Ao falar de Felipe Pires, na semana passada, o técnico Luiz Felipe Scolari o definiu como "velocidade pura". E o atacante, em sua primeira entrevista coletiva como atleta do Palmeiras, afirmou que sua característica é exatamente essa. Arma que faltava ao time campeão brasileiro do ano passado e trunfo para o jogador seguir no clube em definitivo - está emprestado pelo Hoffenheim, da Alemanha, até o final do ano.
- Meu objetivo, como de todos os jogadores, é ganhar todos os títulos possíveis e meu objetivo individual é fazer uma boa temporada, gols e ajudar a equipe a ganhar título. Vim por empréstimo, com opção de compra. Quero mostrar meu futebol para o Palmeiras me comprar. Mostrar meu futebol para o professor Felipão, para a diretoria e para toda torcida - declarou.
- Minha característica é velocidade, no um contra um, sou muito rápido, habilidoso, sofro muitas faltas. Quando o professor Felipão falou que sou velocidade pura, não estava mentindo. Sou muito rápido, sempre procurando contato, drible. É a minha característica.
Atuando dessa forma, Felipe Pires surpreendeu ao aparecer entre os titulares no jogo-treino de sábado, contra o Comercial, o que é um indício de que ele pode estrear desde o início no domingo, contra o Red Bull, pela primeira rodada do Campeonato Paulista. Começando bem sua trajetória no clube que gostaria de defender desde o meio do ano passado, quando Keno foi vendido ao Pyramids, do Egito.
- No Hoffenheim, não pude jogar por opção do treinador. Ele falava que era por tática, mas eu treinava todos os dias e, infelizmente, a oportunidade não veio. E era para eu ter vindo para o Palmeiras depois da saída do Keno. O Palmeiras me procurou e conversamos, eu queria muito vir, mas não deu, o Hoffenheim não me liberou. Mas tive importância nessa decisão de vir agora. Falei que não estava feliz, que meu destino deveria ser o Palmeiras, e tudo se concretizou. Graças a Deus, estou no melhor time do Brasil - comemorou
- Da Europa, acompanhei o Palmeiras e vi que necessitava de um jogador pela ponta. Acompanhei o Keno desde o Santa Cruz, é um grande jogador, com as mesmas características que eu, procura o drible, é rápido. Vi que o Palmeiras estava precisando de ponta e foi atrás de mim e do Carlos Eduardo. É bom para mim o Palmeiras precisar de jogar rápido, de drible. Vamos ver o que vai acontecer. Estou muito feliz por estar no Palmeiras.
Confira outros temas abordados por Felipe Pires nesta quinta-feira:
Inspiração
Quando eu jogava na base, tinha como referência o Ronaldinho Gaúcho. Hoje, é o Neymar. Vejo muito vídeo dele antes de eu jogar, e temos a mesma posição. Ele me inspira muito, porque busco sempre o drible e a jogada individual.
Lista do Campeonato Paulista
Não sei, não, hein? Quem sabe é o professor felipão. Espero estar na lista. A maior dor de cabeça é do professor Felipão. É uma grande dor de cabeça, mas positiva. Qual treinador não quer treinar um elenco como o do Palmeiras. Ele vai tomar a decisão, ver quem está melhor fisicamente, tem 26 vagas. É difícil falar, porque posso estar fora da lista. Mas darei meu máximo para ajudar o Palmeiras. Vamos ver o que vai acontecer, quem fica dentro e quem fica fora.
Reencontrar o Red Bull
Fico muito feliz de reencontrar clube que me ajudou, revelou, agradeço muito pelo que fizeram por mim. Tenho muitos amigos lá ainda e ficarei muito feliz se puder enfrentar o Red Bull.
Europa
Todo jogador jovem sonha com Europa. Sempre foi o meu sonho e tive a oportunidade, com o intercâmbio da Red Bull, na Áustria. Treinei bem, tive a oportunidade de ganhar contrato. Mas quis voltar porque, quando se trata de Palmeiras, o melhor time do Brasil, não tem como não pensar. Meu sonho era ficar na Europa, mas não pensei duas vezes e falei que queria vir. Graças a Deus, tudo se concretizou bem e estou no melhor time do Brasil.
Keno
Para mim, é uma honra ser comparado a um jogador como o Keno, que a torcida a gosta e tem um carinho muito grande. É uma felicidade enorme ser comparado ao Keno. Espero traçar o mesmo caminho que ele traçou aqui, mas ainda melhor, com ainda mais títulos. A torcida pode esperar um jogador que dá o máximo em campo e nos treinos. Espero ajudar o Palmeiras a ganhar todos os títulos possíveis neste ano.
Ser desconhecido no Brasil
É normal. Saí muito cedo, não joguei como profissional no Brasil. É normal a torcida não me reconhecer. Vi nas redes sociais eles perguntando quem sou eu, de onde vim e como jogo. Vejo como positivo, dá mais força para mostrar quem sou e meu futebol.
Titular no jogo-treino de sábado
O Felipão trata todos iguais, independentemente de onde veio, quem é e quanto ganha. Tive a oportunidade de jogar no time titular, mas o Palmeiras não tem time titular, foi campeão no ano passado jogando com dois times. Mas fiquei muito feliz pelo professor ter acreditado, e tive meus méritos, treinei muito bem na semana.
Indicação de Felipão
Não é um peso a mais. Fiquei muito feliz, vindo de um treinador como o Felipão, que treinou grandes jogadores e é um grande treinador. Agora, só depende de mim, de dar o meu máximo nos treinamentos e dentro de campo. Aí, sim, vocês vão ver quem é o Felipe Pires.
Experiência na Europa
A Europa não é só mar de rosas, não. É difícil. No começo, foi muito difícil, em termos de língua, clima. É diferente, jogar com menos 10ºC. Já pensei em voltar logo que cheguei, nos primeiros três meses, me perguntei o que estava fazendo lá em vez de estar no Brasil. Mas aprendi muita coisa, a falar outra língua, conviver com outras culturas e filosofias. E aprendi muito taticamente. Na Alemanha, a tática vem antes da técnica. Hoje, volto ao Brasil e posso mostrar o que aprendei. Tenho uma leve vantagem.