LANCE! Espresso: O festival de vagas na Libertadores e Sul-Americana derruba o nível do Brasileirão

O fraco desempenho do Palmeiras no Mundial de Clubes abriu novamente a discussão sobre a prateleira na qual os clubes brasileiros estão inseridos hoje no futebol internacional.

Esta análise passa por fatores como evasão de talentos, uso das categorias de base e gestão financeira. Mas precisa passar também pelo excesso de vagas para torneios sul-americanos. É frequente atualmente a classificação quase acidental para as Copas Libertadores e Sul-Americana, o que baixa sistematicamente a régua da competitividade do Brasileirão.

Com elencos reduzidos, inúmeros times abdicam do principal torneio nacional para investir força em competições de mata-mata. Muitas vezes, estes clubes ainda conseguem beliscar novas vagas para a temporada seguinte ou abrem o caminho para equipes menos capacitadas figurarem ao menos nas fases prévias dos torneios continentais - não é raro que times que lutaram contra o rebaixamento no Brasileiro acabem na Sul-Americana no ano seguinte.

E a bola de neve se forma rapidamente, com cobranças sobre desempenho de times que nem deveriam estar disputando as taças mais valiosas do calendário. Não foi o caso do Palmeiras, que voltou a se consolidar, desde 2015, como uma das maiores forças nacionais, mas a cobrança por um futebol vistoso e vencedor ignora estes elementos.

O Flamengo de 2019 foi exceção, e não a regra. O futebol brasileiro ainda patina nos processos, e torcedor e imprensa tentam enxergar supremacias onde na verdade há apenas sopros de brilhantismo.

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