Vilão do Palmeiras em 2014 dá pistas de como o Ituano pode repetir zebra no Paulistão

O Palmeiras não vivia os tempos de vacas gordas como vive, pelo menos, nos últimos oito anos, mas, ainda assim, era favorito na semifinal do Paulistão de 2014, contra o Ituano. Para muitos, inclusive, o Estadual era a grande, quiçá a única, chance do Verdão conquistar um título no ano do seu centenário.

Os palmeirenses, no entanto, não contavam com Ituano, do meia-atacante Marcelinho. Revelado pelo Corinthians, o jogador, na época com 24 anos, estava emprestado pelo Karpaty Lviv, da Ucrânia. Reserva no duelo contra o Palestra, o atleta entrou aos 30 minutos do segundo tempo e nove minutos depois marcou o gol que eliminou os alviverdes do Paulista, colocando o Ituano na final.

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Nove anos depois, o Ituano pode repetir o feito e eliminar o Palmeiras em uma semifinal de Paulistão. As equipes vão se enfrentar neste domingo (19), às 16h (horário de Brasília), no Allianz Parque. O momento palmeirense é completamente diferente. As vacas engordaram, e de um time quase rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro em 2014, hoje o Verdão vem de conquistas em sequência. O time é o atual campeão paulista e brasileiro, além de ter vencido a Libertadores em duas das últimas três temporadas.

Marcelinho não joga mais pelo Ituano desde 2019, mas segue acompanhando o clube, até porque conheceu a sua esposa na cidade e se estabeleceu por lá. Como um morador de Itu, ele naturalmente costuma acompanhar o Galo e, embora reconheça a superioridade palmeirense no confronto deste fim de semana, acredita que a equipe rubro-negra pode surpreender novamente. Para isso, na visão dele, é importante tirar como inspiração o São Bernardo, que encarou o Palmeiras de frente nas quartas de final e deu trabalho, ainda que tenha sido eliminado com a derrota por 1 a 0.

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- Às vezes um time pode ser superior tecnicamente, mas o outro taticamente, e cumprir o que tem que ser feito e em questão de disposição de cada atleta, você às vezes consegue igualar o jogo. Eu acredito que se fosse o meu time, eu tentaria armar uma estratégia para fazer próximo ao que o São Bernardo fez - disse o jogador em entrevista exclusiva ao LANCE!.

Independentemente da estratégia que será adotada pelo Ituano para encarar o Verdão, uma coisa é garantida: a torcida de Marcelinho para o Galo.

- Eu vou torcer pro Ituano! Eu não sei quanto vai ser o jogo, mas vou torcer pro Ituano. Que eles consigam passar, fazer história de novo - destacou.

RELEMBRANDO GOL HISTÓRICO

Nas ironias da bola, se dependesse do técnico Doriva, que comandava o Ituano em 2014, Marcelinho poderia não estar na intermediária ofensiva para chapar no canto esquerdo. Isso porque o treinador queria que o atleta, que havia entrado em campo havia poucos minutos, recompusesse a marcação.

- No lance do gol, o Doriva me deu uma dura porque eu não tinha voltado para recompor na marcação. No momento que você entra no jogo da uma abafada, você dá um pique, outro pique, você abafa mais até que a galera que já tá no jogo. Eu lembro que o Doriva tava gritando muito na lateral pra eu voltar e tal - relembrou Marcelinho.

- Foi quando o Dick roubou a bola saiu dando uma arrastada pelo lado direito, tentou a finalização, não me lembro o zagueiro que pegou a bola. Como eu já estava acompanhando a jogada, sobrou pra mim, na intermediária, e aí eu vim dei uma chapada, pegou um pouco no chão, na velocidade, e entrou bem no cantinho no lado esquerdo do goleiro. Foi sensacional, maravilhoso aquele momento - acrescentou.

O Ituano ainda foi além naquela temporada e conquistou o título paulista duas semanas após deixar o Palmeiras pelo caminho. E o triunfo veio batendo um outro grande do Estado, o Santos. O duelo foi vencido pelo Galo nos pênaltis. Marcelinho foi um dos atletas que converteu a sua cobrança.