Marcos relembra títulos da Libertadores e passagem pelo Palmeiras: ‘Jogar no time que amo quase me matou’
Ex-goleiro é um dos grandes ídolos da história do clube e esteve presente em 533 partidas<br>
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Marcos Roberto Silveira Reis é um dos grandes nomes da história do Palmeiras. O arqueiro defendeu as cores do clube durante 20 anos, conquistou títulos como a Libertadores de 1999 e é tido por muitos como o melhor goleiro que já vestiu as cores do Verdão.
Nascido na pacata Oriente, cidade do interior de São Paulo, o ex-jogador cresceu palmeirense por influência de sua mãe. No quadro de casa, ele admirava uma foto do elenco palmeirense que contava com nomes como Leão e Nei.
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– A nossa casa era bem simples, mas a minha mãe fazia questão de ter dois quadros sempre à vista de todos: um da Santa Ceia e um outro. Adivinha qual? Do Palmeiras. Em pé: Rosemiro, Leão, Vacaria, Alfredo, Pires e Beto Fuscão. Agachados: Jorge Mendonça, Silvio, Toninho, Toninho Vanuza e Nei. Olhei tanto para aquele quadro da Dona Antônia que até decorei a ordem dos jogadores perfilados – revelou em relato ao portal The Players Tribune.
Em 1992, o ídolo começou sua caminhada pelo Palmeiras e, em 1999, ganhou o apelido de ‘São Marcos’, após exibições fundamentais para a conquista inédita da Libertadores da América. Sua passagem pelo clube, no entanto, não foi só de alegrias.
Muito competitivo, o arqueiro revelou que não admitia perder nem durante os treinos. Além disso, segundo ele, este comportamento não foi benéfico a sua saúde.
– Sinceramente, eu nunca tive essa preparação psicológica de um atleta profissional. Quando eu errava, eu ficava muito bravo comigo. Quando os outros erravam, eu ficava puto com os outros. Eu não admitia perder nem em treinamento. Se eu fosse treinar pênalti com o Ronaldo, e ele convertesse mais cobranças do que eu defendesse, eu ficava maluco! E era o Fenômeno, hein? Mas para mim não importava. Eu não conseguia dormir à noite de tanta raiva. (…) Até o fim da minha carreira, eu bem que tentei mudar esse lado excessivamente competitivo. Só que quando eu diminuía a exigência pessoal e com o time, eu sentia que o meu rendimento não era o mesmo. Pensando nisso, ter jogado só pelo clube que eu amo quase me matou, cara. A alegria da vitória era muito grande, parecia que o meu coração pararia de bater. Mas a tristeza da derrota…
O arqueiro também comentou sobre a emoção do título continental conquistado pelo Verdão em 2020/21. Sem estar em campo, mas vendo a partida contra o Santos no ‘lugar da sorte do sofá’, o ídolo afirmou que este foi o único momento em que sentiu uma emoção igual à dos tempos de jogador.
– Só recentemente senti uma adrenalina tão intensa como na época em que eu jogava. Em janeiro, o Palmeiras voltou à final da Libertadores pela primeira vez em duas décadas. Escolhi o meu lugar da sorte no sofá de casa e abri uma cerveja. Eu já estava me preparando emocionalmente para a prorrogação, quando nos acréscimos o Rony cruzou na área do Santos, e o Breno Lopes fez o gol do título. Velho, sendo sincero, a emoção da cabeçada do Breno Lopes foi igualzinha à do pênalti perdido pelo Zapata. Igualzinha! Foi bom demais, velho!
Marcos iniciou sua trajetória no Palmeiras em 1992. No clube, conquistou dois Campeonatos Brasileiros, uma Libertadores, uma Copa do Brasil, entre outros. No total, o ex-goleiro atuou em 533 jogos.
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