Luan cita ‘gratidão eterna’ a Felipão e vê todos os olhares no Palmeiras
Zagueiro foi pouco usado por Roger Machado, mas tornou-se um dos destaques da equipe com Scolari. Ele e Gustavo Gómez devem ser titulares neste domingo, contra o Red Bull
Ao ser perguntado pelo LANCE! sobre a importância de o Palmeiras manter sua comissão técnica na virada do ano pela primeira vez desde 2015/2016, Luan sorriu e se disse suspeito para comentar. O zagueiro citou uma conversa que teve com Luiz Felipe Scolari na festa do título brasileiro, em que disse ter uma dívida eterna com o chefe.
Com pouquíssimas chances sob o comando de Roger Machado, ele entrou no rodízio imposto por Felipão e fez com Gustavo Gómez a dupla de zaga que destacou-se no campeonato nacional e deve jogar a estreia alviverde no Paulistão, neste domingo, às 19h, contra o Red Bull, no Moisés Lucarelli.
Depois de apenas sete jogos com Roger, fez 17 com Scolari, e assim recuperou a confiança que o fez ser considerado um dos defensores mais promissores do Brasil, ainda no Vasco. Ouviu, inclusive, do próprio Felipão ser um dos melhores do país na posição.
- O Felipão me colocou para jogar, pediu para eu desenvolver meu futebol e era isto que eu precisava. De confiança, ritmo de jogo. Vinha de duas cirurgias no pé, chegando do Vasco, mas nada é desculpa. O primeiro ano foi difícil para mim e para meus companheiros, em 2017. Ano passado conseguimos ir bem e sermos campeões brasileiros - contou.
- Por isso sou suspeito para falar do Felipão, tenho que falar o que ele fez para mim aqui dentro. Já disse para ele quando fomos campeões, serei grato eternamente, a vida inteira por ele. Ele é um mestre, resgatou minha confiança e me recolocou no cenário do futebol brasileiro. Bom dar continuidade no trabalho, sinal de que deu certo, porque no futebol brasileiro temos a cultura de que se não foi bem, muda. Se está aqui, é porque é um vencedor e esperamos que ele seja ainda mais vencedor conosco - reforçou.
O Palmeiras vai começar a disputa do Estadual, que não vence desde 2008, com toda a base campeã brasileira mantida e ainda com reforços como Zé Rafael e Ricardo Goulart - no sábado, o clube ainda anunciou a renovação de Dudu. Por tudo isso, Luan sabe que todos os olhos estarão voltados para o clube nesta temporada.
- A partir do momento que você ganha, todos os olhares vão para você. Eu não me incomodo, quero estar em campo fazendo meu melhor. Os jogadores estão focados, não podemos pensar em rivais antes. Vamos respeitar todos os adversários, mas temos de nos preocupar em melhorar a cada dia e a cada jogo. Só assim conquistaremos títulos - explicou.
Medalha de ouro com a Seleção Brasileira na Rio-2016, Luan tem o sonho de receber uma oportunidade também com Tite, na principal. Mas sabe que precisa primeiro seguir em alta no Palmeiras. E até o clima em casa lhe ajuda: o zagueiro prepara-se para ser pai pela segunda vez. Após a pequena Cecília, a família agora espera pelo nascimento de Murilo, que deve acontecer no começo de 2019.
- É um momento especial, espero começar os jogos voando, uma coisa puxa a outra. Se você está bem em casa, as coisas fluem melhor no trabalho. Se está bem no trabalho, você chega em casa feliz para brincar com sua filha, dar carinho para a esposa com o barrigão de sete meses, já cansada (risos). Vivo um momento fantástico, mas sempre tendo de provar nos jogos que posso estar aqui. Na minha vida, o jogo mais importante é o próximo. O que fiz ano passado já passou, agora são os próximos jogos. Red Bull é mais uma final - contou Luan, que já espera ser cobrado também em casa, mas para homenagear o novo filho.
- Ano passado fiz três gols seguidos, minha esposa estava cobrando (risos). Ela falou que já estava bom e que agora poderia deixar esperar nascer. Mas eu disse que se jogar vou tentar fazer antes (risos) - encerrou.
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- Pelo que vimos de treinos, você vai continuar jogando com o Gustavo Gómez. Como vocês se complementam?
Ele é um grande jogador, não tinha visto muitos jogos dele, foi uma ótima surpresa. Formamos uma dupla do meio do ano para cá que deu muito certo, com jogos consistentes. Muito feliz em ter a oportunidade de jogar uma pessoa e jogador como ele é. Aqui temos grandes jogadores, deixamos para o Felipão escolher as duplas que vão jogar. Quem entrar dará a vida em campo.
- Felipão disse ano passado que iria manter essa dupla, e Antônio Carlos e Edu Dracena porque as características casavam. Quais as sua e do Gómez que funcionam tão bem?
Difícil falar de você mesmo, eu não gosto de falar de mim (risos). Eu estava querendo, ainda estou, querendo muito jogar, evoluir. 25 anos de idade, estou me sentindo no meu melhor momento fisicamente, e ele tem a mesma idade. Talvez seja isso, os dois buscando espaço, querendo se firmar. Talvez a fome de vencer tenha dado certo. Os outros também foram bem, o elenco ajudou a ser campeão. Não sei dizer em que cada um é bom, melhor para vocês analisarem (risos).
- Você foi medalhista com a Seleção Olímpica, veio para o Palmeiras tratado como um dos zagueiros mais promissores do Brasil. De novo em alta, a Seleção volta a ser uma meta?
As coisas só acontecem quando você está muito bem no clube, mantendo uma regularidade. É o que eu busco, com nível alto, e a Seleção é consequência. É um sonho que tenho certeza que vou concretizar um dia, se Deus quiser. Mas para ele se realizar preciso dar minha vida ao Palmeiras e fazer grandes jogos.
- No Vasco, você venceu duas vezes o Campeonato Carioca. Ainda que exista a briga do clube com a Federação, qual a importância de ser campeão estadual?
O Palmeiras está desde 2008 sem ganhar, no Vasco fazia 13 anos que não ganhávamos, e depois ainda fomos campeões invictos no outro ano. Estas coias só alimentam minha vontade de ganhar. O Paulista é super-disputado, queremos ajudar o Palmeiras a ser campeão. Vamos respeitar as outras equipes que se reforçaram, os times do interior são fortes, também. Temos de encarar todos os jogos como uma final, assim como fizemos no Brasileiro do ano passado.
- Pode citar um exemplo que mostre como o Felipão recuperou sua confiança?
Não vou nesta de falar, são as atitudes que mostraram que ele confia no meu potencial e acredita em mim como jogador e pessoa. Eu não estava jogando e mostrei para ele que poderia ganhar mais espaço. Dentro de campo mostrei isso. A reciprocidade minha com ele, sempre com verdade, e ele nos dando confiança. Não peço que ele faça elogios a mim para vocês, que grite para todo mundo ouvir, só quero que ele me ajude a melhorar cada dia mais.
- Ele chegou a colocá-lo como capitão. Houve uma conversa sobre isso?
Os atos mostram que não preciso ficar falando, vocês também sabem. Não conversamos (sobre ser capitão), são as atitudes no dia a dia. Ele deve achar que minha postura é boa, eu me dou bem com todos no elenco. Estas coisas me fazem entender que ele confia no meu potencial. Não tenho o que falar com ele. Estou muito feliz com isso. Esperamos prolongar por muito tempo e sermos vencedores juntos.
