Luxa conta que discutiu com Evair e mandou corintianos para casa em 93
Técnico lembra como foi preparação para a decisão do Campeonato Paulista de 27 anos atrás, quando encerrou jejum de títulos do Palmeiras, e de provocações vindas dos rivais
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Discussão com o herói do título e provocação à torcida rival. São essas as lembranças de Vanderlei Luxemburgo da conquista do Campeonato Paulista de 1993, em entrevista publicada no Facebook do Palmeiras. O técnico conta que Evair chegou a brigar com ele para ser titular na primeira final, vencida por 1 a 0 pelo Corinthians, mas, por estar voltando de lesão, o atacante atuou integralmente só nos 4 a 0 da decisão, fazendo dois gols. E motivando o treinador a "expulsar" a torcida rival do Morumbi naquele 12 de junho.
- Faltavam dois minutos para terminar a prorrogação. O Corinthians já tinha perdido o campeonato, não tinha como fazer nada, tinha dois ou três jogadores a menos. A torcida do Corinthians começou a tirar a camisa e cantar. Fui ficando p... com aquilo. Que negócio é esse?! Está perdendo o jogo, pô! Levantei e falei: "Vão embora para casa, já ganhamos". Mandei os torcedores do Corinthians embora para casa. Foi um negócio meio cômico - riu o técnico.
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A provocação à torcida corintiana pode ter sido uma resposta ao que ocorreu antes. Na ida, o atacante Viola fez 1 a 0 e comemorou imitando um porco. O gesto foi reforçado para motivar ainda mais os jogadores, e o clima entre os rivais mostrou-se quente logo na chegada ao Morumbi para a decisão.
- O Viola sempre foi irreverente. Peguei e provoquei os meus jogadores: "o cara sacaneando a gente, como é que pode um negócio desse, o nosso torcedor está totalmente chateado com isso". Na época, era vanguarda. Mandei criar um vídeo, de 17 minutos, e passei, em Atibaia, mostrando a história do Palmeiras, quanto o clube tinha de conquista, o Corinthians, o jogo, por que nós perdemos, o Viola imitando o porco... - recordou Luxemburgo.
- Tive que controlar um pouco o ímpeto na chegada ao estádio, no ônibus. Por azar nosso, ou sorte, o ônibus do Corinthians chegou junto com o do Palmeiras. Aí, o Neto, ou não sei qual jogador do Corinthians, fez sinal para os nossos. Mas já pedi calma, falando que, lá dentro (do campo), iríamos resolver. Um negócio do futebol da época - contou o técnico, dizendo por que passou a semana entre as finais no interior.
- Todos os 16 anos (sem títulos do clube) vieram naquela derrota. Ainda não tinha acontecido de levarem um time para fora de São Paulo para treinar, mas levei, porque era necessário. Se ficássemos, o jogador iria em supermercado, shopping, e teria toda hora alguma coisa na orelha - explicou.
- Eu queria conversar com os jogadores, mostrar que aconteceu aquela derrota e a equipe do Corinthians era muito boa, mas tínhamos mais jogadores de mais qualidade do que o Corinthians naquele momento e poderíamos superar. E que, como eu já tinha dito antes, o campeonato não se decidiria no primeiro jogo, mas no segundo - afirmou o treinador, relatando a discussão com Evair.
- O Evair estava doido para jogar o primeiro jogo. Até brigou comigo, falou que estava bem, e eu falei: 'não, rapaz, você vai para o outro jogo, que resolve'. O Evair era um atleta, a lesão estava curada, mas eu não queria que ele fizesse um tipo de treinamento e reincidisse. Ele não fez absolutamente nada, só correu. Demos o prazo de recuperação da lesão e ele jogou 120 minutos. Depois, o colocamos no freezer, para recuperar.
Veja entrevista com Vanderlei Luxemburgo, publicada no Facebook do Verdão:
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