A janela chinesa fechou nessa sexta-feira e, apesar da insistência e dos milhões de euros oferecidos pelo Shandong Luneng, Dudu continua no Palmeiras. Não foi a primeira vez que a diretoria conseguiu espantar o assédio do exterior e manter o seu camisa 7 - as propostas têm se acumulado desde o meio de 2016 -, mas pode ter sido a última.
O Palmeiras conta com o atacante até o fim deste ano. Depois, sabe que será difícil mantê-lo. André Cury, empresário de Dudu, disse em fevereiro que o clube se comprometeu verbalmente a negociar o jogador ao fim da temporada em caso de uma boa oferta.
A proposta do Shandong Luneng foi a que mais balançou Dudu até hoje. Seriam quatro anos de contrato e salário de 6 milhões de euros (R$ 27 milhões) por temporada, o que significa mais de R$ 2 milhões por mês. No ato da assinatura, ele ainda receberia um bônus superior a 7 milhões de euros (R$ 32 milhões). A negociação só não se concretizou porque o Palmeiras bateu o pé para fazer valer o acordo verbal de mantê-lo no clube até dezembro.
A dificuldade de encontrar um possível substituto no mercado imediatamente também pesou muito para o presidente Maurício Galiotte dizer "não" aos 15 milhões de euros (R$ 67 milhões) oferecidos pelos asiáticos - os 100% dos direitos de Dudu custaram menos da metade disso a Palmeiras e Crefisa: 6 milhões de euros.
Outro argumento usado por Galiotte foi a recente reforma no contrato de Dudu. Há quatro meses, o clube reajustou o salário dele, pagou luvas, prorrogou o vínculo até o fim de 2022 (antes iria até o fim de 2020) e estipulou uma multa rescisória de 60 milhões de euros (R$ 272 milhões). Após tanto esforço, o Verdão não admitiria perdê-lo antes do fim deste ano.
Naquela época, as partes haviam acabado de recusar diversas propostas de um outro clube chinês, o Changchun Yatai. Eles chegaram a oferecer 13 milhões de euros ao Palmeiras e salários de R$ 1,5 milhão por mês. Depois disso, ainda houve sondagens do México, também rechaçadas. Em outubro de 2017, o Besiktas (TUR) já havia enviado representantes ao Brasil para oferecer 9 milhões de euros ao Verdão, valor considerado muito baixo.
A primeira vez que Dudu esteve perto de sair foi no meio de 2016, para um clube chinês que não teve o nome revelado. Alexandre Mattos pediu a ele que ficasse para conquistar o título brasileiro, o que acabou acontecendo, e deu-lhe um aumento salarial em fevereiro de 2017, quando o contrato foi ampliado do fim de 2018 para o fim de 2020.
Dudu é um dos maiores ídolos recentes do Palmeiras. Ele chegou ao clube no início de 2015, depois de um chapéu aplicado pelo Verdão em São Paulo e Corinthians, que brigavam por sua contratação havia meses. O camisa 7 foi campeão da Copa do Brasil daquele ano e do Brasileirão de 2016, este como capitão. Hoje, tem 198 partidas pelo clube e 49 gols.