Mesmo sem tempo de treinar, Cuca dá ‘várias caras’ ao Palmeiras
Técnico coloca variações em prática durante os jogos e monta seu time de acordo com o adversário e com a partida. Escalação da semifinal é uma incógnita
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Os palmeirenses que reclamavam da insistência de Oswaldo e Marcelo Oliveira com o 4-2-3-1 devem estar muito satisfeitos com o início de trabalho de Cuca. Apesar de ter pouco tempo para treinar, o técnico já consegue dar diferentes caras para o time.
No segundo tempo do jogo contra o São Bernardo, ele tirou os dois atletas menos velozes do sistema ofensivo (Robinho e Alecsandro) e colocou Dudu e Róger Guedes. Como Allione e Gabriel Jesus já estavam em campo, o Verdão ficou com quatro jogadores de velocidade para puxar contra-ataques e sem um centroavante de ofício. Jesus, que ficou mais centralizado, fez o gol da vitória.
- A gente nunca faz as coisas à toa. Fiz isso no treino. Por isso vocês (jornalistas) não estavam, aí vocês ficam bravos. O Gabriel Jesus tem todos os predicados de um centroavante. Trabalhado, ele pode fazer essa função - explicou o comandante alviverde.
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No Dérbi, Cuca neutralizou o Corinthians ao posicionar o Palmeiras com duas linhas de quatro. A presença de Zé Roberto, que ficou bem aberto pela esquerda na linha de meio-campistas, anulou Fagner.
Contra o Rosario Central, mesmo impossibilitado de treinar pelas chuvas que castigaram a Argentina, ele surpreendeu ao usar três zagueiros.
Diante de Rio Claro e River Plate (URU), além do segundo tempo da partida contra o Mogi Mirim, a estratégia foi utilizar os centroavantes Lucas Barrios e Alecsandro juntos. Quando isso acontece, o paraguaio fica bem fixo no pivô e Alecgol sai da área quase como um camisa 10.
- O Alecsandro está fazendo as coisas com o coração, abrindo mão de jogar mais adiantado, sendo útil. Já tinha o trabalhado com o Jô no mesmo jogo pelo Atlético-MG, ele fazendo isso - explicou Cuca.
O Palmeiras de Cuca se adapta ao adversário: durante os jogos, já ficou com um só volante, com dois meias por dentro, com dois homens abertos pelas pontas... A comissão técnica ainda vai analisar o Santos para definir qual será o time da semifinal estadual, às 16h domingo, na Vila Belmiro.
É a primeira vez que Cuca terá praticamente a semana toda livre. Eram 20 jogos seguidos aos meios e fins de semana. Vai com qual time?
OS VÁRIOS 'VERDÕES' DE CUCA
Time começou com Allione e Robinho armando por dentro, Gabriel Jesus bem solto para se movimentar no ataque e Alecsandro como referência, mas com liberdade para sair da área.
No segundo tempo da vitória sobre o Bernô, time ficou com Róger Guedes, Allione, Dudu e Gabriel Jesus para armar contra-ataques. Quatro velocistas, sem um camisa 9 de ofício.
Uma das ocasiões em que Cuca escalou dois centroavantes de origem. Barrios ficou bem preso no pivô, enquanto Alecsandro recuou para armar, como um 10.
Cleiton Xavier, um camisa 10 nato, entrou no segundo tempo e armou o time ao lado de Rafael Marques. Allione e Erik deram velocidade pelos lados e Alecsandro atuou como referência. Um só volante.
Pela primeira vez, Cuca escalou a equipe com três zagueiros. Thiago Martins pela direita, Edu Dracena na sobra e Vitor Hugo pela esquerda.
Cuca apostou em duas linhas de quatro. Zé Roberto, bem aberto pela esquerda, e Robinho, à direita, travaram os avanços dos laterais corintianos.
De dentro do clube
Fellipe Lucena, repórter do Núcleo Palmeiras
"Os jogadores acreditam em Cuca"
A grande sequência de jogos impediu que Cuca tivesse o tempo desejado para treinar variações táticas, mas o Palmeiras já consegue ser competitivo jogando de diferentes maneiras. A evolução, como o próprio técnico diz, tem acontecido na base da conversa. O motivo é simples: os jogadores acreditam no que ele diz e colocam em prática.
A maré mudou no Dérbi. Cuca montou o Palmeiras com duas linhas de quatro e convenceu seus comandados de que, fazendo o que ele orientava, o Corinthians seria anulado. A vitória por 1 a 0, com boa atuação, abriu caminho para que os atletas “abraçassem” outras ideias. A confiança também faz diferença.
Na reta final do trabalho de Marcelo Oliveira, havia uma ala do elenco que já não confiava tanto nos métodos de treinamento e nas propostas de jogo do treinador. Como consequência, o time parecia entrar em campo em dúvida se daria certo.
Ainda falta muito para o Verdão, mas o início de trabalho é promissor e Cuca já mostra seu repertório.
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