Polícia apura se briga entre torcedores do Palmeiras e Cruzeiro foi ‘revide’
Torcidas organizadas já brigaram na mesma rodovia
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Torcedores do Cruzeiro e Palmeiras entraram em confronto na madrugada deste domingo (27), na estrada Fernão Dias, na região de Mairiporã, em São Paulo. Segundo a Polícia Civil, a briga, que provocou cenas de selvageria, causou uma morte e outros 17 feridos.
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Os cruzeirenses retornavam de Curitiba, onde a equipe mineira enfrentou o Athletico Paranaense, no sábado (27). Na altura de Mairiporã, os torcedores foram surpreendidos por palmeirenses, que atacaram os passageiros com pedaços de madeira e atearam fogo em um dos dois ônibus da viagem.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgou uma nota em que afirma que os torcedores do Cruzeiro sofreram uma emboscada, ou seja, um ataque premeditado dos palmeirenses.
Cerca de 150 torcedores estiveram envolvidos no confronto. As autoridades não informaram se houve prisões de envolvidos no ocorrido. Os 17 feridos foram encaminhados para hospitais em Mairiporã e Franco da Rocha.
Vingança?
O conflito é mais um lamentável episódio de violência entre as torcidas organizadas Mancha Alviverde, formada por palmeirenses, e a Máfia Azul, composta por cruzeirenses. Em setembro de 2022, elas se envolveram em uma briga na Fernão Dias, na região de Carmópolis, em Minas Gerais.
Na ocasião, vídeos circularam nas redes sociais com imagens do confronto, em que cruzeirenses apareciam agredindo torcedores do Palmeiras. Quatro pessoas foram baleadas no confronto e outras dez ficaram feridas.
A emboscada da madrugada deste domingo (27) foi um revide ao confronto das torcidas em 2022. A Polícia Civil vai começar as investigações sobre o caso a partir da segunda-feira (28), após a finalização do processo de boletim de ocorrência.
No confronto de 2022, nenhum torcedor foi preso após a briga. Nas redes sociais, as torcida não falaram sobre o triste episódio. A Máfia Azul compartilhou uma imagem de luto com a mensagem "Perda com honra, mas não vença por covardia". A Mancha Alviverde não se posicionou sobre o ocorrido.
Fiscalização
A Polícia Militar é responsável pela escolta de ônibus das torcidas organizadas em jogos com risco de confrontos. Entretanto, nem sempre as emboscadas acontecem em datas de jogos diretos entre as torcidas organizadas envolvidas nas brigas.
Portanto, os ataques acabam acontecendo em dias e horários diferentes das escoltas. Flávio Catarucci, porta voz da PRF em São Paulo, afirma que isso é um dos principais empecilhos para a fiscalização desses atos de selvageria e que as forças de seguranças trabalham para aprimorar o serviço de inteligência nos dias de jogos.
- A PRF trabalha monitorando o fluxo de ônibus dos torcedores que passam nas rodovias federais paulistas de modo que possam ser construídas estratégias operacionais para evitar que fatos futuros voltem a se repetir - declarou o porta-voz
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Pena
O Estatuto do Torcedor prevê até dois anos de reclusão para o autor de atos de vandalismo, tumultos ou conflitos em estádios de futebol e outros lugares públicos. Entretanto, a punição pode ser agravada quando ocorre fora dos espaços que recebem jogos de futebol.
Portanto, brigas em rodovias federais, como a vista neste domingo (27), podem resultar em penas mais longas. Segundo a lei federal, brigas sem feridos podem acarretar um ano de prisão, e com feridos, a pena pode chegar até cinco anos.
No caso do conflito entre a Mancha Verde e a Máfia Azul, o tempo de pena pode ser ainda maior. A justiça prevê que envolvidos em brigas que envolvem homicídios ou lesões graves podem pegar de cinco a 20 anos de reclusão.
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