Mano brinca e quer provar: gosta mais de camisa 9 do que de volante
Novo técnico do Palmeiras escolhe camisa de centroavante em sua apresentação para afastar rótulo de defensivo, mas posição lhe rendeu polêmicas no comando da Seleção
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Há pouco mais de um ano, Luiz Felipe Scolari foi apresentado como técnico do Palmeiras com seu nome em uma camisa 3. Nessa quinta-feira, outro ex-zagueiro gaúcho chegou para comandar um clube, mas "Mano Menezes" apareceu em uma camisa 9. Número de centroavante, a pedido do próprio treinador, que mostrou bom humor para prometer provar que não gosta tanto de volantes quanto costumam dizer.
- (O Palmeiras) Vai jogar mais. Pedi a 9 para os jogadores não ficarem preocupados que seria mais um concorrente, porque já temos muitos atacantes, né? Tenho certeza de que temos jogadores de alto nível para todas as posições e funções. Não vou precisar participar jogando - brincou.
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O Verdão realmente tem muitos centroavantes (Luiz Adriano, Borja, Deyverson e Henrique Dourado), mas a camisa 9 é mais uma prova simbólica de um estilo mais ofensivo do que o técnico é acusado de adotar, inclusive nas críticas que recebeu ao ser contratado pelo Verdão. O diretor de futebol Alexandre Mattos foi outro a brincar com a situação, perguntando a Mano, antes de sua apresentação, se o normal não seria o treinador receber a 5, de volante.
- Sempre penso que essas questões são apenas simbólicas. O mais importante é o que está por vir e vamos fazer. Acredito muito nos jogadores que dirijo. Analisamos bem e construímos equipes - falou Mano, ao ser questionado sobre o seu estilo, que acabou sendo apontado como defensivo pela estratégia que implantou no Corinthians e, mais recentemente, no Cruzeiro bicampeão da Copa do Brasil, em 2016 e 2017.
- O mesmo técnico, em sua trajetória, muda de estilo várias vezes. Na minha trajetória, tive várias maneiras de montar equipe. Falam muito de volantes, mas, na Seleção Brasileira, meus dois volantes eram Ramires e Paulinho. Podemos olhar mais para trás até, mas não é necessário - defendeu-se.
A curiosidade é que, em sua passagem pela Seleção Brasileira, entre 2010 e 2012, a camisa 9 gerou polêmica. Fred era o principal nome do Fluminense que conquistou dois títulos brasileiros naquele período, mas falava publicamente não sonhar mais em ser convocado por não se encaixar no esquema de Mano - o mesmo problema entre eles ocorreu no Cruzeiro, no mês passado, pouco antes de o técnico deixar a equipe mineira.
O prestígio a um centroavante, contudo, depende das características do grupo. este foi o argumento do próprio treinador durante participação no programa "Bem, Amigos", do SporTV, em agosto do ano passado, ao analisar a Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo na Rússia.
- O problema não está no Gabriel Jesus. Tem a ver com o nosso protagonista maior, que é o Neymar. Ele centraliza muito as nossas ações ofensivas. Não tem como a bola não parar nele porque é o nosso principal jogador. A bola para nele muito mais vezes do que nos outros, e Neymar não é assistente de centroavante, não prepara jogada para centroavante. Neymar decide, faz a jogada para ele. E o centroavante sofre - avaliou.
- Não se trata de estar certo e errado. Futebol não tem isso. É como é. Quando a gente estava na Seleção, tiramos o centroavante em determinados momentos por isso. Tentamos encontrar outra maneira de jogar exatamente para resolver uma questão que víamos que acontecia com frequência. E centroavante não se sacrifica pelo protagonista. Centroavante é um definidor e precisa da bola para definir, a bola tem de chegar nele de alguma maneira.
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