Maurício Galiotte planeja modelo para pagar aditivos com a Crefisa
Alteração nos contratos de atletas contratados pela patrocinadora foi o motivo para que o COF reprovasse contas. Presidente estuda algo semelhante ao pagamento para Nobre
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Maurício Galiotte planeja apresentar um plano para devolver os R$ 120 milhões gastos pela Crefisa em contratações de jogadores. Depois de ter as contas de janeiro reprovadas no Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) por conta dos aditivos, o presidente do Palmeiras pensa em fazer um fundo semelhante aos que usou para quitar os débitos com Paulo Nobre.
Foram criados dois fundos para pagar os R$ 145 milhões devidos ao então presidente - o primeiro, de R$ 104 milhões, liquidado em maio; o segundo, de R$ 42 milhões, pago ainda em 2017. Ambos articulados por Galiotte, eles funcionavam da seguinte forma: mensalmente o clube destinava uma fatia de suas receitas para as dívidas com o dirigente. O planejamento era de que a quantia fosse devolvida em dez anos, mas o prazo foi bem menor: três anos.
A diferença é que com o ex-mandatário o processo foi feito em bancos, e este ocorreria internamente. O Palmeiras não deseja fazer novas dívidas bancárias, já que as zerou após a devolução dos aportes de Nobre.
A diretoria, e Leila Pereira, conselheira e presidente da Crefisa, não viam necessidade de correr com isto, pois consideram que a dívida está "coberta", já que é atrelada aos jogadores trazidos pela parceira. São eles: Luan (R$ 10 milhões), Fabiano (R$ 6,7 milhões), Bruno Henrique (R$ 14 milhões), Guerra (R$ 10 milhões), Thiago Santos (R$ 1 milhão), Borja (R$ 33 milhões), Deyverson (R$ 18 milhões), Dudu (R$ 10 milhões) e Lucas Lima (R$ 17,5 milhões).
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Após os aditivos, ficou acertado que o clube precisa devolver todo o valor gasto pela parceira com uma pequena correção, baseada no CDI, bem abaixo dos juros bancários. Se os jogadores não forem negociados até o fim do contrato ou se saírem por valor menor do que o investido, o clube ainda teria dois anos para ressarcir a Crefisa. Um possível lucro na operação é do Verdão. Segundo Leila Pereira, o clube não será prejudicado por isso.
O COF, contudo, considera que os aditivos podem ser danosos ao clube, pois houve um aumento muito grande da dívida depois de os R$ 120 milhões serem considerados um empréstimo. O órgão fiscal diz que Maurício fez empréstimo equivalente a mais de 10% da receita prevista para o ano - por estatuto, para fazer uma movimentação deste tamanho, o COF deveria ter sido consultado antes, o que não aconteceu. Para pessoas próximas à diretoria, a avaliação é de que este não é um empréstimo, mas na verdade contratos diferentes para cada um dos atletas, com prazos e escopos diferentes. O balancete de janeiro apresentou déficit e foi reprovado na reunião de terça - Leila criticou a decisão.
- É uma questão meramente política. Tenho muito respeito pelos órgãos do Palmeiras, mas infelizmente tem pessoas (no COF) ligadas ao Mustafá (Contursi) e fazem de tudo para atacar o patrocinador. Acho uma irresponsabilidade as pessoas irem de encontro aos aditivos, que nunca deram prejuízo, porque tem ativos como garantia. E eu pago um patrocínio acima do valor de mercado - afirmou.
Embora tenha um prazo mais longo por contrato para fazer o pagamento, o presidente deve apresentar este modelo no próximo encontro do COF, para evitar que as contas de fevereiro a junho sejam, também, reprovadas. A tendência é de que o órgão continue vetando os balancetes se não for apresentada uma novidade para amenizar os aditivos. Para que o formato tenha validade, será preciso a aprovação do Conselho Deliberativo.
Na visão da diretoria, com o fundo, o valor de quase metade da dívida com a Crefisa já estaria reservado em cerca de três anos. A venda no futuro de alguns desses jogadores que chegaram com aporte da empresa é outra forma de abater a quantia sem dor de cabeça.
Nesta janela de transferências, o Verdão arrecadou quase R$ 90 milhões, com as vendas de João Pedro, Tchê Tchê, Fernando e Keno. Este valor não será usado nos aditivos, pois o clube segue atento ao mercado para novas contratações e precisa quitar dívidas antigas, trabalhistas e cíveis, que de janeiro de 2017 a maio de 2018 custaram R$ 23 milhões.
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