Em meio à pandemia do coronavírus, a quinta-feira foi movimentada no Palmeiras. Além de serem encerradas as férias coletivas, houve o anúncio de que o elenco, assim como o técnico Vanderlei Luxemburgo, o gerente de futebol Cícero Souza e o diretor de futebol Anderson Barros, sofreu redução salarial. Assuntos que o zagueiro Vitor Hugo abordou com sinceridade em entrevista exclusiva ao LANCE!, entre outros temas.
O camisa 4 relata unanimidade entre os jogadores para diminuir 25% dos salários de maio e junho registrados em carteira, e direitos de imagem de abril e maio serão parcelados até junho de 2021 - medida que também afeta os vencimentos do técnico Vanderlei Luxemburgo, do diretor Anderson Barros e do gerente Cícero Souza e, por enquanto, preserva empregos no clube. O jogador ainda falou sobre amigos da Fiorentina contaminados pela COVID-19.
Confira o bate-papo com Vitor Hugo, que diz ter se emocionado com a reprise da decisão da Copa do Brasil de 2015, seu primeiro título no clube:
Você começou as férias coletivas, em 1 de abril, já transmitindo ao vivo um treino seu. Continua fazendo exercícios diariamente com a ajuda do personal nas férias? Como foi a sua rotina em abril?
Foi bem legal aquele dia, hein? Recebi várias mensagens do pessoal que tentou fazer junto. Foi massa! Continuei treinando, para não perder completamente a forma, né? Mas em dias alternados, tipo segunda, quarta e sexta.
Mesmo nas férias, você e seus colegas treinaram em casa. O que muda com o fim das férias?
Como estamos vendo que essa situação da quarentena foi prorrogada, fomos orientados a continuar em casa. Porém, com atividades aeróbicas mais fortes do que nos últimos dias, já visando voltar com o melhor condicionamento possível para quando os campeonatos voltarem.
Como tem sido a comunicação com a comissão técnica e colegas do elenco? Vocês se falam diariamente?
A gente se fala bastante pelo grupo do 'zap' (Whatsapp, aplicativo de mensagens) mesmo. O professor Vanderlei também faz algumas videochamadas com o grupo todo, de vez em quando, para interagir e ele passar algumas ideias e pensamentos do que ele e sua comissão conversam.
Como foram as discussões sobre redução salarial?
A gente conversou bastante sobre isso nos últimos dias. No nosso grupo, foi unânime o pensamento de compreensão, de entender o momento que o mundo todo está passando e precisamos ter consciência de que, assim, ajudaremos quem nos ajuda (o clube). Vamos continuar rezando para que tudo isso passe o mais rápido possível. Logo menos, tudo voltará ao normal.
Você tem alguém próximo que teve coronavírus?
Teve uns amigos meus, do ano passado, lá na Fiorentina, que foram contaminados, como o Germán (Pezzella, zagueiro argentino), o Dusan (Vlahovic, atacante sérvio) e o fisioterapeuta Stefano (Dainelli, italiano). Graças a Deus, todos já se recuperaram e estão bem.
Como você tem acompanhado tudo isso?
Tenho acompanhado só os dados que passam na TV mesmo.
Como fica a expectativa da volta aos jogos, discussão que tem aumentado ultimamente?
Nossa, não vejo a hora de voltar. Ansiedade tá grande por aqui. Acho que nem minha mulher aguenta mais me ter em casa tanto tempo (risos).
Ver tantas reprises na TV ajuda a matar a saudade ou piora?
As reprises são legais para a gente rever momentos inesquecíveis. Tipo aquela final da Copa do Brasil de 2015, que me arrepia até hoje quando vejo.
Você já começou a pré-temporada precisando trabalhar mais fisicamente, em recuperação de lesão, e agora, por conta da pandemia, continua nessa rotina. Dá para dizer que você nunca esteve em melhor forma?
Claro que não! Ainda tenho muito a melhorar, e estou trabalhando para isso. No início dessa temporada, comecei treinando separado devido à cirurgia do ano passado e foi um período em que me esforcei para voltar na melhor forma física. Infelizmente, os campeonatos pararam devido a esse vírus e, mesmo sem querer, a gente acaba perdendo um pouco a parte física. Mas tenho me cuidado bem em casa para não perder tanto e, quando voltar, vou poder treinar com todos, o que me deixa muito feliz e motivado.