Hoje rivais, Palmeiras e Juventude já foram parceiros na década de 1990

Ambos patrocinados pela Parmalat, equipes se ajudavam e constantemente trocavam atletas; negócio envolvendo Cafu foi o mais famoso. Relembre!

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De volta ao Campeonato Brasileiro da Série A em 2021 após mais de uma década longe da elite do futebol brasileiro, o Juventude irá reencontrar o Palmeiras após 14 anos. Com retrospecto de 18 jogos na história entre as equipes, são nove vitórias, seis empates e três derrotas do Verdão contra os gaúchos.

Possuindo uma história centenária, os destinos do clube sulista com o Palmeiras já se cruzaram em diversos momentos. Autor do gol palestrino na conquista do bicampeonato da Libertadores, Breno Lopes foi contratado pelo Verdão depois de se destacar na Série B com o Juventude. Vice-artilheiro da competição, o responsável por cabecear a bola no canto esquerdo do goleiro John, do Santos, chegou ao clube com investimento de 7,5 milhões de reais por 50% de seus direitos econômicos.

Após o gol do atacante, a torcida palmeirense ‘agradeceu’ a negociação ajudando o Juventude com uma campanha nas redes sociais. Em sua conta oficial no Twitter, o clube gaúcho pediu auxílio aos torcedores para a melhora da iluminação do seu estádio. Dias após o pedido, a diretoria informou que foram realizadas pelo menos 800 doações. Os valores fizeram com que o total arrecadado na campanha batesse 73 mil reais.

– Bom dia, torcedor do Palmeiras! Como forma de agradecimento pelo Breno, poderiam fazer um PIX para ajudar a melhorar a iluminação do Jaconi, né? É só usar a chave iluminar@juventude.com.br e doar qualquer valor – publicou o Juventude.

E a boa relação entre os dois clubes é bem mais antiga. As duas equipes eram patrocinadas pela Parmalat na década de 1990. À época, alviverdes e jaconeros constantemente trocavam atletas e se ajudavam também fora de campo.

Assim como Breno na Libertadores de 2020, na primeira conquista palmeirense na competição continental, em 1999, um dos 25 inscritos teve passagem pelo clube de Caxias. Aos 20 anos, o lateral-esquerdo e meia Tiago Silva era banco do excelente plantel dirigido por Luís Felipe Scolari. No clube palmeirense de 1998 até 2000, o jovem foi comprado do Juventude, após se destacar no futebol gaúcho.

No entanto, o caso mais emblemático foi com a transferência do lateral-direito Cafu ao Verdão. Multicampeão com o São Paulo e negociado para o exterior, o pentacampeão não poderia retornar ao Brasil para atuar por outro time paulista, com multa de 3.6 milhões de dólares para rompimento do acordo. Portanto, para burlar o contrato, o Juventude comprou o jogador, que atuou em duas partidas e semanas depois foi repassado ao Palmeiras.

Sandro Blum e Lauro também foram outros a percorrerem esse caminho por meio da boa relação pela Parmalat. Zagueiro titular na histórica conquista do Campeonato Paulista de 1996, Sandro atuou entre 1994 e 1995 no Juventude, chamou atenção do Palmeiras e mesmo não sendo tão midiático como outros da equipe marcada por fazer cem gols no estadual, conseguiu seu espaço com Vanderlei Luxemburgo. Já Lauro, presente na conquista da Copa Mercosul e da Copa do Brasil em 1998, chegou a São Paulo após cinco temporadas na equipe jaconera e, sem sucesso, retornou ao Sul em 1999.

Enquanto isso, outros percorreram o caminho inverso. Em 1996, o Verdão emprestou Marquinhos e cedeu Alex Alves. Destaque do Flamengo, Marquinhos chegou ao Palmeiras em 1996, não correspondeu e foi emprestado para Juventude e Bahia antes de ser vendido para o Colo-Colo, do Chile. Já o atacante Alex Alves, foi comprado depois de pouco agregar no elenco palestrino campeão do Brasileirão de 1994.

Com passado de ajudas e boas relações fora das quatro linhas, o Palmeiras encara o Juventude, fora de casa, na próxima quarta-feira (16), no Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul (RS), às 21h30 (horário de Brasília), com transmissão da Globo SP e Premiere.

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