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Mesmo sem tempo de treinar, Cuca dá ‘várias caras’ ao Palmeiras

Técnico coloca variações em prática durante os jogos e monta seu time de acordo com o adversário e com a partida. Escalação da semifinal é uma incógnita

Cuca - Palmeiras (FOTO: Cesar Greco/Palmeiras)
imagem cameraCuca tem dez jogos à frente do Palmeiras: está invicto nos últimos seis (FOTO: Cesar Greco/Palmeiras)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 19/04/2016
20:13
Atualizado em 20/04/2016
11:15

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Os palmeirenses que reclamavam da insistência de Oswaldo e Marcelo Oliveira com o 4-2-3-1 devem estar muito satisfeitos com o início de trabalho de Cuca. Apesar de ter pouco tempo para treinar, o técnico já consegue dar diferentes caras para o time.

No segundo tempo do jogo contra o São Bernardo, ele tirou os dois atletas menos velozes do sistema ofensivo (Robinho e Alecsandro) e colocou Dudu e Róger Guedes. Como Allione e Gabriel Jesus já estavam em campo, o Verdão ficou com quatro jogadores de velocidade para puxar contra-ataques e sem um centroavante de ofício. Jesus, que ficou mais centralizado, fez o gol da vitória.

- A gente nunca faz as coisas à toa. Fiz isso no treino. Por isso vocês (jornalistas) não estavam, aí vocês ficam bravos. O Gabriel Jesus tem todos os predicados de um centroavante. Trabalhado, ele pode fazer essa função - explicou o comandante alviverde.

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No Dérbi, Cuca neutralizou o Corinthians ao posicionar o Palmeiras com duas linhas de quatro. A presença de Zé Roberto, que ficou bem aberto pela esquerda na linha de meio-campistas, anulou Fagner.

Contra o Rosario Central, mesmo impossibilitado de treinar pelas chuvas que castigaram a Argentina, ele surpreendeu ao usar três zagueiros.

Diante de Rio Claro e River Plate (URU), além do segundo tempo da partida contra o Mogi Mirim, a estratégia foi utilizar os centroavantes Lucas Barrios e Alecsandro juntos. Quando isso acontece, o paraguaio fica bem fixo no pivô e Alecgol sai da área quase como um camisa 10.

- O Alecsandro está fazendo as coisas com o coração, abrindo mão de jogar mais adiantado, sendo útil. Já tinha o trabalhado com o Jô no mesmo jogo pelo Atlético-MG, ele fazendo isso - explicou Cuca.

O Palmeiras de Cuca se adapta ao adversário: durante os jogos, já ficou com um só volante, com dois meias por dentro, com dois homens abertos pelas pontas... A comissão técnica ainda vai analisar o Santos para definir qual será o time da semifinal estadual, às 16h domingo, na Vila Belmiro.

É a primeira vez que Cuca terá praticamente a semana toda livre. Eram 20 jogos seguidos aos meios e fins de semana. Vai com qual time?

OS VÁRIOS 'VERDÕES' DE CUCA

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O Palmeiras que começou contra o São Bernardo
Contra o São Bernardo

Time começou com Allione e Robinho armando por dentro, Gabriel Jesus bem solto para se movimentar no ataque e Alecsandro como referência, mas com liberdade para sair da área.

Campinho 2
Contra o São Bernardo

No segundo tempo da vitória sobre o Bernô, time ficou com Róger Guedes, Allione, Dudu e Gabriel Jesus para armar contra-ataques. Quatro velocistas, sem um camisa 9 de ofício.

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Campinho 3
Contra o River

Uma das ocasiões em que Cuca escalou dois centroavantes de origem. Barrios ficou bem preso no pivô, enquanto Alecsandro recuou para armar, como um 10.

Campinho 4
Contra o River

Cleiton Xavier, um camisa 10 nato, entrou no segundo tempo e armou o time ao lado de Rafael Marques. Allione e Erik deram velocidade pelos lados e Alecsandro atuou como referência. Um só volante.

Campinho 5
Contra o Rosario

Pela primeira vez, Cuca escalou a equipe com três zagueiros. Thiago Martins pela direita, Edu Dracena na sobra e Vitor Hugo pela esquerda.

Campinho 6
No Dérbi

Cuca apostou em duas linhas de quatro. Zé Roberto, bem aberto pela esquerda, e Robinho, à direita, travaram os avanços dos laterais corintianos.

De dentro do clube
Fellipe Lucena, repórter do Núcleo Palmeiras
"Os jogadores acreditam em Cuca"

A grande sequência de jogos impediu que Cuca tivesse o tempo desejado para treinar variações táticas, mas o Palmeiras já consegue ser competitivo jogando de diferentes maneiras. A evolução, como o próprio técnico diz, tem acontecido na base da conversa. O motivo é simples: os jogadores acreditam no que ele diz e colocam em prática.

A maré mudou no Dérbi. Cuca montou o Palmeiras com duas linhas de quatro e convenceu seus comandados de que, fazendo o que ele orientava, o Corinthians seria anulado. A vitória por 1 a 0, com boa atuação, abriu caminho para que os atletas “abraçassem” outras ideias. A confiança também faz diferença.

Na reta final do trabalho de Marcelo Oliveira, havia uma ala do elenco que já não confiava tanto nos métodos de treinamento e nas propostas de jogo do treinador. Como consequência, o time parecia entrar em campo em dúvida se daria certo.

Ainda falta muito para o Verdão, mas o início de trabalho é promissor e Cuca já mostra seu repertório.

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