O Palmeiras conseguiu quase R$ 9 milhões além do que era previsto na venda de Róger Guedes ao Shandong Luneng, da China. O clube acabou com 45% do valor total da negociação, em vez dos 25% correspondentes à sua fatia dos direitos econômicos do atacante.
Isto ocorreu por um acordo entre os envolvidos para conseguir concretizar a transferência. Não é uma tática nova. Já havia acontecido nas saídas de Gabriel Jesus e Mina, por exemplo. Fazendo rearranjos nos valores antes de sacramentar as vendas dos três, o Verdão ganhou R$ 50 milhões além do inicialmente previsto. Veja abaixo como ocorreu a situação de cada um dos casos:
- Gabriel Jesus para o Manchester City: R$ 32 milhões a mais
O atacante foi vendido para o clube inglês, em 2016, por 32,75 milhões de euros (cerca de R$ 121 milhões na época). O Verdão tinha apenas 30% dos direitos econômicos do garoto, o equivalente a pouco mais de R$ 36 milhões no negócio.
Para facilitar a transferência, Jesus e seu empresário, Cristiano Simões, cederam mais 10% do valor ao Palmeiras (eles detinham 47,5% dos direitos), e o clube ainda ganhou na Justiça outros R$ 20 milhões, boa parte da fatia destinada a Fábio Caran, ex-agente do atleta.
No fim, em vez de ficar com R$ 36 milhões, o Palmeiras ganhou em torno de R$ 68 milhões, quase o dobro inicialmente esperado.
- Mina para o Barcelona: R$ 12 milhões a mais
O Barça tinha preferência para levá-lo após a Copa do Mundo por 9 milhões de euros (R$ 34,8 milhões na cotação da época). Desta quantia, o Verdão ficaria com 6,8 milhões de euros (R$ 26,3 milhões), pois teria de repassar 20% ao Santa Fe, da Colômbia, e pagaria 5% do valor cheio como mecanismo de solidariedade a equipes formadoras.
Os espanhóis pediram para que a negociação ocorresse seis meses antes e por isso tiveram de subir a oferta. O Barcelona pagou ao todo 12,3 milhões de euros (R$ 47,6 milhões). O diretor de futebol Alexandre Mattos acertou para que o Santa Fe continuasse com os 20% equivalentes aos 9 milhões de euros, e o clube catalão ainda desembolsou aqueles 5% do mecanismo de solidariedade.
Se antes o Verdão esperava receber 6,8 milhões de euros (R$ 26,3 milhões), acabou com 10 milhões de euros (R$ 38,7 milhões). O pagamento foi à vista.
- Róger Guedes para o Shandong Luneng (CHN): R$ 8,75 milhões a mais
Os chineses vão pagar 9,5 milhões de euros (R$ 43 milhões), e pela divisão dos direitos 25% iriam para o Palmeiras (cerca de R$ 10,7 milhões). O Criciúma, que revelou o atacante, era o dono dos outros 75%.
O time catarinense aceitou abrir mão de boa parte do que receberia, e no fim ficou com 28%, ou R$ 12,2 milhões. O Atlético-MG acabou favorecido e, em vez de levar apenas 5% como taxa de vitrine, acabou com 27%. O Palmeiras se deu ainda melhor, e em vez dos 25% levou 45%, ou R$ 19,5 milhões, quase R$ 9 milhões além do previsto.
O negócio foi também uma saída encontrada por Mattos depois do assédio do Shandong por Dudu. O clube chinês chegou a oferecer 15 milhões de euros (R$ 67 milhões) pelo camisa 7, mas o Verdão recusou. Diante da insistência dos asiáticos por um atacante, o Palmeiras colocou seu outro atacante, artilheiro do Brasileiro com nove gols, nas conversas.