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Sucessora de Galiotte? Leila fala ao L! sobre disputar a presidência em 2021

Enquanto negocia a renovação do patrocínio com o Palmeiras, presidente da Crefisa e da FAM já pensa em se manter, pelo menos, no Conselho Deliberativo. Veja toda a entrevista 

Leila Pereira e Maurício Galiotte
Leila Pereira é conselheira eleita até 2021. Ela vai concorrer à reeleição em 2021 (Foto: Cesar Greco)

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Maurício Galiotte iniciou seu segundo e último mandato no Palmeiras agora em dezembro com total apoio de Leila Pereira, patrocinadora e conselheira do clube. Com a mudança no estatuto alviverde, o presidente ficará três anos na cadeira, e a próxima eleição será em 2021, quando a parceira terá condições de concorrer à presidência.

Ainda que Leila seja vista como o principal nome da situação para o futuro na política alviverde, ela ainda desconversa sobre disputar o principal cargo do Verdão. Ela diz, por enquanto, que só está certa sua tentativa de se reeleger ao Conselho Deliberativo.

Em entrevista ao LANCE!, a patrocinadora falou, também, do futuro de suas marcas (Crefisa e FAM) no Palmeiras. Já nos uniformes do time desde 2015, as conversas estão adiantadas para a renovação do contrato por mais três anos - o anúncio será feito em janeiro. A tendência é de que o próximo contrato seja de cerca de R$ 80 milhões por temporada.

Caso fique até o fim deste próximo vínculo, serão, pelo menos, sete anos com a Crefisa. Se Leila for confirmada como candidata à presidência do Verdão e vença em 2021, a "era Crefisa" chegaria a dez anos. Segundo ela, ainda pouco pelo que deseja: manter-se para sempre no clube.

Confira a entrevista exclusiva com Leila Pereira:

LANCE!: Você já nos disse que sonhava em criar a "era Crefisa", com o Palmeiras voltando a ganhar títulos como antes. Após três conquistas nacionais em quatro anos, acredita que já chegou nesse patamar?
Leila Pereira: Eu acho que sim, mas ainda é possível fazer muito mais. Quero ficar mais muitos anos no Palmeiras, que todo este tempo seja configurando como brilhante, outra época brilhante, uma terceira Academia de Futebol. Queremos que nossas empresas sejam vinculadas a essa era.

O que falta para chegar no patamar que você deseja?
Acho que é muito pouco tempo, quatro anos é muito pouco tempo. Temos de conquistar mais títulos.

Depois da reeleição de Maurício Galiotte, muitos no clube já a consideram o principal nome da situação para concorrer à presidência em 2021. Considera ser este o caminho mesmo?
Se olharem minhas redes sociais, no clube, dizem: "Leila, você precisa ser presidente". Eu não posso dizer que vou ser presidente do clube. Em outubro de 2021 eu posso ser candidata a presidente, sim. Antes disso, vou me candidatar ao conselho em fevereiro de 2021, isto com certeza serei candidata. Como patrocinadora e parceira posso colaborar com o clube, não preciso ser presidente para isso. Não quero esperar para daqui três anos, esperar o sócio me dar esta honra, vou ajudar o clube agora. Como patrocinadora, parceira, conselheira e apaixonada pelo Palmeiras posso ajudar já. A torcida já me vê assim. Sou uma conselheira como 280 colegas, mas a torcida já me vê como uma pessoa importante pelos investimentos e esforços que faço. Não preciso ser presidente para ajudar. Nós no Palmeiras temos de pensar além de cargo, tem de pensar no que pode fazer para ajudar ao clube. A minha pequena oposição quer se apegar a cargo, eles não largam nem morto! Os vices do Maurício fizeram uma campanha ferrenha, feia, e seguiram vices. Por que não largaram os cargos para ter mais liberdade para criticar o presidente? Mas eles não largam. Então acho muito feio. Não é o que eu quero. Independente do cargo no clube, penso diariamente no que posso fazer pelo clube. Não é papo político, não é. Não sou eu que vou dizer que vou ser candidata, as pessoas pedem. Eles veem que eu colaboro para o clube, mas não é papo de política, porque não sou política. Falo as verdades, doam a quem doer. Quero ver meu time campeão, o clube moderno. É o que interessa.

Considera que este jeito "não-político" tem lhe dado mais espaço no clube?
É muito difícil as pessoas terem coragem de falar. Isto me diferencia um pouco das outras. Não digo que não falam por má fé, mas não têm coragem às vezes. Eu sou o contrário. Não estou no clube para ser a boazinha, para falar o que as pessoas querem ouvir, eu falo a verdade, o que é melhor para o Palmeiras. Sem dúvida alguma. E gosto muito da proximidade do sócio, da torcida. Faço eventos no clube que não tem nada a ver com o patrocínio. Tem semana da saúde para cuidar dos sócios, a casa do Papai Noel. Não tenho obrigação nenhuma, mas gosto de dar alegria aos sócios. Chamo crianças carentes para ir ao clube e presenteá-las. Aí aquela oposição pequeninha que gosta de fazer barulho diz que é porque eu quero ser candidata. Se você não faz nada, também reclamam. Eles deveriam fazer o que eu faço pelo clube. Se acham que estou aparecendo demais pelos agrados aos sócios e às pessoas carentes, por que não fazem a mesma coisa? Para eu fazer tudo isso, o presidente autoriza. Não faço nada sozinha, é um grupo muito bem intencionado dentro do clube, não é só a Leila. São centenas de pessoas que ajudam no clube e eu colaboro.

Caso o contrato de patrocínio seja renovado, serão sete anos da Crefisa como patrocinadora do Palmeiras. Se você chegar à presidência, seriam dez anos. É absurdo pensar em uma década de patrocínio?
Não é absurdo, é pouco. Não pretendo sair do Palmeiras. Não sei como estarão minhas empresas no futuro, mas meu desejo é fazer minhas empresas crescerem cada vez mais com a parceria e mantê-las por muito tempo. A pessoa física da Leila não sai mais do Palmeiras. Eu descobri que lá é minha casa. Mas se minhas empresas estiverem bem e enquanto eu puder, quero ser parceira do Palmeiras e combatendo as pessoas do mal, deixando no ostracismo as pessoas que não querem o bem do Palmeiras. Alguns você não consegue tirar por serem vitalícios, mas é um pequeno número de pessoas que não quer ver o Palmeiras gigante. Assim eles aparecem, eles gostam de ser os profetas do caos, que nunca estão satisfeitos. Não cabe mais no clube. E estamos conseguindo deixá-los no ostracismo com todas as vitórias no conselho. É um grupo bem intencionado para fazer virar o Palmeiras do futuro.

O que você acha que deveria ser feito para combater essas pessoas que disse?
Quem já rebaixou o Palmeiras não deveria estar mais lá, deveria ter uma penalidade. As pessoas gostam do glamour do cargo, mas ele exige responsabilidades. O presidente é responsável pelo clube. Mas não vejo isso, cometem as maiores atrocidades e seguem achando que podem dar opinião. Acho um absurdo e deveria ter no estatuto: rebaixou, está fora.

E os presidentes que estiveram nos rebaixamentos do Palmeiras foram Mustafá Contursi e Arnaldo Tirone, ex-aliados seus...
Eles deveriam ter saído quando rebaixaram o Palmeiras. Deveria ter uma penalidade. De 2002 a 2014, o Palmeiras não ia penar tanto. Eu tenho relacionamento com todas as pessoas no clube e estes ex-dirigentes se aproximam da gente. E eu trato todos bem. Não é por isso que eu não seja crítica. Sei o que é bom para o clube e o que não é bom. Uma coisa é tratar a pessoa bem, e outra é achar a pessoa incapaz ou não. E esses dois dirigentes já tiveram relação com todas as pessoas no clube. Mas hoje não tenho relação com nenhum dois.

Durante a eleição presidencial, Paulo Nobre divulgou uma carta de apoio a Genaro Marino, em que criticava a forma como você entrou na política do clube. Vocês tiveram algum contato desde a saída dele da presidência?
Tem três anos que não vejo o ex-presidente. Eu sou completamente diferente dele. Completamente. Quando eu desejo alguma coisa, eu apareço, pessoalmente. Não tenho medo de quem quer que seja. Se tenho de enfrentar uma dificuldade, enfrento de frente, ninguém fala por mim. Eu nunca o ataquei, ele sempre me atacou - à distância. Porque ele nunca falou nada na minha frente. Nunca. Nunca tive nenhuma discussão pessoalmente com o Paulo Nobre. Ele que se afastou de nós e respeitei. Ele sempre me atacou por terceiros, por cartas. Eu me posicionei a favor da reeleição do Maurício e subia no palco. Não mandava vídeo. Eu vou e falo. A gente é democrático. Difícil falar dele, porque é totalmente diferente de mim.

Você acha que a oposição a você será maior ou menor após as últimas votações no Palmeiras?
Oposição sempre vai existir e é saudável. Pelas críticas que fazem a minha pessoa, é tão desmiolada, sem substância, que beira o ridículo o que dizem. Este ano foi muito importante no clube, tivemos várias vitórias, desde a mudança no estatuto, os aditivos que não são bem empréstimos, porque tem os jogadores, os ativos que garantem a devolução do dinheiro. É um contrato que sempre houve a obrigatoriedade de o Palmeiras devolver o valor. As contas vinham sendo recusadas no COF por um motivo político e continuam negando, mesmo após o Conselho Deliberativo, nosso órgão supremo, dizer que os contratos são válidos. É assunto morto. Mas tudo bem, o COF segue negando, está afrontando o CD. Depois da bela reeleição do Maurício e terminando o ano com o título do Brasileiro. Foi bem vitorioso. Agora é tocar a bola para frente. Minha vidraça é blindada. Pode bater que não me atinge. Temos um grupo de muita boa vontade, estimulado para transformar o Palmeiras em um clube cada vez maior. A oposição não fará nem sombra.

Durante o processo eleitoral, opositores bateram muito na tecla de que a força da máquina do governo e o seu dinheiro tiveram um peso grande no resultado. Acha que esses pontos tiveram influência?
O ex-presidente (Paulo Nobre) também não tem dinheiro? Dizem, não sei. Questão de recursos não tem nada a ver. O Maurício foi reeleito porque o sócio viu que o primeiro mandato foi excelente. Ele dá atenção ao associado, sabe que o associado é bem importante. Ele fez o possível para o nosso elenco ser um time protagonista, disputamos todos os campeonatos. O sócio observou isso. A oposição também fez as pizzas, mas as nossas viraram eventos, que vinham mais de mil pessoas. O que podemos fazer? Tudo que montamos gera curiosidade. É bom, estamos movimentando o clube, mostrando ao sócio como ele é importante para tornar o Palmeiras melhor. Eles também faziam as pizzas. Mas não achei que seria fácil pela Leila. A diferença da Leila é que ela aparece, e os cabos eleitorais da oposição, não. Não entro para perder uma eleição. O Nelson Mandela diz: "eu nunca perco; ou eu ganho, ou aprendo". Não entro para perder. E se perco, penso o que poderia melhorar. Mas no Palmeiras, com a luta do nosso grupo, a gente é 100% vitorioso.

No fim de ano, torcedores de outros clubes, como o Vasco, pediram seu patrocínio. Mas pela relação que criou no Palmeiras, dá para dizer que não haverá Crefisa na camisa de nenhuma outra equipe?
Eu falo com todo respeito aos clubes de futebol e outros torcedores, mas o relacionamento é exclusivo com o Palmeiras. Sou conselheira, não consigo colocar minhas marcas em outras equipes. Eu falo de coração, que outras empresas vejam a Crefisa e FAM e vejam como é um sucesso para que façam em outros clubes. Não faço só pelo Palmeiras, mas pelo futebol brasileiro. O esporte é fantástico. Por isso me revolta no Palmeiras o que determinados cartolas já fizeram, sem nenhuma punição e seguindo ilesos. A parceria Crefisa e FAM com o Palmeiras é vitoriosa. Que outras empresas vejam como exemplo e invistam no futebol. Eu entrei no Palmeiras com emoção e depois vi que a visibilidade que o clube dá à marca é muito importante. A marca vai ganhar, você vai ter um sentimento pessoal de estar colaborando com seu clube que não tem preço. Não tem preço ver o que vi no jogo do título, com a arena lotada, a torcida em êxtase. Até subi em trio elétrico no dia do título. Não tem preço. Outros empresários deveriam ver os clubes de futebol como eu vejo.

Como vê o futuro do Palmeiras, Crefisa e FAM?
Vou apoiar o Palmeiras para ser cada vez mais vitorioso. Não me vejo fora do Palmeiras, quero continuar. É um projeto comercial e pessoal, meu e do meu marido (José Roberto Lamacchia, também conselheiro). Temos muito prazer nisso. Se eu não me envolver, não consigo melhorar o clube. É uma obrigação que tenho, como conselheira, de estar no clube colaborando. Ser presidente é sonho de todos que amam o Palmeiras, mas não vou esperar chegar lá. Quero colaborar já em um time que me dá profundo orgulho. Acho que tenho um pouquinho de responsabilidade de tudo que está acontecendo. Um pouquinho. Tem a arena, o Alexandre Mattos, o presidente, a Academia de Futebol, nossos milhões de torcedores que apoiam o que está sendo feito. Tudo junto resultou em todo o trabalho brilhante que terminamos o ano de 2018.

A possibilidade de você assumir a presidência já é algo em que você pensa?
Eu acho distante ainda. Mas se eu for presidente, quem decidirá é o associado. É uma honra para qualquer palmeirense ser presidente, mas chato falar sobre isso. Daqui três anos não sei se estarei nem na presidência da Crefisa. Não controlamos o futuro. Falo no hoje, no agora. Minha felicidade é agora. Não vou pensar no que ocorreu ou daqui a três anos. Quero ajudar ao Palmeiras ser campeão agora. O que puder fazer, farei o possível.

Depois de todos os problemas envolvendo os aditivos nos contratos de atletas trazidos pela Crefisa, ainda é possível a patrocinadora comprar jogadores para o Palmeiras?
É possível ajudar na aquisição de jogadores, mas com este novo modelo dos aditivos. Adquirimos o jogador e depois o clube devolve, como aprovado pelo conselho. O que estiver ao meu alcance, vou fazer. Mas aqui os valores não são ilimitados. Se for possível ajudar, sem dúvida vamos continuar colaborando. A oposição pode gritar, mas queremos um Palmeiras vencedor. E sem os aditivos, o Palmeiras não seria campeão. Só ver os jogadores de destaque e os gols que eles fizeram (nota da redação: Luan, Bruno Henrique, Lucas Lima, Dudu, Borja e Deyverson são alguns dos jogadores dos aditivos pelos quais o clube terá de ressarcir a patrocinadora). Foram os jogadores dos aditivos. Isto me dá muito orgulho. O meu foco é o Palmeiras vencedor.

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