O Palmeiras atendeu à solicitação de Dudu para ir ao Qatar antes mesmo de assinar com o Al Duhail. Porém, ao contrário do que se esperava, o embarque do atacante não ocorrerá nesta terça-feira. Foi necessário um ajuste de agenda que adia o embarque para o final desta semana, arrastando ainda mais a conclusão da transferência - já há um acordo verbal, mas não assinado. Enquanto isso, o jogador segue treinando na Academia de Futebol.
Na semana passada, o camisa 7 pediu ao Verdão para ir pessoalmente ao Oriente Médio. A ideia é conhecer as dependências do clube, os dirigentes, a comissão técnica e os jogadores do elenco. A expectativa é de que assine o contrato com a equipe do Qatar, concluindo a negociação. Não está descartado que permaneça no país, pois, em 3 de agosto, já fica liberada a inscrição de atletas vindos do exterior.
Já está resolvido que o clube do Qatar pagará 7 milhões de euros (R$ 42, 5 milhões) pelo empréstimo de um ano e, em 2021, desembolsar mais 7 milhões de euros (6 milhões de euros mais 1 milhão de euros de bônus) se Dudu bater metas consideradas baixas para tê-lo em definitivo - o Verdão ainda terá 20% dos direitos econômicos. Mas tudo esbarra em detalhes burocráticos.
Dudu fez o que poderia para acelerar a transferência. Na semana passada, realizou os exames médicos solicitados pela equipe asiática. Enquanto não se conclui a análise dos documentos trocados por todas as partes da negociação, o atacante continua cumprindo a programação de treinamentos na Academia de Futebol, como ocorreu na tarde desta segunda-feira.
Já há um acerto verbal entre os clubes desde o dia 4, quando o Al Duhail avisou que faria a oferta indicada em reunião na véspera. As agremiações, contudo, não demonstram pressa. O time do Qatar só poderá inscrever atletas vindos do exterior no mês que vem, enquanto o Palmeiras se preocupa em não deixar nenhuma brecha no contrato. Por isso, a análise tem sido feita de forma mais vagarosa do que se imaginava pelos departamentos jurídicos.
A ansiedade, no momento, é maior para Dudu. Há quase um mês, quando começaram as negociações, o jogador se interessou pelo que foi oferecido em um contrato de três temporadas, com salário superior ao que ele recebe no Palmeiras. Diante da velocidade abaixo do que gostaria nas conversas, o atacante reforçou, em reunião há dez dias, o seu desejo de ir embora. A partir daí, formalizou-se a proposta. Mas não todos os trâmites burocráticos.
Do lado de Dudu, também vem sendo considerada a acusação de agressão à ex-mulher, Mallu Ohana, que, por meio de seus advogados, protocolou pedido para retenção de seu passaporte enquanto seguem as investigações. Por mais que aponte-se como improvável a solicitação ser aceita, é um obstáculo. E, inegavelmente, a imagem do jogador se desgastou com a polêmica.
Dudu está no Palmeiras desde janeiro de 2015 e, frequentemente, foi alvo de equipes do exterior. No começo do ano passado, quando esteve especulado, mais uma vez, para jogar na China, recebeu aumento salarial e assinou contrato até o final de 2023. Recentemente, afirmou que queria se aposentar no clube, mas seu nome continuou despertando interesse fora do Brasil.
O camisa 7 é o principal nome do elenco atual do Palmeiras. Conquistou a Copa do Brasil de 2015 e os Campeonatos Brasileiros de 2016 e 2018 no clube, sempre entre os protagonistas, e ostenta a marca de ser o artilheiro do clube no século, com 70 gols em 305 jogos, e é ainda quem mais deu assistências com a camisa alviverde desde 2001. Também acumula a liderança de ser quem mais jogou, balançou as redes e deu passe para gol no Allianz Parque.