OPINIÃO: Endrick atingiu o teto na base do Palmeiras. Já está na hora do profissional?
Apesar dos 16 anos, joia do Verdão conquistou o máximo que poderia nas categorias de base do clube.
Para a surpresa de ninguém, Endrick foi o grande nome da vitória do Palmeiras sobre o Corinthians, que rendeu o título do Brasileirão sub-20 ao Verdão. Com um belo gol no segundo tempo, foi ele o responsável pelo triunfo por 1 a 0 na Neo Química Arena. O Dérbi determinou de vez que o jovem palmeirense já extrapolou os limites da base e agora precisa alçar voos maiores no elenco profissional.
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Não é novidade que Endrick é um extraclasse. Já havia provado no sub-15 e no sub-17, no ano passado, e no sub-20 neste ano, lembrando que ele seguiu disputando (e vencendo) títulos no sub-17. Detalhe: ele fez 16 anos há dois meses. Somente em 2022, ele foi decisivo em quatro finais, ganhou as quatro e fez gol nas quatro.
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Estamos diante de um fenômeno do futebol brasileiro e talvez mundial. Se tudo caminhar conforme a tendência, ele será um dos grandes do país em pouco tempo. Vê-lo jogar na TV já é algo fora do comum e, quando você o observa no estádio, é ainda mais impressionante. Não parece que ele é mais novo que os demais.
A forma de correr, a velocidade, a explosão, as passadas rápidas, a inteligência no posicionamento, o pensamento ágil, a proteção com o corpo, o domínio orientado e, claro, as finalizações. Tudo isso é bem nítido quando se está no campo. Não é à toa que Endrick é tão decisivo e praticamente não sente quando atua contra mais velhos.
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Até por isso, parece que ele já estabeleceu seu teto nas categorias de base. Não há mais para onde crescer, seu desenvolvimento por lá já chegou ao limite. Sem contar os títulos, todos os mais importantes já foram conquistados: Copinha, Brasileiro, Copa do Brasil e estadual (5). Sendo assim, sua contribuição em termos esportivos também já foi cumprida, é hora de mudar de ares e alçar voos maiores no clube.
O melhor agora seria integrá-lo de vez ao elenco profissional. É verdade que ele já tem treinado com o grupo há algumas semanas, mas vinha "descendo" para o sub-20 para os jogos. O momento é colocá-lo cada vez mais dentro do dia a dia do time principal, sob a batuta de Abel Ferreira e de sua comissão técnica, que são especialistas bem-sucedidos no desenvolvimento de jogadores.
Não é obrigatório jogar, nem há uma pressão para que o português escale o jovem de 16 anos, pois, de fato, é necessário um trabalho maior para se estabelecer no profissional. Aliás, esse é mais um argumento para que ele não esteja mais na base. Seu lugar agora é na equipe de cima, buscando preparação neste fim de temporada.
Endrick pode até não pedir com palavras a sua promoção definitiva ao elenco principal e espera tranquilamente a chance, mas suas atuações, sua maturidade, seus gols decisivos, entre outros atributos falam por ele. Os sinais físicos são muito grandes, não há mais como segurar a joia em uma "caixinha". Está na hora de mudar de patamar.