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OPINIÃO: Abel Ferreira errou ao passar do ponto com jornalista e deu mais munição para ‘haters’

Técnico do Palmeiras se excedeu em reação com produtor no último domingo e em nada contribuiu para seu grande legado no Brasil

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Abel Ferreira tem papel fundamental no debate do futebol, mas comete erros (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

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Estamos na terça-feira (30) e ainda falamos da reação de Abel Ferreira com o produtor Pedro Spinelli, da Globo Minas, após o empate em 1 a 1 do Palmeiras com o Atlético-MG, no Mineirão. Poderíamos estar batendo na tecla da atuação de baixíssimo nível da arbitragem, ou do espetáculo que foi prejudicado pelo terrível gramado do estádio, mas estamos falando da reação de Abel. O personagem é grande, sua relevância é enorme e, no fim das contas, não há muito como fugir. O técnico do Verdão errou, passou do ponto e acabou dando margem para os "haters" agirem. Além disso, perdeu uma oportunidade de engrossar seu importante legado no país.

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Quando recebi a incumbência de escrever esse texto, me questionei se ainda haveria espaço para opinar sobre o tema. Isso porque todas as abordagens já pareciam ter sido feitas, inclusive com o técnico reconhecendo que se excedeu. Abel fez uma ligação de vídeo com o jornalista que teve seu celular tomado na zona mista do Mineirão para poder pedir desculpas "olhando no olho" do rapaz. Acontece que ainda é preciso falar mais sobre o tema, pois uma reação intempestiva como essa pode tirar força de uma batalha que ele vem travando no Brasil.

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O trabalho do jornalista deve ser preservado em praticamente toda a sua essência, digo praticamente, pois há ocasiões em que nós também passamos do ponto e precisamos reconhecer. Há muito corporativismo no nosso meio, mas não dá para generalizar. Há os bons e os maus, como em qualquer profissão, tanto em termos de qualidade quanto de caráter. No caso de Abel, não se pode "passar pano" para quem tirar o celular das mãos de um repórter que está fazendo seu trabalho em uma zona permitida para a circulação de quem está credenciado.

Para quem enxerga friamente, sem as nuances do fato, é um tipo de "censura" ao trabalho do profissional, o que deve ser condenado sempre que existir. No entanto, em suas alegações, Abel diz que não sabia que se tratava de alguém da imprensa e que não sabia que não estava em uma área restrita. No Allianz Parque, diferentemente do Mineirão, atletas, arbitragem, comissão técnica e dirigentes não circulam em locais nos quais estão os jornalistas, há uma saída independente justamente para não haver esse contato. Por não saber desse detalhe, Abel afirmou que sua privacidade foi invadida.

Ainda que possamos entender esse desconhecimento, a atitude foi exagerada. Como alguém que tanto batalha por um futebol melhor (especialmente no Brasil, onde está desempenhando seu trabalho de forma magnífica), uma conversa naquele momento seria o melhor dos mundos. Tentar entender o porquê da gravação, explicar os motivos pelos quais acha que aquilo faz mal ao esporte, etc... Mas Abel acaba sendo traído por seus destemperos pós-jogo, que já vinham motivados pela arbitragem horrível em campo. Um personagem de seu tamanho precisa respirar duas vezes antes de tomar tais atitudes.

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Seu perfil educador, de se colocar à frente de batalhas (muitas vezes sozinho) que não são fáceis de enfrentar, é importante demais para o futebol brasileiro. Alguém que vence, que ensina, que mostra caminhos e que está disposto a dividir tudo isso em coletivas, no particular, seja onde for. Esse Abel Ferreira precisa ser preservado e não atrapalhado pelo Abel "cabeça quente", que muito ajuda o Palmeiras, é verdade, mas não o deixa transcender para um horizonte maior, porque municia aqueles que já não gostam de sua figura. Muitos, inclusive, no jornalismo esportivo. Não podemos perder a voz de alguém tão importante por conta desses deslizes.

Sejamos honestos, sabemos que quando um setor da imprensa está disposto a desenvolver "hate" por algum personagem, ele não arreda o pé. E quando o personagem contribui para isso, é um prato cheio para continuar a jornada de "crucificação". Abel Ferreira é um desses. É alguém que acaba errando em certas ocasiões, mas que também é muito injustiçado sabe-se lá por quais motivos. O episódio no Mineirão em nada contribuiu para o seu legado no Brasil, pelo contrário. Muito menos ajudou o futebol brasileiro, embora uma parte de sua revolta naquele momento faça sentido. No fim, perdemos todos: Abel, o Palmeiras, o futebol brasileiro, o jornalismo, os amantes do esporte....

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