Por Liga, Leila sobe ainda mais tom contra Flamengo: ‘Se acha que o futebol brasileiro é pequeno, que vá jogar na Europa’
Mandatária repetiu ataques a rival carioca e explicou detalhes de impasse por criação de Liga
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Um dia depois de ter trechos de uma entrevista concedida à 'TV Globo' divulgados, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, não abaixou o tom sobre as divergências com o Flamengo sobre a proposta de criação da Libra (Liga do Futebol Brasileiro) nesta sexta-feira (14), na Academia de Futebol.
A mandatária alviverde, umas principais entusiastas pela criação de uma liga, reiterou que há divergências e descontentamento pela forma como o seu colega rubro-negro, Rodolfo Landim, sobre o que seria uma postura centralizadora nas discussões do grupo onde estão integrados palmeirenses, flamenguistas e outras 16 agremiações.
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- O Flamengo não está atrapalhando, porque ele não pode atrapalhar. São 20 clubes, como pode um clube atrapalhar os trabalhos de algo tão importante. Se quiser vá jogar na Europa, não dá para ficar aqui, os outros clubes tem que se posicionar. Se houve um empecilho, tem que tirar. O Flamengo não é mais forte do que 20 clubes. Se houve união entre os 20 clubes. Eu estou ficando irritada, está demorando demais a conclusão desta liga. Precisamos deixar a vaidade e saber o que é melhor.
O tom alto da presidente alviverde continua. Leila continuou a cutucar o rival carioca.
- Não foi discussão, eu respeito todos os clubes, eu me tornei presidente para fazer meu clube vencedor e melhorar o futebol. Eu não vou admitir clubes usarem da soberba para comandar qualquer linha de raciocínio. O Palmeiras não vai se curvar à soberba de ninguém. Eu não vou deixar que clubes se achem melhores, porque não são. Se acha que o futebol brasileiro é pequeno, que vá jogar na Europa. O Real Madrid tá esperando. O Marcelo veio aí e vocês viram. A soberba não é do Fluminense.
- Eu sou presidente do Palmeiras, mas jamais o Palmeiras deixou de ser humildade. Nós sempre lutamos pelo que é melhor para o futebol, estivemos sempre ao lado de clubes que lutem por esse ideal. Não vou deixar que um clube cuide do que é melhor para o futebol. E ele estando melhor com investimentos, é melhor para todos. Precisou chegar uma mulher em um clube de futebol e falar o que está na cara e ninguém fala. Vou usar essa coletiva para abrir os olhos dos clubes que pensam igual, vamos parar de reunião e resolver isso - apontou Leila.
O impasse vivido dentro da Libra passa pela divisão das receitas. É o ponto de discórdia com a Liga Forte Futebol, grupo que reúne outros 26 clubes e que discordam dos termos propostos pela outra aliança. Há o entendimento de que na Libra a diferença entre o primeiro e o 20º clube da lista é muito desproporcional.
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No mês passado, em uma reunião na sede da FPF (Federação Paulista de Futebol), mais uma vez a divisão de dinheiro foi alterada para se tentar se chegar a um consenso. E alguns tópicos dessa divisão de receitas foram alterados.
Mas a LFF já tem encaminhado um acordo com um fundo de investimentos que pagaria mais de R$ 2 bilhões para gerir a Liga. Enquanto a Libra tem um parceiro engatilhado, mas que exige que todos os 40 clubes de Série A e B estejam no mesmo grupo para fechar o contrato. Ou seja, o fundo de investimentos não admite que existam dois grupos, algo que o fundo da LFF é mais flexível. A expectativa é de que até junho possa haver alguma grande mudança nas conversas das partes.
- Eu sempre luto por um futebol igualitário. O Palmeiras não joga sozinho. Isso me irrita muito, já deveria ter sido resolvido, eu sou convidada para várias reuniões da Libra, cansativo, três, quatro horas conversando. Sou uma mulher objetiva, quero resolver, todos sabem o que é melhor. O pior é a questão da vaidade. Eu não tenho vaidade. Me irrita quando determinados clubes emanam uma soberba absurda, só pensam no próprio clube. Não entendendo que ninguém joga sozinho. Haja visto os resultados, clubes com investimentos menores com êxitos contra maiores. Isso me irrita profundamente - apontou Leila.
Apesar do tom crítico, a mandatária do Palmeiras descarta que haja ruptura com o Flamengo e diz estar aberta ao diálogo. Mas pontua algumas posturas dos cariocas que segundo ela atrapalham o andamento das questões.
- Eu me dou bem com o presidente Landim, mas preciso me colocar. Eu não posso ver um problema e não falar, como a maioria faz. Vou te dar um exemplo prático. Na Libra determinados assuntos precisam ser decididos por unanimidade. Sou contra decisões por unanimidade, você não resolve nada. Eu tenho certeza absoluta que 99% dos clubes é contra, mas o Flamengo não é. Tentamos votar o fim das votações por unanimidade, para não engessar a Libra. Por que tudo tem que ser do jeito que o Flamengo quer? Vocês não são os reis da cocada preta. São questões que 99% dos clubes concordam, mas ficam quietos. Precisam de uma mulher falar, não pode um clube determinar os rumos de uma Liga. Se não está satisfeito, saia. A soberba do Flamengo é enorme, tinham que baixar um pouco a bola. Não se faz um futebol saudável, é esporte agregador, não pode os dirigentes ficarem com vaidade por causa de picuinha. Isso só prejudica o produto futebol.
Confira como está a divisão dos clubes atualmente:
Libra: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.
LFF: ABC, Athletico, Atlético-MG, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sport, Vila Nova e Tombense.
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