos Rocha, Antônio Carlos, Edu Dracena e Diogo Barbosa; Felipe Melo, Bruno Henrique e Moisés; Willian, Dudu e Deyverson.
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