Troca não ameniza crise e diretoria vira o principal alvo no Palmeiras
Clima no Palmeiras segue pesado depois da saída de Felipão e chegada de Mano Menezes. Maurício Galiotte e Alexandre Mattos são atacados por torcedores e conselheiros
Alexandre Mattos justificou a Luiz Felipe Scolari, no fim da tarde de segunda-feira, que iria demiti-lo pois a pressão era muito grande no Palmeiras. Desde então, o clube anunciou Mano Menezes, o novo técnico já iniciou o trabalho na Academia de Futebol, mas a crise não foi amenizada.
Agora, o foco é apenas no presidente Maurício Galiotte e no diretor de futebol. As críticas, de diferentes tipos de torcedores, culminaram em pichações no entorno do Allianz Parque contra a dupla. Ex-jogadores, mesmo aqueles que não trabalharam com a atual gestão, aproveitaram o momento para também fazer pesadas críticas ao comando.
A Mancha Alviverde lidera um movimento pela saída de Mattos, e foi autora do mais último capítulo da crise. Na noite de quarta, foi à frente do condomínio de Alexandre Mattos para pedir a sua saída, com faixas o acusando de ser ladrão.
Até internamente há o pedido pela saída do dirigente, como fez o presidente do Conselho Deliberativo, Seraphim Del Grande. A intenção de Galiotte, ainda assim, é de manter o comandante do departamento de futebol, que tem contrato até 2021 e é a principal figura na Academia de Futebol.
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Diante de todo o barulho externamente, o Palmeiras tenta isolar o seu centro de treinamento. Desde a derrota para o Flamengo, o time trabalha com portões fechados e sem divulgar a programação por segurança. Ninguém deu entrevista, e mesmo a apresentação de Mano Menezes ainda não tem data confirmada.
Este é o momento de cobrança mais intensa no Verdão nos últimos anos. O ambiente já começava a ficar pesado depois da eliminação na Copa do Brasil e o reinício ruim do Brasileiro após a Copa América, mas a Libertadores ainda servia para evitar cobranças pesadas.
Mas a eliminação de virada para o Grêmio, na semana passada, serviu para eclodir a crise, agravada pela acachapante derrota para o Flamengo, por 3 a 0. Felipão ainda via possibilidade de seguir o trabalho, mas a queda de desempenho tornou a pressão grande demais para a diretoria, que o comunicou da decisão após passar o dia reunida sem ele.
Mesmo o nome de Mano, um desejo antigo de Mattos, foi mal recebido, especialmente pelos palmeirenses em redes sociais. Com duas passagens pelo Corinthians, o gaúcho estava desempregado desde que deixou o Cruzeiro, em agosto, e assinou com o Palmeiras até 2021.
Seu primeiro dia de trabalho foi na parte interna da Academia, com reuniões entre as áreas que formam o departamento de futebol. Ele ainda não foi no campo e não tem data definida de sua primeira partida. Caso não fique no banco de reservas contra o Goiás, sábado, Wesley Carvalho, comandante do sub-20 e quem deu os treinos de terça e quarta, será o interino. A estreia, portanto, ficaria para terça, contra o Fluminense.