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Previsão de receita, balancete e caixa em dia: L! detalha finanças do Verdão

Clube chega a agosto com déficit contábil de R$ 33 milhões, mas vê caixa controlado. Veja os detalhes e entenda como a diretoria fez um planejamento mais agressivo para 2019

O presidente Maurício Galiotte prefere não se manifestar enquanto seguir negociando com a Globo
imagem cameraMaurício Galiotte diz que Palmeiras investiu bastante em 2019 (Foto: Fabio Menotti/Divulgação)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 27/09/2019
11:56
Atualizado em 27/09/2019
12:12

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Depois de conquistar o título brasileiro em 2018, o Palmeiras decidiu fazer investimentos mais agressivos no departamento de futebol para 2019. Manter a base campeã e reforçá-la foi considerado pela diretoria o melhor caminho.

Depois de oito meses (as contas foram fechadas até agosto), o clube apresenta um déficit contábil de R$ 33 milhões, mas entende que isto não significa problemas financeiros, dado que o caixa segue sob controle e não há atraso em nenhum pagamento.

O LANCE! detalha abaixo as finanças do clube alviverde, que espera repetir em 2019 uma arrecadação alta, com algo entre R$ 650 e R$ 700 milhões. Em 2018, o clube bateu o seu recorde de arrecadação: R$ 688,5 milhões, com R$ 30,7 milhões de superávit.

- Postura agressiva no mercado:

Ao ganhar o segundo título brasileiro em três anos, a diretoria decidiu com a comissão técnica manter o grupo e valorizá-lo em casos pontuais. Jogadores como Bruno Henrique e Dudu, por exemplo, renovaram e receberam aumentos depois de sondagens do exterior. Além disso, foram quase R$ 80 milhões em atletas como Vitor Hugo, Matheus Fernandes, Zé Rafael e Carlos Eduardo.

Houve, portanto, uma canalização maior das receitas no departamento de futebol, que tinha na Libertadores o principal sonho da temporada. Até o momento, o clube não conquistou nenhum título, mas ainda briga pelo bi no Brasileiro. Mesmo que o principal alvo não tenha sido atingido, a avaliação é de que o elenco é um ativo que pode também render em possíveis negociações nas janelas futuras.

- A gente investiu muito neste ano, realmente até além do que tínhamos planejado. Se você notar, mantivemos praticamente todos os jogadores do ano passado e trouxemos outros grandes jogadores. O investimento foi alto. Investimos para ter resultados. Naquele momento (da saída de Felipão) não tínhamos os resultados, por isso fizemos a mudança e agora eles voltaram. Vamos lutar muito para conseguir o título - disse Maurício Galiotte depois do jogo contra o CSA.

- Déficit no balancete, mas caixa em dia:

Até o mês de agosto, o Palmeiras apresenta um déficit de R$ 33 milhões. A quantia tem relação com ações trabalhistas de gestões anteriores, previsões de receitas não atingidas e algumas até inexistentes, como os direitos de transmissões internacionais do Brasileiro, que a CBF não conseguiu comercializar. Apesar disso, a cúpula alviverde entende que o resultado não influencia no caixa alviverde.

Ainda que Maurício Galiotte e Alexandre Mattos repitam que o clube não esbanja dinheiro, os gestores orgulham-se do fato de que não há atrasos para jogadores, funcionários nem fornecedores. A decisão de não antecipar receitas permanece, algo praticado desde a gestão de Paulo Nobre e perpetuado por Galiotte. A diretoria financeira trabalha apenas com a verba referente ao ano.

- Os R$ 33 milhões de déficit esmiuçados:

A) R$ 10 milhões em ações trabalhistas e cíveis, concluídas ou acordadas: O maior caso é o de Lincoln, meia que passou pelo clube entre 2010 e 2011. O Palmeiras terá de pagar R$ 9 milhões a ele, mas de forma parcelada nos próximos anos. O valor entra inteiro no balanço de 2019, pois a dívida foi reconhecida neste ano. Moisés, por exemplo, foi vendido por R$ 21 milhões, mas o dinheiro está bloqueado por conta da ação de Antenor Angeloni, quem viabilizou a chegada de Wesley, em 2012;

B) R$ 3 milhões em variação cambial: Negociações parceladas feitas em moedas estrangeiras acabam tendo uma diferença por conta do aumento do valor de dólar e euro, por exemplo. Este flutuação criou também mais R$ 2 milhões em movimentações financeiras, como pagamento de IOF;

C) R$ 3 milhões com leis de incentivo ao esporte: O clube usou a lei pela primeira vez, em busca de investimentos em esportes amadores e futebol feminino. A expectativa era de arrecadar algo em torno de R$ 5 milhões, mas o valor ficou pouco acima de R$ 1 milhão;

D) R$ 9 milhões em receitas não aferidas: A principal foram os direitos de transmissão internacional do Campeonato Brasileiro, que a CBF não conseguiu vender até o momento, e dificilmente o fará nesta edição. Além disso, o Palmeiras não entrou no acordo coletivo com a SportPromotion, que faz a comercialização de placas no Brasileiro. Assim como Corinthians e Flamengo, que negociaram sozinhos com a empresa, o Verdão já tem um acordo individual para explorar a mídia estática do Allianz Parque de 2020 a 2022. Esta receita, porém, só entrará a partir do ano que vem.

E) R$ 6 milhões em bilheteria: O Palmeiras arrecadou menos com ingressos até o momento na temporada. A previsão orçamentária tomou como base os números de 2018, e houve uma diferença razoável entre um ano e outro:

- Paulista de 2018: R$ 17.974.386,74 de renda bruta, contra os R$ 12.332.950,20 do Estadual de 2019;
- 1ª fase da Libertadores de 2018: R$ 8.951.123,74 de renda bruta, contra os R$ 5.323.951,90 da fase de grupos deste ano. Nesta edição, o principal jogo ainda ocorreu no Pacaembu: a eliminação para o Grêmio, nas quartas de final. Ainda que a renda tenha sido de R$ 1,8 milhão, o valor seria maior no Allianz Parque.

- Receita alta e superávit?

O Palmeiras entende que a possibilidade de repetir os últimos anos e encerrar o ano com superávit dependerá também do desempenho esportivo. Quanto melhor for a fase do time, a mobilização da torcida cresce, a bilheteria aumenta e é maior a chance de se receber prêmios em caso de um possível título - no momento, o Verdão está a três pontos do Flamengo, segundo colocado.

Mesmo que o ano não acabe com o balanço no azul, a diretoria alviverde argumenta que o clube é bem administrado e toma decisões planejadas, com estratégia. Ou seja, defende que não deixará o caixa prejudicado.

O Verdão conta com o principal patrocínio do futebol brasileiro e recebe cerca de R$ 100 milhões por ano da Crefisa/FAM. A empresa também viabilizou contratações, e deverá receber a quantia de volta, hoje tratada como empréstimo. O valor, com juros, está avaliado em cerca de R$ 160 milhões.

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