menu hamburguer
imagem topo menu
logo Lance!X
Logo Lance!
logo lance!

Acesse sua conta para ter acesso a conteúdos exclusivos e personalizados!

Leila detona Mustafá, diz que Nobre nem aparece e quer Galiotte reeleito

Dona da Crefisa diz que punir Mustafá por venda irregular de ingressos seria um marco na história do Palmeiras e faz duras críticas ao seu antigo aliado político

Enquanto não pode se candidatar à presidência, Leila dá seu apoio a Maurício Galiotte
imagem cameraDivulgação/Instagram
Avatar
Lance!
São Paulo (SP)
Dia 01/01/2018
17:32
Atualizado em 02/01/2018
07:35

  • Matéria
  • Mais Notícias

As próximas eleições presidenciais do Palmeiras, no fim deste ano, devem ter três personagens de peso em destaque: Mustafá Contursi, Paulo Nobre e Leila Pereira. A dona da Crefisa e da Faculdade das Américas ainda não poderá concorrer, mas faz oposição ferrenha aos dois ex-presidentes e diz que será desastroso se um candidato apoiado por algum deles se eleger.

- Eu estou trabalhando forte para a reeleição do Maurício Galiotte. Eu não pensei ainda na possibilidade de um desastre, de o Maurício não ser eleito. Não estraga meu ano, por favor. O ex-presidente Paulo Nobre quase não aparece no clube. O Mustafá Contursi quer um clube retrógrado, sem profissionais, sem nada. Então, meu Deus do céu, acho que os sócios vão analisar tudo isso - disse Leila Pereira.

Hoje, a empresária não conversa nem com Paulo Nobre e nem com Mustafá. É provável, de acordo com diversos conselheiros, que cada um deles lance um candidato para concorrer com Maurício Galiotte nas eleições.

O racha entre Nobre e Leila é mais antigo. Depois de diversas discussões, ele tentou impugnar a candidatura dela a uma vaga no Conselho em seu último ato como presidente. Não conseguiu. A ruptura com Mustafá é mais recente: aconteceu em outubro, após estourar um escândalo sobre suposta venda irregular de ingressos que eram dados por Leila ao ex-presidente. O clube abriu uma sindicância para apurar o caso, que também está na Polícia. Mustafá decidiu que só vai se manifestar após a conclusão das investigações.

- Eu estou dando uma oportunidade para que os conselheiros do Palmeiras punam uma pessoa que se acha acima do bem e do mal. A gente pode traçar uma linha no Palmeiras. O Palmeiras entrou no século XXI, é um clube modelo, e pode dar um exemplo para os outros clubes. Se as empresas não entram para patrocinar os clubes, é por causa disso, desses cartolas. Seria uma linha divisória. Esse é o Palmeiras do futuro. Aqui, quem prejudica a imagem do Palmeiras, vai ser punido - comentou Leila Pereira, que se coloca à disposição até para uma acareação com Mustafá.

Esta é a segunda parte da entrevista dela ao LANCE!. Na primeira, o foco foi para a "Leila patrocinadora", com assuntos voltados ao futebol do Palmeiras. Agora, o tema central é a "Leila conselheira" e a política efervescente do clube.

LANCE!: Como você avalia o seu primeiro ano como conselheira do Palmeiras?
Leila Pereira: Foi muito positivo. Eu frequento bastante o clube aos fins de semana, porque nos dias de semana não tenho condição, trabalho muito. Estou tentando fazer eventos dentro do clube para as pessoas não imaginarem que me preocupo somente com o futebol. Não, me preocupo com a vida social do clube também. Por exemplo, eu utilizo a área da saúde da Faculdade das Américas e coloco mais de 200 pessoas, entre professores, alunos e coordenadores dos meus cursos para fazer check-up nos associados, é um dia só de saúde, para ver pressão, diabetes, colesterol, vários exames, tudo grátis. Agora no fim do ano fizemos uma casa do Papai Noel, coisa que nunca houve no Palmeiras. Nosso Papai Noel é verde (risos). Bancamos tudo e proporcionamos alegria para os pequenos palmeirenses. No dia que o Papai Noel chegou, estava tendo evento da Pastoral do Menor no Palmeiras, com cerca de 500 crianças carentes. Eu mandei comprar 3 mil presentes para distribuir para as criancinhas nesse dia. O que me estimula no Palmeiras é proporcionar felicidade para as pessoas. Estamos tentando aprovar leis de incentivo para beneficiar os esportes amadores do Palmeiras. Não quero ficar vinculada só ao futebol. Quero que os associados entendam que me preocupo também com o clube social. Os sócios estão vendo, reconhecem essa preocupação da gente com o clube social. Eu sou muito acessível lá no clube, então quando as pessoas têm uma solicitação e é uma coisa viável, eu passo ao presidente, passo à diretoria. Acho que sou uma boa porta-voz para os associados. Eu falo e faço também.

Mas houve uma parte negativa, certo? A questão da venda irregular de ingressos que pertenciam à Crefisa e eram repassados ao Mustafá.

Essa foi a parte tenebrosa desse ano, uma decepção muito grande. Mas essa decepção nada tem a ver com o clube, o clube não está envolvido nessa venda irregular de ingressos. O Mustafá era uma pessoa que eu respeitava, fui candidata pela chapa dele. Aliás, eu beneficiei bastante a chapa dele. Fui a conselheira mais votada da história do clube, não por estar na chapa do Mustafá. Eu fiz uma campanha grande, reunia 700, 800 pessoas em hotéis para falar o que pretendia como conselheira.  Por eu ter um grande número de votos, houve candidatos da nossa chapa eleitos com 20 votos. Se não estivessem na nossa chapa, não seriam eleitos.

Como essa questão chegou à Polícia e a uma sindicância interna no clube?

Eu tenho cerca de 310 ingressos como contrapartida do patrocínio e compro da WTorre mais 250, então eu tenho um volume de ingressos muito grande. Eu distribuo para funcionários da minha empresa, alunos da faculdade, sócios, conselheiros, seguidores das minhas redes sociais. Em dias de jogos, eu ando com ingressos na bolsa para distribuir para pessoas que não conseguiriam ir ao estádio. Porque isso é o futebol, você proporcionar alegria para todas as camadas da sociedade. Dou para diretor de banco, presidente de banco, de grandes empresas também. Para todo mundo! Como eu tinha proximidade com o Mustafá, ele dizia: "Leila, me dá alguns ingressos, eu te ajudo a distribuir para conselheiros e sócios do Palmeiras". Eu fazia isso não só com ele, mas a quantidade que eu dava para ele era a maior de todas. Eram 70 ingressos. É notório que ele é uma pessoa muito conhecida no clube, então ninguém melhor do que ele para fazer isso. Eu dava para ele na maior boa fé, jamais imaginei que esses ingressos cairiam na mão de cambistas. Outros conselheiros me pediam: "Leila, me dá cinco ingressos, fulano está me pedindo". Eu dava, mas esses conselheiros me davam o nome das pessoas e essas pessoas me ligavam depois agradecendo. O que eu achava estranho é que ninguém nunca me agradeceu por esses ingressos do Mustafá, e sabiam que era da Crefisa, porque tem o nosso nome no ingresso. Eu dava 70 ingressos para ele nos jogos na arena e no Pacaembu. Ele saía constantemente com a gente, porque era muito amigo do meu marido. Era, não é mais. Sempre saíamos eu, meu marido, ele e uma pessoa chamada Eliane. Essa mulher sempre estava com ele. Esses ingressos iam parar na mão da Eliane.

continua após a publicidade

"A Eliane nunca esteve na minha casa, mas me foi apresentada pelo Mustafá. Desde então, quando nós jantávamos, ela estava sempre junto", diz Leila, sobre a sócia que é acusada de vender os ingressos dados a Mustafá.

E qual era o seu relacionamento com a Eliane? 
Ela nunca esteve na minha casa, nunca esteve na Crefisa, mas me foi apresentada pelo Mustafá. Desde então, quando nós jantávamos, ela sempre estava junto. Às vezes, quando ele não me ligava pedindo os ingressos, ela ligava em nome dele, e eu dava. Eu comecei a receber nas minhas redes sociais mensagens de pessoas querendo comprar ingressos, ligavam para o meu departamento de marketing querendo comprar ingressos... Fiquei desconfiada, porque não vendo ingressos. Eu estava viajando ao exterior e o Mustafá estava internado, então não mandei os 70 ingressos a ele. Como não mandei, essa Eliane ligou para a minha secretária e perguntou: "Érica, você não mandou os ingressos do Mustafá?". Ela respondeu: "Não mandei porque ele está internado. Como ele vai distribuir os ingressos se está internado". Aí a Eliane disse que ele tinha compromissos. Eu estava nos Estados Unidos e o Mustafá me ligou do hospital perguntando dos ingressos. Ele falou: "Leila, quando você não puder me entregar os ingressos, me avise com antecedência porque eu tenho compromissos". Aí eu achei estranho, muito esquisito, e falei para o meu marido: "Está esquisito, Beto. Eu vou suspender esses ingressos". No jogo seguinte, mandei para ele e falei que seria a última vez. Parei de entregar.

Foi depois disso que a questão chegou ao clube?

Passaram dois ou três meses e recebi uma ligação do Paulo Serdan (conselheiro e membro importante da Mancha Alviverde): "Leila, fui procurado por uma amiga sua, apavorada, dizendo que está sendo ameaçada porque você cortou os ingressos. Ela vendia esses ingressos para uma outra pessoa". Aí eu falei: "Meu Deus! Eu não entregava ingressos para a Eliane, ela não é minha amiga. Eu entregava ao Mustafá... Evidentemente é o Mustafá que está repassando". Comuniquei esse fato ao presidente do Conselho (Seraphim Del Grande), e ele chamou o Paulo Serdan para depor. O Paulo foi lá e falou tudo isso. Aí foi formada uma sindicância no clube. Pela primeira vez desde que o Mustafá é sócio do Palmeiras, ele está sofrendo uma sindicância. Ele tem que se explicar como esses ingressos paravam na mão da Eliane, que era uma pessoa de relacionamento íntimo com ele. Não sei que tipo de relacionamento ele tinha com ela, mas estava sempre com ela. A Polícia chamou a pessoa a quem essa Eliane entregava os ingressos, e essa pessoa disse: "Eu comprava esses ingressos dela". Inclusive, ela reclamava com ele por estar pagando um valor muito baixo. Resumindo, os 70 ingressos que eu repassava ao Mustafá caíam na mão dessa Eliane, que vendia os ingressos. Está se investigando essa suposta venda irregular de ingressos por parte do Mustafá. A polícia e o clube estão investigando. Ele tem que explicar como esses ingressos iam parar na mão da Eliane, que tinha um relacionamento com ele. Isso afasta as empresas do futebol. Eu tive que ir depor na polícia por três horas. 

"Isso é cultura do Palmeiras: já que ele me ajudou aqui, vou fechar os olhos para essa irregularidade. Comigo não é assim. Eu fui eleita para defender os interesses do Palmeiras", diz Leila.

Você acha que haverá alguma punição ao Mustafá?
Eu espero que a comissão de sindicância resolva essa questão e que os culpados sejam punidos com severidade. O mesmo na polícia. Isso pode ser um marco dentro do Palmeiras. Todo mundo sabe, mas nunca se comprovou, que há situações escusas dentro do clube. O patrocinador tem que mostrar que entrou no Palmeiras de forma transparente. Muitas pessoas dizem: "Leila, o Mustafá te ajudou". Não, eu fui candidata pela chapa dele, ele deu declarações a meu favor, declarações verdadeiras, mas não é por isso que vou permitir que ele faça irregularidades. Isso é cultura do Palmeiras: já que ele me ajudou aqui, vou fechar os olhos para essa irregularidade. Comigo não é assim. Eu fui eleita para defender os interesses do Palmeiras. Isso, querendo ou não, macula a imagem do Palmeiras. Isso está envolvendo um conselheiro que é um mito dentro do Palmeiras. Mas se cometeu irregularidade tem que pagar por isso. Ninguém no Palmeiras está acima do bem e do mal. Acima de qualquer pessoa está a lei, está o estatuto, está a marca Palmeiras. Nenhum presidente de empresa gosta de ficar três horas depondo sobre uma situação irregular que aconteceu por causa de um conselheiro. É um absurdo, é uma vergonha. A polícia e o clube têm de mostrar que o país e o clube mudaram. É bom acontecer isso com uma pessoa que se acha acima do bem e do mal, para mostrar que ninguém está acima do Palmeiras.

Você tem algum receio de que esse escândalo respingue em você?

Eu não tenho receio nenhum, a minha vida é transparente, é limpa. Meus negócios todo mundo sabe quais são. Eu não estou no Palmeiras para fazer negócio. Tem algumas pessoas dentro do Palmeiras que não têm profissão, que vivem às custas do Palmeiras. E o Palmeiras não é business, não é negócio de ninguém. Nós queremos o Palmeiras gigante. Tem pessoas do passado que pensam que quanto menor, melhor. Eu estou à disposição da Justiça, à disposição da comissão instaurada para a sindicância. Se quiserem me sentar diante do Mustafá para uma acareação, vamos sentar. Eu quero o melhor para o Palmeiras, e o melhor para o Palmeiras é alijar essas pessoas que usam o clube como negócio. O Palmeiras tem uma marca que engrandece qualquer patrocinador, e eu acho um crime essas pessoas que tentam diminuir a nossa marca transitando por lá. No que depender de mim para elucidar esse problema, que eu acho muito grave, tudo será feito.

Para que você pudesse se candidatar a uma vaga no Conselho, o Mustafá atestou que seu título de sócia era de 1996, e não de 2015, como dizia o Paulo Nobre. Depois de tudo isso, você se arrepende de ter recorrido a ele?

Não me arrependo. O Mustafá atestou um fato verídico. O Mustafá sempre foi muito correto comigo e com o meu marido, nós nos conhecemos há bastante tempo. Várias pessoas me falavam para não me ligar a ele, mas não dei ouvidos. Acho que eu seria muito bem votada em qualquer chapa. Sempre fui uma pessoa muito acessível, eu dizia às pessoas o que eu pretendia no Palmeiras, passava credibilidade por ser muito franca, muito firme. As pessoas viam que eu poderia pulverizar o meu patrocínio em vários clubes, mas não fiz por querer um Palmeiras grande e vencedor. O Mustafá dizia: "Leila, uma coisa é seu patrocínio, outra coisa é você". Isso é absurdo. É como dizer que, qualquer coisa, o meu patrocínio ficaria e eu sairia. Ele queria dizer o seguinte: "Leila, se te proibirem de se candidatar, você larga os seus milhões aqui e desiste". Isso era uma injustiça. Se perdurasse, era evidente que as minhas marcas sairiam. Seria diferente se, sendo candidata, o sócio não me elegesse. Aí, tudo bem. Meus patrocínios continuariam, porque quem decide ali são os sócios, não um cartola. Quem assina pela Crefisa e pela Faculdade das Américas sou eu. A Leila que decidiu pelo patrocínio exclusivo no Palmeiras. Sou procurada por centenas de clubes, sempre atendo com muita educação, mas deixo claro que meu patrocínio é sempre exclusivo do Palmeiras. Amo o Palmeiras e quero que o Palmeiras tenha uma era vitoriosa enquanto eu estiver lá. Quem é o Paulo Nobre para acordar e dizer que não posso ser candidata? Quem tem que dizer se a Leila pode ser conselheira ou não são os sócios. Um ex-presidente, por causa de picuinha, não pode fazer isso. Eu não admitiria jamais. Quero deixar claro: pretendo continuar por um longo tempo no Palmeiras, com os associados votando em mim ou não. Mas por canetada, por picuinha de cartola, nem pensar. Mas nunca passou pela minha cabeça que aquilo iria vingar. Eu tinha certeza da minha verdade, como sempre tenho. Eu tirei de letra. Fiquei chateada, não precisaria ter acontecido, mas sabia que não ia dar em absolutamente nada.

continua após a publicidade

"Como é que eu vou colocar milhões lá dentro, em um clube administrado por um candidato indicado pelo Mustafá, que está envolvido em uma suposta venda irregular de ingressos? Com relação ao Paulo Nobre, eu não sei. Não sei onde ele está", diz Leila, sobre possíveis candidatos lançados por seus desafetos.

Diante do atual cenário político do clube, é possível que as eleições presidenciais deste ano tenham um candidato apoiado pelo Paulo Nobre (ou talvez o próprio Paulo) e outro candidato apoiado pelo Mustafá. Você continuaria a patrocinar o clube caso um desses fosse eleito?
Eu estou trabalhando forte para a reeleição do Maurício, porque esse trabalho não pode retroceder. Qualquer pessoa, desde que legitimamente capaz, pode competir. E vocês podem ter certeza absoluta de que eu não vou impugnar a candidatura de ninguém. Isso quem decide são os associados. Eu não pensei ainda na possibilidade de um desastre, que o Maurício não seja eleito. Não estraga meu ano, por favor. O Maurício merece, está fazendo um trabalho muito bom. O ex-presidente Paulo Nobre quase não aparece no clube. O Mustafá Contursi quer um clube retrógrado, sem profissionais, sem nada. Então, meu Deus do céu, acho que os sócios vão analisar tudo isso. Quem determina o próximo presidente são eles. É duro você aguentar um candidato retrógrado, apoiado pelo Mustafá Contursi. Como é que eu vou colocar milhões lá dentro, em um clube administrado por um candidato indicado pelo Mustafá, que está envolvido em uma suposta venda irregular de ingressos? É incompatível. Com relação ao Paulo Nobre, eu não sei. Não sei onde ele está, não posso falar de um candidato que não apareceu ainda. Quando realmente aparecerem os candidatos, prometo para vocês que a gente senta novamente e volta a conversar. Gosto de ser muito objetiva, pode ser que nada disso aconteça. O que é objetivo é que meu candidato é o Maurício Galiotte. Os títulos, torcedores, virão esse ano.

"O Mustafá falava para mim: 'Leila, pare de contratar jogador, pare de colocar dinheiro no Palmeiras'. O dinheiro é meu, eu faço o que eu quero com o dinheiro. Eu sei quanto custa o meu dinheiro, sei o que é viável fazer ou não".

Você disse em entrevistas recentes que o Mustafá não tem mais a força política atribuída a ele pela imprensa. Acha que, hoje, você tem mais força que ele?
Eu não tenho força nenhuma, eu sou uma lutadora. O que digo é que criam uma aura sobre o Mustafá, atribuem uma força a ele... Tem que parar com isso. Nas últimas reuniões do Conselho para mudanças de estatuto, todos os pontos que ele apoiava foram rejeitados. Todos! Há algum tempo, isso não aconteceria. Ele apoiava a punição de um ex-presidente, o Arnaldo Tirone, e perdeu. Ele tem colecionado inúmeras derrotas no Conselho, e continua aquela aura de que ele é um mito. Não é assim. O país está mudando, o Palmeiras é outro clube. Ainda tem o pessoal da ala antiga, que insiste em ficar fomentando essa aura, de que todo mundo tem medo. Mas medo de quê? Se algum dia, lá na frente, eu decidir ser candidata a presidente do Palmeiras, ele não vai me apoiar? Ótimo, eu dou graças a Deus. Eu não quero apoio de quem quer o Palmeiras retrógrado. Eu quero apoio de pessoas que querem o Palmeiras vitorioso. E se eu não for eleita, paciência. Vou continuar lutando pelo Palmeiras. Ele falava para mim: "Leila, pare de contratar jogador, pare de colocar dinheiro no Palmeiras". O dinheiro é meu, eu faço o que eu quero com o dinheiro. Eu sei quanto custa o meu dinheiro, sei o que é viável fazer ou não. Em uma dessas conversas, eu falei para ele: "Tem que investir, tem que colocar time forte, e bons jogadores custam caro. Você viu na sua época, com o bom e barato, o que aconteceu. O Palmeiras caiu". E ele falou para mim: "Mas, Leila, essa foi a melhor época do Palmeiras". Ele falou que a melhor época do Palmeiras foi quando nós caímos para a Segunda Divisão, porque o time era ótimo e os estádios estavam sempre lotados. Como eu posso querer ser apoiada por uma pessoa que pensa o meu Palmeiras com esse ponto de vista? Todas essas coisas foram me decepcionando com a figura dessa pessoa. Vocês querem que eu fique aplaudindo esse homem porque há algum tempo ele assinou uma carta sobre o meu título de sócia? Eu não vou fazer isso. Se a comissão não der o parecer com alguma punição, vou ver de entrar com algum recurso, vou até o fim. Eu acredito que vá dar punição pelos fatos graves que já foram comprovados.

continua após a publicidade

"Eu falei para o Mustafá: 'Você viu na sua época, com o bom e barato, o que aconteceu. O Palmeiras caiu'. E ele falou para mim que a melhor época do Palmeiras foi quando nós caímos para a Segunda Divisão, porque o time era ótimo e os estádios estavam sempre lotados".

Quando questionávamos sobre a possibilidade de você tentar ser presidente do Palmeiras, você dizia que nem teria tempo para isso. Nos últimos meses, já admite que irá se candidatar quando puder. O que mudou?
Tem um ditado muito bacana: "Mudei e aprendi. Piores são os idiotas que não mudam e não aprendem". Nessa vida, dependendo das situações, você vai mudando. Eu não estou fazendo campanha política. Quero o Palmeiras bom, vitorioso e independente agora, não daqui a quatro, cinco, sei lá quantos anos. Se quando terminar o meu mandato como conselheira o ambiente estiver propício, eu me candidataria, sim. Mudei, sim. Mas não estou fazendo campanha política, até porque seria ridículo, né? Falta muito tempo. A minha campanha é pelo Palmeiras. Com o Palmeiras vitorioso, a gente enche os estádios, a gente vende camisa, ganha prêmio de tudo quanto é lado... Isso é bom para todo mundo. Não estou em campanha para ser presidente. Estou em campanha para que o Palmeiras fique cada vez maior. Se não for eu, mas se for um presidente que pense da maneira que pensamos, está ótimo. E se for para disputar, disputo. Mas isso não é uma meta de vida. Que torcedor não gostaria de chegar ao patamar máximo, ao cargo máximo do seu clube? Qualquer um. Aí eu fico falando com o meu marido: "Beto, se eu for candidata, você se toca. Arregaça as mangas e vai trabalhar enquanto eu cuido do Palmeiras" (risos). Gente, é uma coisa da qual você não consegue se desgarrar. Não tem mais um dia da minha vida em que não fale do Palmeiras. É contagiante, você fica com vontade de colaborar cada vez mais. A coisa que mais me contagia é o amor que a torcida tem pelo clube. Algum dia, se for o caso, gostaria de me candidatar a presidente para defender os nossos milhões de torcedores. Eles merecem, eles que dão o brilho ao clube.
NOTA DA REDAÇÃO: É necessário ter um mandato completo como conselheiro para se candidatar à presidência do Palmeiras. O mandato de Leila termina em 2021. Portanto, ela não poderá se candidatar nem em 2018 e nem em 2020, apenas a partir das eleições de 2022. 

Mais lidas

Newsletter do Lance!

Fique por dentro dos esportes e do seu time do coração com apenas 1 minuto de leitura!

O melhor do esporte na sua manhã!
  • Matéria
  • Mais Notícias