OPINIÃO: Turbulência no início de temporada faz Palmeiras levar pressão desnecessária para a Supercopa
Verdão enfrenta o Flamengo no próximo sábado valendo o primeiro título de 2023
O Palmeiras teve um início de temporada bem abaixo do que se esperava. Apesar de estar invicto e não ter tomado gol nos seus três jogos oficiais deste ano, as atuações não têm sido boas e as cobranças já começaram a ser ouvidas nas arquibancadas. Agora, a menos de uma semana da primeira decisão de 2023, o clube leva uma pressão desnecessária para a Supercopa do Brasil.
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Depois de empatar em 0 a 0 com o São Bento, em casa, e vencer o Botafogo-SP por 1 a 0, fora de casa, com um golaço de Raphael Veiga, o Verdão voltou a empatar sem gols no Allianz Parque, dessa vez com um de seus maiores rivais: o São Paulo. Uma semelhança entre essas partidas foi o desempenho ruim do time, que se mostrou com pouca criatividade e pouca inspiração ofensiva.
Em relação ao ano passado, dois titulares absolutos deixaram clube: Gustavo Scarpa e Danilo, ambos transferidos ao Nottingham Forest-ING. Até aqui, quase no final do mês de janeiro, o clube ainda não anunciou reforços para a temporada. Aliás, é o único dos grandes de São Paulo que não se reforçou até o momento. E isso não aconteceu mesmo com essas perdas importantes.
Se dentro de campo os efeitos dessas baixas sem reposição já estão sendo sentidos jogo após jogo, fora dele os primeiros sinais de insatisfação da torcida começam a pipocar. Depois do 0 a 0 com o São Paulo, a Mancha Verde, principal organizada do clube, protestou contra a presidente, contra a diretoria e pediu jogadores. Depois, mais tarde, os muros da sede social apareceram pichados com críticas no mesmo tom. Há questões políticas envolvidas, mas a insatisfação existe.
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Para completar, Abel Ferreira usou parte de sua coletiva para "cobrar" um posicionamento diferente da diretoria quando for se manifestar nas entidades de futebol nacional. O treinador se referiu aos problemas com arbitragem e deu a entender que as manifestações por e-mail não têm surtido efeito. Depois, o português ainda deixou claro o perfil de reforços que gostaria: "jogadores prontos".
Tudo isso a menos de uma semana da primeira decisão do ano, que será no sábado, diante do Flamengo, valendo o título da Supercopa do Brasil. Obviamente a final em Brasília já tinha uma carga enorme por conta da rivalidade e da taça em jogo, mas nas condições atuais o Palmeiras leva para essa partida a pressão de uma resposta logo no início do ano, ou seja, essa turbulência pode se somar ao peso de uma possível derrota justamente para o concorrente à hegemonia nacional.
Desde que a temporada acabou, em meados de novembro do ano passado, houve tempo suficiente para planejar um início de 2023 de uma outra forma, principalmente na questão dos reforços. Ainda que não houvesse a intenção de um "pacotão" ou da chegada de grandes estrelas, o ideal teria sido iniciar a pré-temporada com a definição das contratações ou dos substitutos daqueles que tinham suas saídas confirmadas e/ou iminentes. Não havia necessidade de carregar esse peso para agora.
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Como o próprio Abel disse em coletiva após a vitória sobre o Botafogo-SP, o respeito se conquista com os resultados. Apesar de todos nós termos noção de que o futebol tem tantas outras nuance e de que beira a loucura um time vencedor como o Palmeiras ter essa turbulência logo no início de temporada, são esses momentos que acabam moldando um ano inteiro de trabalho. Nesse caso, uma vitória não vai deixar "tudo bem", mas uma derrota pode gerar uma "bola de neve" perigosa.