Verdão ganha maturidade com boa parcela da torcida e a cara de Felipão
Expulsão de Felipe Melo mudou os planos do Palmeiras, mas a entrega do time fez com que os riscos só viessem quando a equipe cansou e teve de ser apoiada pela arquibancada
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A desnecessária expulsão de Felipe Melo desmontou em três minutos o plano do Palmeiras para o jogo contra o Cerro Porteño (PAR). Mas a equipe soube se adaptar bem. Mais precavido, como esperado, o Verdão guerreou e controlou o jogo até o cansaço bater após correr quase o tempo todo com um a menos. Aí a torcida ajudou a segurar a vaga na Libertadores.
O Allianz Parque não esteve com sua lotação máxima - 33 mil pessoas assistiram à derrota para o Cerro, que colocou o Verdão nas quartas de final. Mas há muito tempo não se via o clima como o da noite de quinta, com a arena barulhenta e empurrando realmente o time, mesmo tendo de pagar caro pelos ingressos - de R$ 120 a R$ 400, levando em conta valores cheios, uma política que a diretoria deveria repensar.
Enquanto os 10 titulares corriam para evitar uma eliminação que traria grande abalo, os reservas entraram no clima com as arquibancadas. A cada jogada perigosa levantavam e pediam gritos de apoio, reclamavam com a arbitragem, junto de Felipão e até do gerente de futebol Cícero Souza, que foi expulso.
Dentro de campo, Felipão logo conseguiu arrumar o time, que passou a atuar no 4-4-1 com Borja avançado. A ordem era deixar os paraguaios com a bola e se compactar no seu campo de defesa. No primeiro tempo a estratégia funcionou bem: além de não correr muitos riscos, o Palmeiras teve duas chances para sair na frente, ambas com Willian. Só não saiu o gol.
E depois do intervalo, o fato de estar sempre correndo com um a menos começou a custar. Borja, que não conseguia entender como se posicionar sem a bola, deu lugar a Thiago Santos, deixando Willian à frente, com Moisés, Bruno Henrique, Thiago e Dudu em linha no meio-campo.
O gol de Arzamendia tornou o jogo ainda mais perigoso, com o Verdão já dando mostras de cansaço. Durante mais da metade do segundo tempo, as bolas lançadas na área pelos paraguaios deixavam os palmeirenses desesperados. Mas Antônio Carlos e Edu Dracena, em grande noite, conseguiram evitar maiores riscos; Weverton, quando precisou, ainda fez uma boa defesa no fim.
Dudu, cada vez mais obediente taticamente com Scolari, passou o jogo todo protegendo Diogo Barbosa de possíveis lances de linha de fundo de Raul Cáceres. Após as expulsões de Deyverson e Marcos Cáceres, foi ainda mais importante, cavando faltas e segurando o time no ataque. Grande jogo dele.
O discurso de jogadores, comissão técnica e diretoria foi de que a equipe conseguiu criar uma "casca de Libertadores" mesmo na derrota. Tendo de praticar outro estilo de jogo, o Palmeiras conseguiu passar pelo exagero cometido por Felipe Melo nos minutos iniciais. Não sem passar por apuros, até com os gandulas sumindo com as bolas no fim. Mas seguro, cada vez mais com a cara de Felipão - inclusive sofrendo. Agora, vem o Valdivia e o Colo-Colo.
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