Volantes, meia, Luiz Adriano: auxiliar fala dos conceitos de Luxa no Verdão
Maurício Copertino conta ao LANCE! o que pode sobre o trabalho tático desenvolvido no Palmeiras nos 75 dias do ano antes da paralisação por conta da pandemia da COVID-19
Foram 75 dias corridos entre 1 de janeiro e 16 de março, data em que ocorreu a pausa de todas as competições que o Palmeiras disputa. Desde então, só treinos físicos, assistidos à distância. Mas o time com 100% de aproveitamento em duas rodadas na Libertadores e segunda melhor campanha do Paulista já tem conceitos táticos bem definidos por Vanderlei Luxemburgo. É o que garante o auxiliar Maurício Copertino, que conta ao LANCE! tudo que pode.
- O Vanderlei trabalhou muitos conceitos de parte tática em 75 dias, com trabalhos, em campo aberto ou reduzido, vídeos e falando individualmente com jogadores e setores. Tivemos o tempo necessário para a introdução do modelo de jogo. A equipe mudou o comportamento. Independentemente de quem joga, todos sabem o que o Vanderlei quer nas fases ofensiva e defensiva e na construção do jogo - disse Copertino, em entrevista exclusiva.
- Estamos muito satisfeitos com a produção de todos. Sabemos que, no retorno, as coisas começam do zero, e buscaremos novamente a performance de cada jogador. O Vanderlei vê muito o dia a dia, gosta muito de ver o cara trabalhar, render, mostrar que quer mesmo a possibilidade de ser titular - continuou o auxiliar, que chegou ao Verdão junto com Luxemburgo neste ano.
Por enquanto, não há ainda sequer uma previsão do retorno dos trabalhos técnicos e táticos, já que o clube aguarda aval de todas autoridades de saúde. Mesmo que a Academia de Futebol possa ser reaberta, os primeiros treinamentos terão restrições. Mas há um contato frequente da comissão técnica para que sejam mantidos os pontos que Copertino explica abaixo.
ARMAÇÃO
A busca por um armador tem sido uma das maiores cobranças da torcida. As opções no elenco com essas características são Lucas Lima, Raphael Veiga e Gustavo Scarpa, que já tiveram chances entre os titulares, e Alan, meia de 20 anos recém-promovido da base e que só atuou na Florida Cup. Antes da pausa, Luxemburgo vinha apostando em uma espécie de 4-2-4, com Dudu mais constante na armação, mas revezando-se com Willian e até Luiz Adriano.
- O Vanderlei tem como característica ter um meia que organize o time e pise na área. Cobra um meia com muita dinâmica de apoio para quem está na frente e recomposição defensiva para ajudar compondo o meio-campo. Há uma luta constante dentro do grupo. Quem estava fazendo a função era o Dudu, variando com Willian e Luiz Adriano, mas nada impede que Raphael Veiga, Lucas Lima, Gustavo Scarpa e Alan lutem por essa briga constante dentro desse jogo que o Vanderlei tem proposto - explicou Copertino.
- Estamos em um clube que nos proporciona ter grandes jogadores, acima da média, com muita qualidade técnica. O Vanderlei experimentou alguns deles e ficamos muito satisfeitos. É um processo de construção, e estamos no início. Mas todos têm entendido o que o Vanderlei passa e a briga é muito forte, porque são opções de muita qualidade. A competição entre eles é importante para o crescimento coletivo, e quem estiver melhor busca seu espaço.
LUIZ ADRIANO
Ainda na Florida Cup, Luxemburgo indicou em entrevista coletiva que queria aproveitar as constantes saídas de Luiz Adriano da área para fazer com que algum jogador preenchesse o espaço que o centroavante abria. O 4-2-4 virou solução e até Zé Rafael, meia que se tornou volante em 2020, tem aproveitado.
- O Luiz Adriano é um jogador muito forte, alto, mas também joga muito fora da área, com mobilidade e técnica para isso. Temos jogadores que ocupam esse espaço excepcionalmente, como Willian, Dudu, Veron, Zé Rafael quando joga mais adiantado. São situações que estimulamos durante nossos trabalhos, explorando a característica do Luiz de puxar a turma de trás para ocupar o espaço do ataque verticalmente. É fundamental para que esse conjunto de variações táticas funcione cada vez melhor - opinou Copertino.
VOLANTES
A dupla que fica à frente da zaga foi um dos setores com mais mudanças feitas por Luxemburgo, que já disse publicamente que o ajuste no posicionamento dos volantes fez o 4-2-4 se encaixar nos últimos jogos antes da pausa. Segundo Copertino, independentemente de quem for escalado, o conceito que o treinador quer na posição está bem fixado na cabeça de todos os atletas.
- Os princípios do modelo de jogo do Vanderlei são trabalhados para o grupo inteiro. Fizemos algumas formações com dois volantes, mas sempre buscando um meio-campo mais equilibrado, com poder de atacar e ter uma transição defensiva muito forte, como o Vanderlei busca o tempo todo. Os jogadores têm respondido porque são grandes jogadores - elogiou o auxiliar.