Na terça-feira, 30 de junho, se encerra o segundo e último mês do acordo de redução salarial do Palmeiras com o elenco. E a diretoria, sem descartar nenhuma hipótese, resolveu manter a mesma estratégia que gerou elogios dos jogadores: atualização constante da situação financeira do clube, abrindo espaço para diálogo e expondo números se houver necessidade de novo corte.
No momento, não há nenhuma decisão sobre novo corte. Desde abril, há um estudo permanente para detectar o impacto econômico da pandemia do coronavírus. Para se chegar ao acordo vigente, o principal argumento foi de que, com o corte de 25% dos vencimentos do elenco profissional masculino em maio e junho, e parcelamento de dois meses de direitos de imagem, ninguém seria demitido. E os atletas continuam se mostrando abertos a conversar.
Para o atual acordo, o presidente Maurício Galiotte manteve-se em diálogo frequente, principalmente com o técnico Vanderlei Luxemburgo, que também sofreu redução salarial. Mas também houve contato com os jogadores até a formalização da proposta que foi aceita. O elenco conversou entre si e, através de Felipe Melo, capitão do time, repassou a Luxemburgo que topavam, com a condição de que empregos fossem mantidos em todas as áreas do clube.
Luxemburgo, que ficará afastado nos próximos dias por conta de uma cirurgia para retirada da vesícula, nesta quinta-feira, sempre deixou claro que está aberto a conversar novamente, se houver necessidade. Os jogadores têm a mesma postura. E o trunfo da diretoria é de comprovar com o que chama de argumentos técnicos se precisar mexer nos salários dos atletas novamente.
O Palmeiras tem sofrido por não contar com receitas de bilheterias, sem partidas realizadas, e, com isso, também com uma queda no que recebe de sócios-torcedores. O mesmo ocorre em relação a mensalidades dos sócios do clube social, fechado há mais de três meses. Por outro lado, Crefisa e Faculdade das Américas, principais patrocinadores, e a Puma, fornecedora de material esportivo, mantiveram os pagamentos previstos, dando fôlego financeiro.
O atual acordo com os jogadores envolve, além de Vanderlei Luxemburgo, o diretor de futebol Anderson Barros e o gerente de futebol Cícero Souza. Houve redução de 25% dos salários de maio e junho registrados em carteira e o parcelamento, até junho de 2021, dos direitos de imagem de abril e maio.
Ainda prometendo manter os funcionários de todos os departamentos, o clube decidiu suspender os contratos de parte de seus profissionais, assegurando, porém, a manutenção do valor líquido de seus salários (com ajuda do governo federal), além de cestas básicas e acesso ao plano de saúde. Não houve alteração nos pagamentos a atletas do time feminino e de esportes amadores.