Não são só números: Palmeiras não consegue jogar (de novo) no Dérbi
Dos últimos sete clássicos contra o maior rival, Verdão foi derrotado em seis e ganhou apenas um. Atuação no domingo foi abaixo do esperado e time não incomodou Cássio <br>
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No ano em que conquistou o título brasileiro, em 2016, o Palmeiras ganhou os três clássicos contra o Corinthians. Aquela boa sequência contra o maior rival tornou-se algo distante para o palmeirense, que agora acumula seis derrotas e apenas uma vitória nos últimos sete Dérbis.
Sim, nesse período são times diferentes, quatro treinadores diferentes, momentos diferentes, mas o que se viu no domingo foi o Verdão mais uma vez não conseguir manter o bom desempenho diante de seu maior rival. Não é culpa exclusiva de treinador, de um jogador, mas é algo que vai se tornando recorrente.
Dono da melhor campanha como visitante entre os times da Série A, o Palmeiras tem só duas derrotas em 16 jogos fora do Allianz Parque. As duas para o Corinthians. Essa última, com uma atuação ruim por quase 60 minutos.
A estratégia de início do Dérbi lembrou aquela que deu certo na Bombonera: sem a bola, o time jogava com linhas próximas no 4-4-2, com Lucas Lima e Borja mais à frente. Quando tomava a bola, partia para um contragolpe rápido e a princípio bem trabalhado. O problema é que ao se aproximar da área corintiana, os jogadores se distanciavam e o time dependia de um lance individual de Keno para cruzar a bola. Muito pouco, embora suficiente para deixar a partida equilibrada.
Os comandados por Fábio Carille, com um esquema já azeitado, conseguiram proteger bem Cássio. Na principal chance palmeirense, quando Thiago Santos apareceu livre dentro da área, o volante encheu a trave. O castigo veio logo em seguida, na primeira vez em que a defesa se desmontou, e Rodriguinho abriu o placar. Contra um rival organizado e num clássico em que nos últimos 9 jogos quem saiu na frente venceu, o vacilo foi fatal.
A partir do 1 a 0 a favor do Corinthians, o Verdão não se encontrou mais. Marcos Rocha passou a ser batido com frequência em jogadas de linha de fundo, a zaga deu sustos por erros de comunicação, e com a bola no pé o time já não criava. As fracas atuações de Lucas Lima e Dudu tiveram peso para isso.
As trocas de Roger, sempre por jogadores da mesma posição, não surtiram efeito. Depois de três vitórias seguidas fora de casa, o melhor visitante do Brasil até acertou três bolas na trave, mas jogou mal, especialmente no segundo tempo, quando foi encaixotado pelo rival.
Os bons resultados em sequência como visitante não serão apagados, mas as estratégias no Dérbi não têm dado certo. Essas seis derrotas nos últimos sete duelos com o Corinthians não são apenas números. O Palmeiras não tem conseguido jogar bem contra o rival, exceto a primeira final do Paulista. O motivo? Pode ser emocional? Roger não concorda.
- Não vejo o emocional pesar, são circunstâncias de cada jogo. O Corinthians quando sai na frente usa da experiência dos jogadores para o tempo passar. É a forma que o adversário se comporta e que nós nos comportamos. Coletivamente e individualmente gostei pouco, só de alguns momentos - disse o treinador.
A sequência negativa no clássico contra seu maior adversário é pouco comum. E vai gerar uma repercussão grande, como já está acontecendo. Manter o ritmo de antes desse jogo vai suavizar as cobranças novamente, mas só há uma coisa para acabar, enfim, com a desconfiança: convencer no Dérbi.
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