Pouca definição antes da pausa: Luxa repetiu escalação só uma vez no ano
Repetição aconteceu apenas quando o lateral-direito Marcos Rocha e o volante Ramires estavam machucados, e escalação com 11 mais usados sequer jogou junta no Palmeiras
Apesar de os conceitos táticos estarem definidos na cabeça dos jogadores, como apontou o auxiliar Maurício Copertino ao LANCE!, realmente falta sequência ao Palmeiras, e as estatísticas comprovam. Até a pausa do futebol por conta da pandemia do coronavírus, Vanderlei Luxemburgo comandou o time em 12 jogos oficiais na temporada, repetindo a escalação apenas uma vez.
Essa sequência ocorreu em fevereiro, em duas rodadas seguidas do Campeonato Paulista, na vitória por 1 a 0 sobre o Guarani, no Allianz Parque, no dia 20, e no 0 a 0 diante do Santos, no Pacaembu, no dia 29. A escalação foi:
Weverton; Gabriel Menino, Felipe Melo, Gustavo Gómez e Viña; Bruno Henrique, Zé Rafael e Raphael Veiga; Dudu, Willian e Luiz Adriano.
Essa repetição, no entanto, ocorreu enquanto o lateral-direito Marcos Rocha e o volante Ramires, potenciais titulares, estavam em recuperação de problemas físicos. Na lateral direita, especificamente, o volante Gabriel Menino, de 19 anos e recém-promovido das categorias da base, foi improvisado por falta de opção, já que o reserva Mayke se tratava de lesão. O que mostra que essa escalação repetida fica longe de ser considerada uma base de Luxemburgo.
Nessa partida contra o Santos, ainda ocorreu a estreia de Rony, regularizado dois dias antes do clássico. Foi a única vez em que o atacante ficou no banco, sendo titular nos quatro jogos seguintes. O que indica a bem provável presença do principal reforço da temporada (o clube desembolsará 6 milhões de euros por 50% de seus direitos econômicos em negociação com o Athletico-PR) do camisa 11 na formação ideal que Vanderlei Luxemburgo tem em mente.
Outro fato que comprova a necessidade de sequência (que já seria necessária após, no mínimo, três meses sem jogos por conta da pandemia) é que a escalação com os 11 mais utilizados pelo técnico em 2020 não atuou nenhum minuto junta. Existe a expectativa de isso ocorrer na volta das partidas.
A formação dos mais usados tem: Weverton (1153 minutos em campo; 12 jogos, todos como titular); Marcos Rocha (695 minutos; oito jogos, todos como titular), Felipe Melo (965 minutos; dez jogos, todos como titular), Gustavo Gómez (1044 minutos; 11 jogos, todos como titular) e Viña (515 minutos; seis jogos, todos como titular); Gabriel Menino (555 minutos; sete jogos, seis como titular), Zé Rafael (727 minutos; 12 jogos, seis como titular) e Lucas Lima (645 minutos; oito jogos, sete como titular); Dudu (917 minutos; dez jogos, nove como titular), Willian (909 minutos; 12 jogos, oito como titular) e Luiz Adriano (777 minutos; dez jogos, todos como titular).
Se forem considerados apenas os jogos como titular, Ramires (534 minutos; oito jogos, todos como titular) entraria no time no lugar de Gabriel Menino. Mas, ainda assim, a formação Weverton; Marcos Rocha, Felipe Melo, Gustavo Gómez e Viña; Ramires, Zé Rafael e Lucas Lima; Dudu, Willian e Luiz Adriano também não esteve junta sequer um minuto nesta temporada.
Mais uma vez, deve se levar em conta que Rony, potencial titular, não está em nenhuma dessas formações dos mais utilizados por Luxemburgo na temporada. O atacante acertou somente no final de fevereiro e, até agora, acumula 438 minutos em campo durante cinco jogos, quatro como titular - atuou 207 minutos e três partidas a menos em relação a Lucas Lima, membro do setor ofensivo do time dos mais usados com menor frequência jogando.