OPINIÃO: Na necessidade de fazer ressalvas ao Palmeiras, já lançaram a ‘carta’ do futebol vistoso
Verdão assume a liderança do Brasileirão novamente com muito mais méritos do que qualquer outro que já esteve lá, mas time ainda não convenceu "professores de Deus"
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Estamos perto de completar cinco meses de competições oficiais no futebol brasileiro neste ano e dificilmente vamos colocar algum clube que tenha sido melhor do que o Palmeiras até aqui. Testado nos mais diversos níveis nacionais, continentais e mundiais, o time de Abel Ferreira sobra no país e assume a liderança do Brasileirão com méritos, mas tem faltado ressalvas para tentar desmerecer.
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Aliás, tem faltado, mas há quem ainda tente buscar argumentos para não reconhecer o que o Verdão tem feito em 2022 e nas últimas temporadas. A questão não é elogiar o clube a qualquer custo, nem impedir que seja criticado. O bom debate permite que se faça pontuações a favor e contra determinados assuntos, é assim que as discussões têm potencial para enriquecer o conhecimento por aqui.
O problema é que os argumentos utilizados para colocar os pontos negativos no Palmeiras deste ano estão sendo cada vez mais vazios. Parece até que as ponderações são feitas pela necessidade de não ter apenas elogios. "Vamos criticar aqui para fazer uma média", ou "não é interessante levantar tanto esse feito". Me parece raso demais, para não dizer que sentimos um certo teor de clubismo no tema.
Algo que foi falado em algumas oportunidades após a vitória sobre o Coritiba, no último domingo, foi a "falta do futebol vistoso", ou seja, por mais que tenha feito tudo o que já fez, ainda falta apresentar o futebol bonito, que absolutamente nenhuma equipe tem mostrado. Classificar o futebol de 2022 do Verdão como "eficiente" é de uma pobreza atroz, esse patamar já foi superado há algum tempo.
Em algumas entrevistas coletivas, Abel Ferreira costuma usar o termo "professores de Deus" para se referir aos críticos e àqueles que parecem saber de tudo, mais do que qualquer outra pessoa. Me parece ser esse o caso de quem lança a "carta" do "mas o Palmeiras não joga bonito", é o toque do especialista sobre o tema em voga. Anteriormente, os mesmos já falaram em sorte e falta de repertório.
A liderança do Verdão no Brasileirão é conquistada com o melhor ataque, a melhor defesa e o melhor saldo de gols. Embora tenha somente um ponto de diferença para o Corinthians, o nível de apresentação de cada um é incomparável, com uma distância de qualidade e trabalho que não cabe em uma página para explicar.
No entanto, o campeonato no Brasil tem suas particularidades, que por vezes impedem que resultado e desempenho caminhem juntos na tabela. O Timão joga mal e vem somando pontos, o Alviverde demorou um pouco mais para juntar os dois fatores e atinge o topo com mais méritos do que qualquer outro time que já esteve lá nesta edição, pois já vem jogando bem desde o início da competição.
Isso tudo não quer dizer que o Palmeiras não tenha defeitos, pelo contrário, tem sim. Há questões que precisam ser aperfeiçoadas, como a conclusão das jogadas, que já tiraram pelo menos quatro pontos em casa da equipe: contra Fluminense e Atlético-MG. Apesar do volume grande no ataque, ainda falta um capricho final para que a eficiência seja ainda maior, mas nada a ver com futebol vistoso.
A opinião aqui é em relação ao vazio que se imprime em um debate que poderia ser muito mais rico, mas é empobrecido por motivações que ficam difíceis de entender. Quando um clube, sua gestão, seu treinador e elenco fazem quase tudo certo, por que a gente coloca uma ressalva tão subjetiva? O que estamos contribuindo para a discussão? Brigar com o óbvio fica feio demais. Pensemos melhor.
Números do Palmeiras na temporada 2022
37 jogos
27 vitórias
8 empates
2 derrotas
80,2% de aproveitamento
78 gols marcados (2,11 por jogo)
19 gols sofridos (0,51 por jogo)
Saldo de 59 gols
- Melhor mandante do ano: 88,33%
- 2º Melhor visitante do ano: 70,59% (Ceará é o melhor com 72,55%)
- Melhor campanha geral e título Paulista
- Campeão da Recopa Sul-Americana
- Melhor campanha da história da fase de grupos da Libertadores
- Líder do Brasileirão, melhor ataque e melhor defesa
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