Luxemburgo fala sobre ‘Palmeiras x Corinthians como nunca se viu’
Técnico do Verdão relatou importância e também sofre o fato de participar do primeiro Dérbi sem público da história do clássico, disputado após quatro meses de paralisação
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Da sala de entrevistas da Academia de Futebol, com fone, máscara e diante de um computador em que apareciam imagens de jornalistas fazendo perguntas, Vanderlei Luxemburgo falou sobre sua expectativa para um Dérbi inédito. Pela primeira vez, haverá um Palmeiras x Corinthians sem torcida, e o clássico em Itaquera será logo o primeiro da retomada do Campeonato Paulista depois de mais de quatro meses de paralisação por conta da pandemia do coronavírus.
- Será diferente de tudo. Está tudo diferente. Olha como estou dando entrevista, falando de um clássico. São quatro meses sem jogar. Demos base física aos jogadores, mas é totalmente diferente. Vão todos estranhar. Sem público, fica tudo diferente. Ninguém sabe o que pode acontecer. Será um Palmeiras x Corinthians como ninguém nunca viu. É até um privilégio participar de um jogo totalmente atípico assim. Mas é Palmeiras x Corinthians, né?
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- Precisa de um trabalho diferente, muda o emocional, a parte psicológica é afetada por não ter público. A torcida ajuda bastante. Mas não quer dizer que vamos ganhar ou não por isso. Temos o trabalho de jogar não contra o torcedor, mas contra o adversário no campo. E faremos isso como se tivesse torcedor no estádio - respondeu o treinador.
A rivalidade tem um aspecto decisivo no clássico marcado para 21h30 desta quarta-feira: se o Corinthians não vencer, estará matematicamente eliminado, mesmo com um jogo ainda faltando para concluir a primeira fase do Estadual. Mas Luxemburgo garante que a motivação alviverde é se manter firme na briga para ter a melhor campanha geral - possui os mesmos 19 pontos do Santo André, que também faz parte do Grupo B, e está atrás só no saldo de gols.
- A rivalidade existe. O Corinthians quer ganhar, e nós também. O torcedor não aceita perder para o Corinthians, quer ganhar até par ou ímpar, cuspe à distância. Sei a responsabilidade que é jogar lá na arena deles ou no Allianz Parque. Mas o que vai acontecer com eles não nos interessa. Queremos ganhar para sermos os primeiros colocados em tudo e termos vantagem - afirmou.
O treinador também tratou de retirar ao máximo o aspecto decisivo do clássico. Luxemburgo lembrou que, nas finais do Campeonato Paulista de 1993, sofreu pressão por ter perdido por 1 a 0 para o Corinthians, com Viola imitando porco ao comemorar seu gol. Mas ratificou ao elenco que o importante era vencer a volta, na qual o Palmeiras ganhou por 4 a 0 e encerrou jejum de títulos.
- Tenho como característica trabalhar com a realidade do futebol. É um jogo importante pela rivalidade, e precisamos ganhar pelo resultado, para deixar o torcedor feliz, para termos a melhor campanha. Mas o campeonato não se decide nele. Senão, eu estaria roubado em 1993, porque todos falavam que o Corinthians seria campeão por ter vencido o primeiro jogo da final, e o Palmeiras estava há 16 anos sem ganhar título. Mas ganhamos o segundo jogo, que decidia. Por isso: uma coisa é a competição, outra é a rivalidade clubística.
Luxemburgo tem números positivos à frente do Palmeiras diante do Corinthians. Em 16 confrontos, conquistou sete vitórias, seis empates e apenas três derrotas. Foi com Dérbis em finais que conquistou não só o Paulista de 1993, mas o Torneio Rio-São Paulo do mesmo ano e o Brasileiro de 1994.
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